quinta-feira, 3 de maio de 2018

“ EUTANÁSIA NA VISÃO ESPÍRITA”


“ EUTANÁSIA NA VISÃO ESPÍRITA”



Todo o acto que abrevia a vida no nosso corpo físico é contrário às Leis de Deus. A vida nos foi dada pelo nosso Criador e Pai, portanto só Ele, e mais ninguém, nos a pode retirar. Mesmo assim, ninguém parte para o outro Mundo, sem que a sua missão seja cumprida aqui na Terra, a menos que a interrompa antes da sua viagem programada.
Eutanásia ("morte") é a prática pela qual se abrevia a vida de uma pessoa incurável por um especialista.
Esta prática, tanto em (Portugal como no Brasil) é considerada ilegal). É um assunto altamente polémico e controverso, porque existem pessoas, que a aceitam boamente e outras, são totalmente contrárias a esta ideia homicida e suicida, por terem em consideração os valores da dignidade humana, o respeito e o carinho, pelas pessoas débeis.
Também as religiões condenam a sua prática, por ser contrária às Leis de Deus.
Também os Espíritas, sendo conhecedores dos efeitos perniciosos para o Espírito que parte deste mundo para o outro, não consentem, e não admitem essa prática para o seu corpo, por saberem, quão perniciosa e prejudicial é, para o seu Espírito, na hora do despertar no além-túmulo e nas suas sucessivas reencarnações.
Só os materialistas e os ateístas aceitam essa prática. Os materialistas, porque só têm em linha de conta o corpo e não o destino do Espírito. Os ateístas, por sua vez, duvidam que tenham uma alma. Duvidando até da existência de Deus, mas lá fundo, bem no fundo, alguns ainda dizem, graças a Deus que sou ateu.
Só Deus é o Senhor dos nossos destinos, portanto só Ele, nos pode retirar a vida do corpo, para o retorno do nosso Espírito ao Mundo Espiritual.
Ninguém duvide, porque todos iremos! Com destinos diferentes, porque o acesso aos lugares felizes, serão de acordo ao nosso merecimento.
Na Pátria Celestial, existem lugares venturosos e de grandes sofrimentos, eles nos aguardam, de acordo ao nosso merecimento.
Na Tábua dos Dez Mandamentos, recebida por Moisés no Monte Sinai, nela foram expressos os fundamentos da justiça humana, havendo a recomendação inequívoca: “Não matarás”.
No capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo:
Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?
Item 28. Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus?
Não pode ele conduzir o homem até á borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar ideias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?
Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. — S. Luís. (Paris, 1860.)
Os últimos momentos da hora derradeira da agonia são de uma importância extrema, para os moribundos, por lhes poderem permitir reflexões, sobre os seus actos passados e de poderem nesses momentos, lhes proporcionarem o seu arrependimento.
O arrependimento no estado corporal permitirá ao Espírito ver a diferença entre o bem e o mal, reconhecendo assim os seus erros para os poder reparar.
O arrependimento também se pode dar no Mundo Espiritual, aspirando o Espírito a uma nova reencarnação, para expiar e para poder reparar os seus erros, mas também para se corrigir e continuar a sua evolução.
No plano físico podemos definir o arrependimento, como uma consciência culpada, por algo de errado que tenhamos cometido. Analisando se prejudicamos a alguém, ou a nós próprios, e em qualquer um dos casos, uma dor moral nos esmaga, com todo o seu peso, e as suas consequências são uma grande (dor moral), que nos oprime, sentimento de culpa, depressão, angústia, tristeza, remorsos, ansiedade indefinível e desespero.
No plano espiritual, o Espírito arrependido aspira a uma nova reencarnação, para mais depressa, poder repara os seus erros e para mais depressa se poder purificar. O Espírito compreenderá aquilo que o fez falir, reconhecerá as suas imperfeições e tudo quanto o priva de ser feliz, aspirando por uma nova existência corporal, para poder expiar as suas faltas e as poder reparar.
Reconhecendo o Espírito arrependido, quais serão os melhores caminhos ainda que eles sejam repletos de grandes dores e de penosos sofrimentos, mas fecundos de progressos espirituais, terá ele a preferência pelos ambientes de dor e de grandes provações, por serem eles os abençoados caminhos, para sua correcção, e reparação, de todo o seu passado delituoso e por estes, lhe apressarem o seu próprio adiantamento espiritual.
Quando o Espírito no Mundo Espiritual reconhece as suas faltas, sentirá remorsos e angústias morais, desejando ardentemente preparar uma nova reencarnação, para se encontrar de novo, com aqueles a quem haja prejudicado.
Vejamos agora a questão 953 do Livro dos Espíritos — Allan-Kardec, fez esta pergunta aos Espíritos Superiores: Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte?
“ É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?”.
A (— Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; mas estamos figurando o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes.
“É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador”.
B — Quais, nesse caso, as consequências de tal acto?
“Uma expiação proporcionada, como sempre à gravidade da falta, de acordo com as circunstâncias”.
954. Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?
“ Não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal”.
957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
“Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, corresponde sempre às causas que o produziram. Há porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam”.
Portanto, quer o homem se mate, ou se faça matar é sempre o grande culpado pelo acto praticado, cometendo por isso suicídio.
O suicídio além de ser um acto vergonhoso é também uma transgressão às Leis Divinas. Deus tem no Mundo todos os recursos, para podermos encarar a vida com naturalidade e para que sejamos mais ou menos felizes.
O desgosto da vida é efeito da ociosidade, da falta de fé ou da saciedade.
Ao homem não assiste o direito de dispor da sua vida; por isso o suicídio é uma transgressão da Lei de Deus, salvo apenas se for praticado por um louco, que não sabe o que faz. Fugir às misérias e decepções do mundo significa falta de coragem. Deus ajuda aos que sofrem mas não aos que não querem ter energia nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Ai daqueles que conduzirem uma pessoa ao suicídio, porque responderão por um assassínio. Não se chega a uma vida melhor através do suicídio, pois será preciso reencarnar novamente para concluir a mesma vida que foi encurtada. Também comete suicídio, todo aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a sua existência, para abreviar os instantes de seus sofrimentos.
Aplicada desde as culturas mais antigas, a Eutanásia, longe de ser uma “morte feliz” é uma solução infeliz para o paciente, além de se constituir em lamentável desrespeito aos desígnios de Deus.
Os ateístas e os materialistas afirmam que a Eutanásia dá dignidade à morte, que permite aos pacientes sofrerem menos nas doenças terminais, outros fogem à vida pelas portas do suicídio, pensando que por estas vias, solucionam os seus problemas. Certamente que desconhecem as Leis de Deus, e as consequências para o Espírito na pós-morte.
Matar, seja a que pretexto for, é violação dos Códigos da Vida Maior e ninguém tem o direito de admitir, nem de aconselhar. O aborto é, também outro crime e ninguém tem o direito de o praticar, porque é tirar a vida daquele/a que tem o direito de viver, e que sendo indefeso, não poderá defender-se desse terrível crime.
Quando o paciente solicita a eutanásia, o acto converte-se em suicídio covarde e quando é aplicada sem o seu conhecimento, por este se encontrar sem possibilidades de decisão, torna-se um homicídio vergonhoso. Os deveres e a função da medicina são, de atenuar as dores e os sofrimentos, de prolongar a vida dos seus semelhantes e nunca decidirem por lhes tirar a vida.
Todos os contributos do Espiritualismo em geral e do Espiritismo em particular são de muita importância para os trânsfugas do dever, antes que compliquem as suas existências e as dos outros.
A Eutanásia é usada como pretexto de evitar sofrimento e conhecida como “morte piedosa”. Esta questão envolve a medicina, e esta tem a finalidade de curar e sanar dores. No código de Ética Médica, por exemplo, está prescrito como dever do médico o cuidado de preservar a vida e a proibição, ao mesmo tempo, da utilização de meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a seu pedido, ou de seu representante legal.
Quem sabe se nesses curtos momentos da sua vida, não será o momento favorável para aquele enfermo se reerguer, repensando em todos os seus actos passados, para se poder arrepender.
Além disso, não nos podemos esquecer, que muitas das vezes, é o próprio Espírito, que antes de reencarnar, solicitou uma morte dessa natureza. Pedindo no Mundo Maior aos seus Mentores, para que ficasse num estado físico irreversível – coma, por exemplo – pode estar previsto acontecer, para nosso próprio adiantamento espiritual e expiação.
Há casos de pessoas com doenças súbitas, que estiveram ligadas às máquinas, sem esperanças de vida, sendo clinicamente reconhecidas, com morte cerebral e, após desligarem as máquinas, elas voltaram à vida.
Estes casos são muito frequentes, e muitas pessoas, nestes termos, podem ser enterradas vivas, porque a morte do corpo, só é definitiva, quando a alma abandona o corpo. Enquanto houver a ligação perispiritual ao corpo, a morte não se efectuou.
Segundo o Espiritismo, estes casos chamam-se de Letargia.
O caso da Ressurreição de Lázaro foi um desses casos, Cristo o arrancou das trevas do Sepulcro, para que o seu amigo dilecto conseguisse, dispor de mais tempo, para poder completar a sua existência terrena, necessário para o cumprimento da sua missão terrena.
E muitas pessoas que já sofreram uma pós-morte, quando volveram à vida, vieram com uma disposição para melhor enfrentarem a vida e que antes, dela não dispunham.
Para além de ficarem mais crentes, e de pensarem que a vida afinal, não se resume só naquilo que nós vemos!
Outras pessoas trazem novos projectos de vida, afirmando que dantes não teriam tempo para os realizarem.
Defendemos a vida, porque a vida é um direito, e violá-la é transgredir as Leis de Deus.
Desde a época de Esparta, na antiga Grécia, com seu culto ao corpo, eram condenados os inaptos, os enfermos, os gladiadores da Roma Antiga e os guerreiros da Idade Média, eram eles sacrificados a pretexto de poupá-los da agonia.
Depois de alguns Séculos passados, alguns ter-se-ão esquecido, do juramento de Hipócrates (460/377 AC): “A ninguém darei, para agradar, remédio mortal, nem conselho que o conduza à destruição”.
O código de Ética Médica prescreve, como dever do médico, o cuidado da preservação da vida humana e proíbe à medicina a utilização de meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido do doente, ou do seu responsável legal. (Cap. V. art. 66).
A Eutanásia é um total desrespeito a todos aqueles que são iguais a nós, que deram a vida por nós e destrói a razão de ser da medicina, que tem a obrigação, da preservação da vida, dada por Deus a todos os seus filhos.
A sociedade em geral tem obrigações, quanto à preservação da vida. Manter a vida é obrigação de todos nós, e empurrá-los para a morte é da responsabilidade daqueles que praticam o crime.
Sejamos leais e sinceros, existem também muitos familiares, que, bem lá no fundo, o que desejam é verem-se livres do trabalho e, das despesas que os idosos lhes dão, e muitos outros, estão desejosos por lhes receberem é as suas heranças.
No Livro “Obreiros da Vida Eterna” de André Luiz, relata um caso de Eutanásia, a que foi submetido o Espírito Cavalgante. O médico aproveitando-se da inconsciência do moribundo e sem autorização dos seus familiares, aplicou-lhe uma dose letal de anestésico.
O perispírito de Cavalcante sendo afectado pelo medicamento, Cavalcante-Espírito vê-se atordoado e incapaz de tomar qualquer atitude, perante o ocorrido.
O desprendimento de seu Espírito ao seu corpo físico ocorreu tardiamente em face do ocorrido e com a ajuda dos seus Benfeitores Espirituais.
Mesmo assim, Cavalcante não se retirou em condições muito fáceis e favoráveis.
Apático, sonolento e desmemoriado, sendo recolhido num departamento espiritual, necessitando de rigorosos cuidados.
Eutanásia, longe de se situar por morte “suave” é uma grande complicação para quem sofre os seus efeitos danosos.
Emmanuel, no texto intitulado “Eutanásia e Vida”, no livro Diálogo dos Vivos, observa que “o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de colectividades inteiras. Devidamente reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo o Espírito descende das suas próprias obras.
Ninguém pode afirmar com absoluta segurança, que um paciente, estará fatalmente condenado a morrer, naquele momento e por aqueles motivos. A literatura médica tem exemplos de pacientes que em estados desesperadores que eles se recuperam.
A Doutrina Espírita ensina que a Eutanásia interrompe a depuração do Espírito, uma vez que antecipa a sua partida para o plano espiritual, desencadeando a desencarnação mais cedo do que o previsto e impondo ao desencarnado sérias e complicadas dificuldades no retorno ao plano espiritual e, também na sua próxima/ou próximas reencarnações.
Em caso algum a Eutanásia deve de ser praticada, a agonia prolongada pode ter uma finalidade útil, uma finalidade preciosa paras as almas que passam por ela. A moléstia incurável pode ser um bem, por poder dar aquela alma a possibilidade de drenar o seu Espírito das suas impurezas, para poder ingressar no Mundo Espiritual com a sua alma mais purificada.
Ser médico, é ser um sacerdote ao serviço de Deus. A Suprema Bondade, do nosso Pai de Amor, permite o avanço da medicina, para benefício da saúde geral de todos os seus filhos. Que a humanidade tenha nesses homens e mulheres verdadeiros apóstolos do Amor, cumprindo a sua missão gloriosa na medicina, como verdadeiros sacerdotes, dignificando e valorizando a vida de toda a humanidade.
Nós da nossa parte, peçamos a Deus, para que os fomentadores do suicídio e do homicídio, através da Eutanásia, se esclareçam nas Leis do nosso Pai Celestial, através de Jesus, a fim de serem pessoas esclarecidas e pessoas de bem, através da mensagem imorredoura do Seu Evangelho.
Fontes bibliográficas:
O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan-Kardec;
O Livro dos Espíritos de Allan-Kardec;
Obreiros da Vida Eterna de André Luiz e psicografado, por Francisco Cândido Xavier

                      
Aurinda Tavares
                                                                         














                             

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