MÉDIUNS E MEDIUNIDADES
Allan
kardec, na condição de observador sábio foi capaz de retirar do aparente
divertimento das mesas “girantes” uma
doutrina séria quão profunda que o colocou ao lado dos grandes
benfeitores da humanidade.
Sabemos que
os Espíritos existem desde todos os tempos e que se podem comunicar com os
homens, através das suas faculdades mediúnicas.
Nos últimos
tempos, diz o Senhor:
“Derramarei
do meu Espirito sobre toda a carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos
jovens terão visões e vossos velhos, sonhos. Nesses dias derramarei do meu
Espirito sobre os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão.(, Atos,
cap,2,vv.17 e 18.)
Para
conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da Natureza
material, outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos
especiais.Com o telescópio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espaço, e,
com o microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar
no mundo invisível, deu – lhe a mediunidade.
Embora em
diferentes graus todo o ser humano possuiu mediunidade, uns mais bem dotados do
que outros. Isto, porque uns possuem a mediunidade em grau mais
adiantado e outros a possuem em grau mais modesto.
Não havendo
dois organismos iguais cada médium serve os Espíritos de acordo com o grau da
mediunidade que possui.
Há uma
grande variedade de médiuns: médiuns de efeitos físicos, médiuns falantes,
médiuns audientes, médiuns, videntes, médiuns intuitivos, médiuns inspirados e
médiuns curadores.
No capítulo
14º, 15º e 16º do Livro dos Médiuns podemos analisar melhor essa variedade de
médiuns, podendo também serem estudadas outras questões, relativamente à mediunidade.
O Livro dos Médiuns, é sem margem para dúvidas um Livro científico e o manual
mais seguro para todos os médiuns.
Podendo- se
afirmar, com efeito, que cada
Médium, em
particular, tem as suas próprias características, embora na sua generalidade
todos se apresentem com síndromes semelhantes, mas não absolutamente iguais.
A Doutrina
Espírita ensina a todos os médiuns o ensino prático no aprimoramento das
faculdades mediúnicas. Os Espíritos que eram considerados os mortos, os
adormecidos, ou os desagregados voltaram à realidade e a comunicar – se com os
homens na Terra, através da mediunidade, constatando – se a vida futura e os
falsos adornos que os fantasiaram.
Allan –
Kardec preocupou – se em orientar o indivíduo, no sentido de que, antes de
tornar – se espiritista, seja espiritualista, isto é, primeiro conceba a
existência dos seres espirituais, para cuidar, depois, das suas comunicações.
Ninguém
pense fazer um curso de Espiritismo experimental, como se faz um curso de
Física ou de Química.
Nas ciências
naturais, opera – se sobre a matéria bruta, que se manipula à nossa vontade e
pode regular os seus efeitos. No Espiritismo, temos que lidar com inteligências
que gozam de liberdade e a cada instante nos provam não estarem submetidas aos
nossos caprichos.
A
mediunidade é sempre uma perceção neutra, sendo os efeitos do seu exercício
compatíveis com os valores éticos e morais daqueles que a detêm.
No entanto,
aplicada para o serviço do bem, pode converter – se em instrumento de luz para
o seu portador, tanto quanto para todos aqueles que a buscam.
Os médiuns
não são Santos, Apóstolos ou Missionários, mas homens sujeitos a grandezas e
misérias, consoante também o uso que fizeram da sua mediunidade.
Moisés,
Francisco de Assis, Santa Teresa de Ávila, Joana de Arc, Santo António de
Lisboa e muitos outros foram médiuns iluminados.
Suendenbourgue
Edgar Cayce também ofereceram contribuições valiosas, no campo da revelação
como das curas e premonições.
Todavia,
existem inúmeros médiuns outros iluminados
no anonimato, sem o aplauso das multidões, realizando serviços de consolação e
socorro em toda a Terra, a fim de que brilhe a grande Luz da Esperança.
Acima de
todos eles temos Jesus, o Médium de Deus como Fonte Inspiradora para todos os
homens de todos os séculos.
Instrumento
de Deus por excelência, Cristo se utilizou da sua mediunidade para acender a
luz da sua Doutrina de Amor e de Redenção. Restaurando enfermos e pacificando
aflitos. Esteve em contacto com os chamados mortos, alguns dos quais não eram
senão almas sofredoras a vampirizarem obsidiados de diversos matizes.
Em todas as
épocas sempre houve médiuns iluminados que vieram à Terra para ajudarem a
humanidade no seu crescimento espiritual à ascensão para Deus.
Allan Kardec
também era médium intuitivo das Esferas Superiores do Além, comandadas por
Jesus para fazer chegar a este planeta de provas e expiações, na época prevista
o seu Consolador.
A
mediunidade não é sinal de santificação nem apresenta características
divinatórias.
“A mediunidade
necessita de Aprimoramento da Personalidade Mediúnica e Nobreza de Fins, Para
que o Corpo Espiritual, modelando o Corpo físico e sustentando-o possa erigir-
se em filtro das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da Humanidade aos
domínios da luz.
Compreendendo
a verdade, é necessário renovar a nossa conceituação de médium, para que não
venhamos a transformar companheiros de ideal e de lutas em oráculos e
adivinhos, com esquecimento de nossos deveres na elevação própria.
Eis do que
os médiuns devem compenetra-se bem, para não fazerem mau uso de suas
faculdades. Os serviços que podem prestar estão na razão da boa orientação que
derem às suas faculdades, pois os que seguirem o mau caminho são mais
prejudiciais do que úteis à causa do Espiritismo, pelas más impressões que
produzem, retardando mais de uma conversão. Terão que prestar contas do uso
ilícito que fizeram das suas faculdades e que lhe foram confiadas para sua própria
iluminação e de seus semelhantes.
As
manifestações dos Espíritos sempre se deram em todos os tempos e em todos os
lugares, mas sem o mínimo de interesse científico, sendo atribuídas umas ao
“demónio” e outras aos Santos ou Anjos, Allan Kardec chegou à conclusão que ao
redor de nós, em todo o mundo que nos rodeia, existe um mundo maior do que
aquele que habitamos com as suas leis próprias, com os seus habitantes e em muitos
graus de evolução. Muitos só veem no Espiritismo um novo meio de adivinhação e
imaginam que os Espíritos existem para predizer a sorte de cada um. Os
Espíritos levianos e zombeteiros não perdem ocasião de se divertir à custa dos
que pensam desse modo.
O
Espiritismo não é mediunismo; embora se firme nas manifestações dos Espíritos;
não pode aceitar toda a espécie de mediunismo, porque existem Espíritos que não
são espíritas, não possuindo qualquer conhecimento da vida real a verdadeira,
são ignorantes e se vão a afinizar com médiuns da mesma categoria. Tais Espíritos
tomam conta neles, como seus verdadeiros guias, arrastando esses médiuns para o
campo da bruxaria, tentando em muito desprestigiar o Espiritismo.
Tais médiuns
abrem campo aos maus Espíritos, impedindo a todos aqueles que queiram receber a
luz que o Espiritismo lhes oferece.
A
mediunidade constitui, apenas um meio de entrar em contacto com as almas que
viveram na Terra, sendo por isso os médiuns mais responsáveis, porque são os
intérpretes dos Espíritos e contas darão a Deus do exercício mediúnico, posto
que não venham a ser “ os cegos conduzindo outros cegos,” a que se refere o ensino
evangélico.
O verdadeiro
espírita jamais deixará de fazer o bem.
Lenir
corações aflitos; consolar, acalmar desesperos, operar reformas morais, essa a
sua missão.
E nisso
encontrará satisfação real e pessoal, tornando os outros felizes.
O estudo da
Doutrina Espírita deve ser uma constante na vida do médium, porque lhe oferece
as bases fundamentais e reais do Espiritismo.
Uma conduta
moralizada protege – o contra os Espíritos ignorantes e maldosos, que procuram
embaraça - lo no desempenho de sua mediunidade, e fá – lo contar com o auxílio
dos Bons Espíritos.
Obter, a
assistência dos Bons Espíritos e livrar-se dos Espíritos levianos e mentirosos devem
ser o objetivo dos esforços constantes de todos os médiuns. Sem isso a
mediunidade é uma faculdade estéril, que pode mesmo reverter em prejuízo
daquele que a possuiu, degenerando em perigosa obsessão. Antes de realizar comunicação
com o mundo invisível, o médium deve preparar-se, adequadamente, através da prece
e da boa conduta íntima que, em síntese, resume- se no “Orai e Vigiai”
Na segunda
parte do livro dos Espíritos item 100 de Allan – Kardec em Escala Espirita,
pudemos estudar a classificação dos Espíritos para melhor entendermos o grau de
sua superioridade ou de sua inferioridade, porque os Espíritos pertencem a
algumas classes consoante o grau do aperfeiçoamento que já tenham atingido.
Também no
mesmo Livro no item 114, pudemos estudar sobre a: Progressão dos Espíritos
sendo muito interessante este estudo e uma mais valia para os estudiosos da
Doutrina Espírita.
As dificuldades
encontradas na prática do Espiritismo, são em grande parte, devidas à
ignorância das leis espirituais. Foi por isso que por misericórdia divina,
Jesus enviou à Terra um dos mais iluminados dos seus discípulos – O Espírito de
Verdade.
Há médiuns
transviados colocando – se contra a dignidade do Espiritismo, cobrando seus
trabalhos, como charlatães desnutrindo a fé cristã, fazendo ao contrário do que
Jesus ensinou: “Dar de graça o que de graça recebeu”.
Apesar
desses graves erros, o Espiritismo avança na sua feição de Cristianismo
Redivivo, ensinando a doutrina ensinada por Jesus, sendo excluídos de suas
fileiras os “ vendilhões do templo”.
Cobrar por
um trabalho mediúnico é atear fogo na própria consciência, vivendo o clima de
“ranger de dentes”.
Conforme
acentuou Allan – Kardec, o maior adversário da mediunidade é a obsessão, e os
seus antídotos eficazes são o conhecimento e a prática sadia da doutrina incorporada
ao cotodiano.
A obsessão é
obstáculo à correta educação da mediunidade e ao seu exercício edificante.
A
mediunidade constitui abençoado meio para evitar, corrigir e sanar os processos
obsessivos.
O médium,
que não quer perder a assistência dos Bons Espíritos, deve trabalhar pela
própria melhoria, para que a sua faculdade se desenvolva e engrandeça, abstendo
– se de tudo o que possa desvia - la da sua finalidade providencial.
O Evangelho
é poderoso auxiliar no desenvolvimento mediúnico. A reforma íntima sua pedra de toque. É na oração e na humildade
que o médium alcançará maiores bênçãos e refazimento espiritual.
Os
factos, ou fenômenos mediúnicos remontam à mais antiga antiguidade. O apóstolo Paulo,
reconhecia a prática dessas manifestações entre os cristãos primitivos
ao recomendar : seguir o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente que profetizeis. “Não apagueis o Espírito não desprezeis, as
profecias; julgai todas as coisas retendo o que é bom “O Apóstolo João também
se referiu a manifestações espirituais, alertando-nos igualmente quanto à
procedência dessas comunicações. Os doze apóstolos também eram médiuns.
Não
acreditemos, pois em todos os Espíritos.
Allan Kardec
ensina que o Espiritismo coloca ao alcance de todos os homens os meios práticos
de identificar os Espíritos enganadores, dando aos homens os meios de
distinguir os bons dos maus, lembrando as palavras de Jesus: “Reconhece-se a
árvore pelos seus frutos; uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore
má não pode dar bons frutos”.
Em resumo:
toda a pessoa que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos é por isso
mesmo médium. Contudo, essa qualificação só se aplica às pessoas nas quais a
faculdade mediúnica esteja claramente caraterizada e se traduz por efeitos
patentes de uma certa intensidade, o que, então depende de uma organização mais
ou menos sensitiva.
Só poderá
entrar nas práticas mediúnicas quem dê provas de conhecimento Espíritas, porque
prática sem conhecimento é perigoso. Perigoso, porque não sabemos distinguir os
maus e muito menos os saberemos qualificar e estes por sua vez podem levar-nos
à obsessão e à loucura.
Muitos só
veem no Espiritismo um novo meio de adivinhação e imaginam que os Espíritos
existem para predizer a sorte a cada um. Os Espíritos levianos e zombeteiros
não perdem ocasião de se divertir à custa dos que pensam desse modo.
Os Espíritos
vêm instruir o homem sobre o seu futuro, para conduzi – lo ao caminho do bem, e
não para poupar – lhe trabalho material que lhe compete realizar neste mundo,
para seu adiantamento espiritual.
Não
acreditemos pois, em todos os Espíritos Allan Kardec ensina que o Espiritismo
coloca ao alcance de todos os homens os meios práticos de identificar os
Espíritos enganadores, dando aos homens os meios práticos de identificar os
Espíritos enganadores, dando aos homens os meios de distinguir os bons dos maus
através do estudo da Doutrina Espírita.
Não existem
médiuns e mediunidades melhores que as outras; o que Deus espera de nós é que
qualquer faculdade mediúnica seja praticada com amor. Se procuramos a
felicidade vamos realça -la, com o estudo, porque o livro nobre é o professor
silencioso, capaz de ajudar sempre.
A Doutrina
Espirita é amor, ela é caridade, ela tem a tarefa de fazer reviver o
Cristianismo, tendo os Espíritas como os novos discípulos do Senhor.
Jesus é e
sempre foi a bandeira tremulante de luz que se mostra no topo do mundo.
Foi o modelo mais perfeito para servir de
modelo e guia a toda a Humanidade.
Façamos como
o Apóstolo Paulo” Já não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim”.
Como sabemos,
os médiuns são os intérpretes e os instrumentos dos Espíritos.
O que faz um
médium fracassar: falta de análise das comunicações, leviandade, indiferença,
presunção, orgulho,
suscetibilidade, exploração, egoísmo, inveja e
elogios.
O médium que
reunir estas cinco virtudes pode ser qualificado de bom: seriedade, modéstia,
devotamento, abnegação e caridoso.
“Quis o
Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que a voz dos Espíritos
penetrasse por toda a parte, a fim de que cada um pudesse obter a prova da
imortalidade.
É com esse
objetivo que os Espíritos se manifestam por toda a Terra, que a mediunidade,
revelando-se entre pessoas de todas as idades e de todas as crenças, entre
homens e mulheres, crianças e velhos, constitui um sinal de que os tempos chegaram.
Concluo que,
para merecermos a assistência dos Bons Espíritos é necessário que nós também
sejamos bons.
Estabelecendo
afinidade moral com os Espíritos virtuosos, porque este é um meio de gozarmos
de seus favores e as portas dos Céus se abrirão, amplas e generosas, a fim de
que, por elas jorrem mensagens de luz para todos nós e para toda a humanidade.
A palma da
vitória da mediunidade é o seu aprimoramento, em ser exercida com amor e
praticando a Mediunidade com o nosso Divino Mestre Jesus.
Aurinda Tavares