domingo, 23 de setembro de 2018

PAIXÕES/ EGOÍSMO/ CARACTERES DO HOMEM DE BEM/ CONHECIMENTO DE SI MESMO/



PAIXÕES/
EGOÍSMO/
CARACTERES DO HOMEM DE BEM/
CONHECIMENTO DE SI MESMO




Na pergunta 629 do Livro dos Espíritos de Allan-Kardec:
Que definição se pode dar da moral?
“A moral é a regra de bem proceder, isto é de distinguir o bem do mal.
Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”
“ O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.
Analisemos as paixões: todas as paixões têm uma utilidade providencial, visto que, a não ser assim, Deus teria feito coisas inúteis e, até nocivas.
No seu abuso é que reside o mal e o homem abusa em virtude do seu livre-arbítrio. Mais tarde, esclarecido pelo seu próprio interesse livremente escolhe entre o bem e o mal.
O homem tem sempre ao seu dispor meios para distinguir o que é bem e o que é mal, quando crê em Deus e o quer saber, pois para isso é dotado da inteligência. Jesus deu-nos a chave, dizendo: “O que quereis que vos façam, fazei aos outros”. É preciso que o Espírito seja colocado neste mundo entre o bem e o mal, para que ganhe experiência. A lei de Deus é a mesma para todos, porém o mal depende principalmente da vontade que se tenha de o praticar. Tanto mais culpado é o homem quanto melhor sabe o que faz.
907— Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na Natureza?
“ Não a paixão está no excesso de que se acresce a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.
908 — Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?
As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar.
Uma paixão se torna perigosa desde que passe a governar.
Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem”
E Kardec, ainda acrescenta: — As paixões são alavancas que duplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos desígnios da Providência. Mas, se, em vez de as dirigir, deixa que elas o dirijam, cai o homem nos excessos e a própria força que, manejada pelas suas mãos, poderia produzir o bem, contra ele se volta e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural. O princípio das paixões não é, assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossa existência.
A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como consequência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual.
Todo o sentimento que eleva o homem acima da natureza animal denota predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.
909 — Poderia o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?
“Sim e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”
910 — Pode o homem achar nos Espíritos eficaz assistência para  triunfar de suas paixões?
“Se o pedir a Deus e ao seu bom génio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.”
459 — Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos actos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.”
911— Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las?
“Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios.
Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”.
Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade.
Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”
912— Qual o meio mais eficiente de combater o predomínio da natureza corpórea?
“Praticar a abnegação.
A Doutrina Espírita nos ensina que todas as paixões têm como princípio originário uma necessidade ou um sentimento natural, colocados em nosso âmago com fim de estimular-nos ao trabalho e à conquista da felicidade.
“ Deus é Amor” e, ao criar-nos fez-nos participantes de sua natureza, isto é, dotados dessa virtude por excelência, carecendo apenas que a desenvolvamos e a depuremos, até à sublimação.
Houve por bem, então, tornar-nos sensíveis ao prazer para que cada um de nós, buscando-o cultivasse o amor a si mesmo, para, numa outra etapa, ser capaz de estender esse amor aos semelhantes.
Pode parecer que a busca do prazer pessoal seja uma forma errónea, por sumamente egoísta, para que possa conduzir-nos à efectivação desse grandioso desiderato. Deus, porém, em sua omnisciência, sempre escolhe os melhores caminhos possíveis para o nosso progresso, e se assim há determinado é porque sabe que, sem experimentarmos, antes, quanto é bom o amor que nos devotamos e ao qual tudo sacrificamos, jamais chegaríamos ao extremo oposto, de sacrificar-nos por amor a outrem.
Os gozos que o mundo nos proporciona, entretanto são regulados por leis divinas, que lhes estabelecem limites em função das reais necessidades do nosso corpo físico e dos justos anseios de nossa alma, e transpô-los ocasiona consequências tanto mais funestas quanto maiores sejam os desmandos cometidos.
Nisto, como em todo aprendizado que lhe cumpre fazer, seja de um ofício, de uma arte, ou do exercício de um poder qualquer, o homem começa causando, a si mesmo e ao próximo, mais prejuízos que benefícios.
É que, em sua imensa ignorância, não sabe distinguir o uso do abuso, exagera suas necessidades e sentimentos e é aí no excesso,
que aquelas e estes se transformam em paixões, provocando perturbações e danos ao seu organismo e ao seu psiquismo.
Apresentemos alguns exemplos:
Alimentar-nos é um imperativo da natureza, cujo atendimento é coisa que nos dá grande satisfação. Quantos, entretanto, façam dos “prazeres da mesa” a razão de sua existência, rendendo-se à glutonaria, mais dias, menos dias, terão que pagar, com a enfermidade, senão mesmo com a morte, o preço desses maus hábitos.
Muito natural o nosso desejo de preparar dias melhores para nós e para a nossa família, bem assim as lutas a que nos entregamos e os sacrifícios que nos impomos, visando a tal objectivo. Todavia, é preciso que essa preocupação pelo futuro não ultrapasse os limites do razoável, para que não se converta em obsessão.
A recreação, por outro lado, é uma exigência de nosso espírito, e os entretenimentos ocasionais valem por excelentes factores de higiene mental. Infelizes, no entanto, os que, seduzidos pelas emoções de uma partida de baralho ou de vispora, pelo lucro fácil de um lance na roleta, ou quejandos, se deixam dominar pelo jogo! A desgraça não tardará a abatê-los, como abatidos têm sido todos quantos se escravizam a essa terrível viciação.
Calor excessivo ou frio intenso podem forçar-nos, vez por outra, a um refrigerante gelado ou a uma dose alcoólica, com o que nos dessedentamos, ou nos reconfortamos gostosamente. Mas todo cuidado será pouco para não descambarmos para a bebedice, pois seus malefícios, provam-no as estatísticas assumem características de verdadeiro flagelo social.
Todos nós sentimos necessidade de dar e de receber carinho, já que ninguém consegue ser feliz sem isso. É de todo conveniente, entretanto, repartir nosso afecto com os que pertencem ao nosso círculo familiar, estendê-lo a amigos e outos semelhantes, evitando concentrá-lo em uma só pessoa, fazendo depender unicamente dela o nosso interesse pela vida, pois, ao perder esse alguém, podemos sofrer um golpe doloroso demais para ser suportado sem perda do equilíbrio espiritual.
Não há quem não deseje auto-afirmar-se, mediante, a realização de algo que corresponde às suas tendências dominantes, daí porque alguns se atiram, com inusitado entusiasmo, a determinados estudos, outros se empolgam na procura ou no apuramento de uma nova técnica com que sonham projectar-se na especialidade de uma nova técnica com que sonham projectar-se na especialidade de sua predilecção, e outros ainda descuidam de tudo e de todos para devotar-se, inteiramente, às actividades artísticas ou científicas que os abrasam. Importa, porém, acautelar-nos com o perigo do monoideísmo, responsável por neuroses ou insânias de difícil recuperação.
Como se vê, o princípio nada tem de mau, visto que “assenta numa das condições providenciais de nossa existência,”
Podendo inclusive, em certos casos e enquanto governadas, levar o homem a feitos nobilitantes.
Todo o mal, repetimo-lo, reside no abuso que delas se faz.
Urge, portanto, que, na procura do melhor, do que nos traga maior soma de gozo, aprendamos a respeitar as leis da vida, para que elas inexoráveis como são, não se voltem contra nós, compelindo-nos a penosos processos de reajuste e reequilíbrio.
Umas breves notas sobre o egoísmo:
Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?
913 — Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo o mal.
Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade.
Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.
914— Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Chegar-se-à a consegui-lo?
“À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais.
Depois, necessário é, que, se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.”
 915 — Por ser inerente à espécie humana, o egoísmo, não constituirá sempre um obstáculo ao reinado do bem na Terra?
“ É exacto que no egoísmo tendes o vosso maior mal, porém, ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade mesma. Ora, depurando-se por encarnações sucessivas, os Espíritos se despojam do egoísmo, como de outras impurezas. Não existirá na Terra nenhum homem isento de egoísmo e praticante da caridade? Há muitos mais homens assim do que supondes. Apenas, não os conheceis, porque a virtude foge à viva claridade do dia. Desde que haja um, porque não haverá dez? Havendo dez, por que não haverá mil e assim por diante?
 916 — Longe de diminuir, o egoísmo cresce com a civilização, que, até, parece, o excita e mantém. Como poderá a causa destruir o efeito?
“ Quanto maior é o mal, mais hediondo se torna. Era preciso que o egoísmo produzisse muito mal, para que compreensível se fizesse a necessidade de extirpá-lo. Os homens, quando se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento mútuo da solidariedade.
Então, o forte será o amparo e não o opressor do fraco e não mais serão vistos homens a quem falte o indispensável, porque todos praticarão a lei de justiça. Esse o reinado do bem, que os Espíritos estão incumbidos de preparar.
“ Bastante grande é a perversidade do homem.
Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos?
“Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos.
Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas.
917— Qual o meio de destruir-se o egoísmo?
“ De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pode libertar-se e para cujo entretenimento tudo, concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo vos faculta, do vosso estado futuro, real e não desfigurado por ficções alegóricas. Quando, bem compreendido, se houver identificado com os costumes e as crenças, o Espiritismo transformará os hábitos, os usos, as relações sociais. O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade. Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas legítimas proporções, ele necessariamente combate o egoísmo.
785 — Qual o maior obstáculo ao progresso?
O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efectua sempre. À primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual reduplica a actividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que a seu turno, incitam o homem a empreender pesquizas que lhe esclarecem o Espírito. Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem. Curta, porém, é a duração desse estado de coisas, que mudará à proporção que o homem compreender melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona uma felicidade existe maior e infinitamente mais duradoura.
A paixão está no excesso do que se acresce à vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que a paixão pode levá-lo à realização de grandes coisas.
O abuso que dela se faz é que causa o mal.
Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que o homem deixa de poder governá-la.
O homem pelos seus esforços, pode vencer as suas más inclinações. Quando não as vence é porque lhe falece a vontade, pois se pedir a Deus e ao seu bom génio, os bons Espíritos o auxiliarão. Vencer as paixões, representa uma vitória do Espírito sobre a matéria, e que pode ser obtida com a prática da abnegação.
O egoísmo é a raiz de todos os vícios, porque dele derivam todos os males. Todos os esforços do homem devem tender para extirpar o egoísmo. Ele se funda no interesse pessoal mas, à medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas. Daí a necessidade de ir o homem se libertando da influência da matéria, fazendo com que a vida moral vá predominando sobre a vida material, com a compreensão do seu futuro real, actualmente desfigurado por ficções alegóricas.
O egoísmo é a fonte de todos os vícios. Dele dimanam a ambição, o ciúme, a inveja, o ódio, o orgulho e todos os males que infelicitam a Humanidade, pelas mágoas que produzem, pelas dissensões que provocam e pelas perturbações sociais a que dão ensejo.
Vemo-lo manifesto neste mundo sob as mais variadas formas, a saber: egoísmo individual, egoísmo familiar, egoísmo de classe, egoísmo de raça, egoísmo nacional, egoísmo sectário.
Em seu aspecto individual, funda-se num sentimento exagerado de interesse pessoal, no cuidado exclusivo de si mesmo, e no desamor a todos os outros, inclusive os que habitam o mesmo tecto, os quais, não raro, são os primeiros a lhe sofrerem os efeitos.
O egoísmo familiar consiste no amor aos pais, irmãos, filhos, enfim àqueles que estão ligados pelos laços da consanguinidade, com exclusão dos demais. Limitados por esse espírito de família, são muitos, ainda, os que desconhecem que todos somos irmãos e (filhos de um único Pai Celestial), e se furtam a qualquer expressão de solidariedade fora do círculo restrito da própria parentela.
O egoísmo de classe se faz sentir através dos movimentos reivindicatórios tão em voga em nossos dias. Ora é uma classe profissional que entra em greve, ora é outra que promove dissídio,
Ou são servidores públicos que pressionam os governos a fim de forçar o atendimento às suas exigências, agindo cada grupo tão, somente em função de suas conveniências, sem atentar para o desequilíbrio e os sacrifícios que isso possa custar à colectividade.
O egoísmo de raça é responsável, também, por uma série de dramas e conflitos dolorosos.
Que o digam os pretos, vítimas de cruéis descriminações em várias partes do mundo, assim como os enamorados que, em tão grande número, não puderam tornar-se marido e mulher, consoante os anseios de seus corações, porque os prejuízos raciais de seus familiares falaram mais alto, impedindo a concretização de seus sonhos de felicidade.
O egoísmo nacional é o que se disfarça ou se esconde sob o rótulo de “patriotismo.” Habitantes de um país, a pretexto de engrandecer sua pátria, invadem outros países, escravizam-lhe as populações, destroem-lhes a nacionalidade, gerando, assim, ódios insopitáveis que, mais dia menos dia, hão-de explodir em novas lutas sanguinolentas.
O egoísmo sectário é aquele que transforma crentes em fanáticos, a cujos olhos só a sua igreja é verdadeira e salvadora, sendo, todas as outras fontes de erro e de perdição, fanáticos aos quais se proíbe de ouvir ou ler qualquer coisa que contrarie os dogmas de sua organização religiosa, aos quais se interdita auxiliar instituições de assistência social cujos dirigentes tenham princípios religiosos diversos do seus, e aos quais se inculta ser um dever de consciência defender tamanha estreiteza de sentimentos.
Esse tipo de egoísmo é, seguramente, o mais funesto, por se revestir de um fanatismo religioso, obstando que os ingénuos e desprevenidos o reconheçam pelo que é, na realidade.
Foi esse egoísmo sectário que, no passado, promoveu as chamadas guerras religiosas e a “Santa” Inquisição, de tão triste memória, infligindo torturas e mortes excruciantes a centenas de milhares de homens, mulheres e crianças, e, ainda hoje, desperta, acoraçoa e mantém a animosidade entre milhões de criaturas, retardando o estabelecimento daquela Fraternidade Universal que o Cristo veio preparar com o seu Evangelho de Amor.
O Espiritismo, pela poderosa influência que exerce no homem, fazendo-o sentir-se um ser cósmico, destinado a ascender pelo progresso moral às mais esplendorosas moradas do Infinito, é o mais eficaz antídoto ao veneno do egoísmo; praticá-lo é, pois trilhar o caminho da Evolução e preparar-se um futuro incomparavelmente mais feliz!
O homem de bem:
918 — Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia espírita?
“ O Espírito prova a sua elevação, quando todos os actos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual”.
Verdadeiramente, o homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.
Se interroga a própria consciência sobre os actos, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.
É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças, nem de crenças.
Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como Um Depósito, de que lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que Deus, que lhas deu, também lhas pode retirar.
Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade complacência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho.
É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e se lembra destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.
Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será.
Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.
O meio mais prático, mais eficaz para o homem se melhorar nesta vida e resistir à atracção do mal, é o indicado por um sábio da antiguidade, que já dizia:” “Conhece-te a ti mesmo”
Santo Agostinho afirma: “O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.”
Desse modo,” conhecer-se a si mesmo” é a condição indispensável para nos levar a assumir deliberadamente o combate à predominância da natureza corpórea.
A disposição de conhecer-se a si mesmo pode surgir naturalmente como fruto do amadurecimento de cada um, de forma espontâneo, nata, resultante da própria condição espiritual do indivíduo, ou poderá ser provocada pela acção do sofrimento renovador que, sensibilizando a criatura, desperta-a para valores novos do espírito. Uns chegam pela compreensão natural, outros, pela dor, que também é um meio de despertar a nossa compreensão.
Um grande número de indivíduos são levados, devido a desequilíbrios emocionais, a gabinetes psiquiátricos ou psicoterápicos para tratamentos específicos. Através desses tratamentos vêm a conhecer as origens de seus distúrbios, aprendendo a identifica-los e a controlá-los, normalizando, até certo ponto, a sua conduta. Porém, isso ocorre dentro de uma motivação de comportamento compatível com os padrões de algumas escolas psicológicas, quase todas materialistas.
Conhecimento de nós mesmos:
O estudo da Doutrina Espírita faculta-nos a chave, para nós nos podermos conhecer intimamente, dando-nos amplas oportunidades de estudo e todas as possibilidade, através do conhecimento que nos faculta, para nos renovarmos interiormente, e dessa forma corrigirmos os nossos defeitos, ensinando-nos a ser pessoas cada vez melhores, mais responsáveis mais humanas e mais conscientes.
Na Doutrina Espírita, como Cristianismo Redivivo, buscamos o conhecimento de nós mesmos, o consolo e a esperança num sentido mais amplo, dando-nos a conhecer os ensinamentos evangélicos, únicos padrões condizentes com a nossa realidade espiritual nos dois planos da nossa existência.
É preciso então despertar em nós a necessidade de conhecer o nosso íntimo, objectivando a nossa transformação dentro do sentido cristão original, ensinado e exemplificado pelo nosso Divino Mestre Jesus.
Conhecer exclusivamente as causas e as origens de nossos traumas e recalques, de nossas distonias emocionais nos quadros da presente existência é limitar os motivos dos nossos conflitos, olvidando a realidade das nossas existências anteriores, os delitos transgressores do ontem, que nos vinculam aos processos de reequilibradores e aos reencontros conciliadores do hoje.
As motivações que nos induzem a desenvolver nossa remodelação de comportamento projectam-se igualmente para o futuro da nossa eternidade espiritual, onde os valores ponderáveis são exactamente aqueles obtidos nas conquistas nobilitantes do coração.
Percebendo nós o nosso passado longínquo de erros, trabalhemos livremente no presente, preparando um futuro existencial mais suave e edificante.
Esse é o amplo contexto da nossa realidade espiritual, à qual almejamos nos integrar actuantes e produtivos.
O emérito professor Allan Kardec, em sua obra O Céu e o Inferno 1ª parte, capítulo VII, mostra-nos, nos itens 16 do Código Penal da Vida Futura, que no caminho para a regeneração não basta ao homem o arrependimento. São necessárias a expiação e a reparação, afirmando que “A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito mal”, e também praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se tem sido orgulhoso, amável se foi rude, caridoso se foi egoísta benigno se perverso, laborioso se ocioso, útil se foi inútil, frugal se intemperante, exemplar se o não foi.”
Como nos poderemos reabilitar espiritualmente:
Reabilitar-se exige modificar-se, transformar o comportamento, a maneira de ser, de agir; é reformar-se moralmente, para se poder melhorar espiritualmente.
Como nos conhecermos a nós próprios e conhecermos os nossos defeitos?
Uma entidade sublimada em magnífica mensagem a respeito, aconselha-nos: “Aquele que possuído do propósito de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como de seu jardim arranca as ervas daninhas, evocasse todas as noites as acções que praticara durante o dia e inquirisse de si próprio o bem ou o mal que houvera feito, grande força adquiriria para aperfeiçoar-se porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos, questões nítidas e precisas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objectivo procedeste em tal ou qual circunstância, sobre se obraste alguma acção que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado? Examinai o que poderdes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem?
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir á atracção do mal?
Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”
Fontes bibliográficas:
O Evangelho Segundo o Espiritismo;
O Céu e o Inferno;
O Livro dos Espíritos.
Todos os livros são de Allan Kardec.
Poderão obter mais informações nas obras já citadas.

                                           Aurinda Tavares








quinta-feira, 3 de maio de 2018

“ EUTANÁSIA NA VISÃO ESPÍRITA”


“ EUTANÁSIA NA VISÃO ESPÍRITA”



Todo o acto que abrevia a vida no nosso corpo físico é contrário às Leis de Deus. A vida nos foi dada pelo nosso Criador e Pai, portanto só Ele, e mais ninguém, nos a pode retirar. Mesmo assim, ninguém parte para o outro Mundo, sem que a sua missão seja cumprida aqui na Terra, a menos que a interrompa antes da sua viagem programada.
Eutanásia ("morte") é a prática pela qual se abrevia a vida de uma pessoa incurável por um especialista.
Esta prática, tanto em (Portugal como no Brasil) é considerada ilegal). É um assunto altamente polémico e controverso, porque existem pessoas, que a aceitam boamente e outras, são totalmente contrárias a esta ideia homicida e suicida, por terem em consideração os valores da dignidade humana, o respeito e o carinho, pelas pessoas débeis.
Também as religiões condenam a sua prática, por ser contrária às Leis de Deus.
Também os Espíritas, sendo conhecedores dos efeitos perniciosos para o Espírito que parte deste mundo para o outro, não consentem, e não admitem essa prática para o seu corpo, por saberem, quão perniciosa e prejudicial é, para o seu Espírito, na hora do despertar no além-túmulo e nas suas sucessivas reencarnações.
Só os materialistas e os ateístas aceitam essa prática. Os materialistas, porque só têm em linha de conta o corpo e não o destino do Espírito. Os ateístas, por sua vez, duvidam que tenham uma alma. Duvidando até da existência de Deus, mas lá fundo, bem no fundo, alguns ainda dizem, graças a Deus que sou ateu.
Só Deus é o Senhor dos nossos destinos, portanto só Ele, nos pode retirar a vida do corpo, para o retorno do nosso Espírito ao Mundo Espiritual.
Ninguém duvide, porque todos iremos! Com destinos diferentes, porque o acesso aos lugares felizes, serão de acordo ao nosso merecimento.
Na Pátria Celestial, existem lugares venturosos e de grandes sofrimentos, eles nos aguardam, de acordo ao nosso merecimento.
Na Tábua dos Dez Mandamentos, recebida por Moisés no Monte Sinai, nela foram expressos os fundamentos da justiça humana, havendo a recomendação inequívoca: “Não matarás”.
No capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo:
Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?
Item 28. Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus?
Não pode ele conduzir o homem até á borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar ideias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?
Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. — S. Luís. (Paris, 1860.)
Os últimos momentos da hora derradeira da agonia são de uma importância extrema, para os moribundos, por lhes poderem permitir reflexões, sobre os seus actos passados e de poderem nesses momentos, lhes proporcionarem o seu arrependimento.
O arrependimento no estado corporal permitirá ao Espírito ver a diferença entre o bem e o mal, reconhecendo assim os seus erros para os poder reparar.
O arrependimento também se pode dar no Mundo Espiritual, aspirando o Espírito a uma nova reencarnação, para expiar e para poder reparar os seus erros, mas também para se corrigir e continuar a sua evolução.
No plano físico podemos definir o arrependimento, como uma consciência culpada, por algo de errado que tenhamos cometido. Analisando se prejudicamos a alguém, ou a nós próprios, e em qualquer um dos casos, uma dor moral nos esmaga, com todo o seu peso, e as suas consequências são uma grande (dor moral), que nos oprime, sentimento de culpa, depressão, angústia, tristeza, remorsos, ansiedade indefinível e desespero.
No plano espiritual, o Espírito arrependido aspira a uma nova reencarnação, para mais depressa, poder repara os seus erros e para mais depressa se poder purificar. O Espírito compreenderá aquilo que o fez falir, reconhecerá as suas imperfeições e tudo quanto o priva de ser feliz, aspirando por uma nova existência corporal, para poder expiar as suas faltas e as poder reparar.
Reconhecendo o Espírito arrependido, quais serão os melhores caminhos ainda que eles sejam repletos de grandes dores e de penosos sofrimentos, mas fecundos de progressos espirituais, terá ele a preferência pelos ambientes de dor e de grandes provações, por serem eles os abençoados caminhos, para sua correcção, e reparação, de todo o seu passado delituoso e por estes, lhe apressarem o seu próprio adiantamento espiritual.
Quando o Espírito no Mundo Espiritual reconhece as suas faltas, sentirá remorsos e angústias morais, desejando ardentemente preparar uma nova reencarnação, para se encontrar de novo, com aqueles a quem haja prejudicado.
Vejamos agora a questão 953 do Livro dos Espíritos — Allan-Kardec, fez esta pergunta aos Espíritos Superiores: Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte?
“ É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?”.
A (— Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; mas estamos figurando o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes.
“É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador”.
B — Quais, nesse caso, as consequências de tal acto?
“Uma expiação proporcionada, como sempre à gravidade da falta, de acordo com as circunstâncias”.
954. Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?
“ Não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal”.
957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
“Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, corresponde sempre às causas que o produziram. Há porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam”.
Portanto, quer o homem se mate, ou se faça matar é sempre o grande culpado pelo acto praticado, cometendo por isso suicídio.
O suicídio além de ser um acto vergonhoso é também uma transgressão às Leis Divinas. Deus tem no Mundo todos os recursos, para podermos encarar a vida com naturalidade e para que sejamos mais ou menos felizes.
O desgosto da vida é efeito da ociosidade, da falta de fé ou da saciedade.
Ao homem não assiste o direito de dispor da sua vida; por isso o suicídio é uma transgressão da Lei de Deus, salvo apenas se for praticado por um louco, que não sabe o que faz. Fugir às misérias e decepções do mundo significa falta de coragem. Deus ajuda aos que sofrem mas não aos que não querem ter energia nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Ai daqueles que conduzirem uma pessoa ao suicídio, porque responderão por um assassínio. Não se chega a uma vida melhor através do suicídio, pois será preciso reencarnar novamente para concluir a mesma vida que foi encurtada. Também comete suicídio, todo aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a sua existência, para abreviar os instantes de seus sofrimentos.
Aplicada desde as culturas mais antigas, a Eutanásia, longe de ser uma “morte feliz” é uma solução infeliz para o paciente, além de se constituir em lamentável desrespeito aos desígnios de Deus.
Os ateístas e os materialistas afirmam que a Eutanásia dá dignidade à morte, que permite aos pacientes sofrerem menos nas doenças terminais, outros fogem à vida pelas portas do suicídio, pensando que por estas vias, solucionam os seus problemas. Certamente que desconhecem as Leis de Deus, e as consequências para o Espírito na pós-morte.
Matar, seja a que pretexto for, é violação dos Códigos da Vida Maior e ninguém tem o direito de admitir, nem de aconselhar. O aborto é, também outro crime e ninguém tem o direito de o praticar, porque é tirar a vida daquele/a que tem o direito de viver, e que sendo indefeso, não poderá defender-se desse terrível crime.
Quando o paciente solicita a eutanásia, o acto converte-se em suicídio covarde e quando é aplicada sem o seu conhecimento, por este se encontrar sem possibilidades de decisão, torna-se um homicídio vergonhoso. Os deveres e a função da medicina são, de atenuar as dores e os sofrimentos, de prolongar a vida dos seus semelhantes e nunca decidirem por lhes tirar a vida.
Todos os contributos do Espiritualismo em geral e do Espiritismo em particular são de muita importância para os trânsfugas do dever, antes que compliquem as suas existências e as dos outros.
A Eutanásia é usada como pretexto de evitar sofrimento e conhecida como “morte piedosa”. Esta questão envolve a medicina, e esta tem a finalidade de curar e sanar dores. No código de Ética Médica, por exemplo, está prescrito como dever do médico o cuidado de preservar a vida e a proibição, ao mesmo tempo, da utilização de meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a seu pedido, ou de seu representante legal.
Quem sabe se nesses curtos momentos da sua vida, não será o momento favorável para aquele enfermo se reerguer, repensando em todos os seus actos passados, para se poder arrepender.
Além disso, não nos podemos esquecer, que muitas das vezes, é o próprio Espírito, que antes de reencarnar, solicitou uma morte dessa natureza. Pedindo no Mundo Maior aos seus Mentores, para que ficasse num estado físico irreversível – coma, por exemplo – pode estar previsto acontecer, para nosso próprio adiantamento espiritual e expiação.
Há casos de pessoas com doenças súbitas, que estiveram ligadas às máquinas, sem esperanças de vida, sendo clinicamente reconhecidas, com morte cerebral e, após desligarem as máquinas, elas voltaram à vida.
Estes casos são muito frequentes, e muitas pessoas, nestes termos, podem ser enterradas vivas, porque a morte do corpo, só é definitiva, quando a alma abandona o corpo. Enquanto houver a ligação perispiritual ao corpo, a morte não se efectuou.
Segundo o Espiritismo, estes casos chamam-se de Letargia.
O caso da Ressurreição de Lázaro foi um desses casos, Cristo o arrancou das trevas do Sepulcro, para que o seu amigo dilecto conseguisse, dispor de mais tempo, para poder completar a sua existência terrena, necessário para o cumprimento da sua missão terrena.
E muitas pessoas que já sofreram uma pós-morte, quando volveram à vida, vieram com uma disposição para melhor enfrentarem a vida e que antes, dela não dispunham.
Para além de ficarem mais crentes, e de pensarem que a vida afinal, não se resume só naquilo que nós vemos!
Outras pessoas trazem novos projectos de vida, afirmando que dantes não teriam tempo para os realizarem.
Defendemos a vida, porque a vida é um direito, e violá-la é transgredir as Leis de Deus.
Desde a época de Esparta, na antiga Grécia, com seu culto ao corpo, eram condenados os inaptos, os enfermos, os gladiadores da Roma Antiga e os guerreiros da Idade Média, eram eles sacrificados a pretexto de poupá-los da agonia.
Depois de alguns Séculos passados, alguns ter-se-ão esquecido, do juramento de Hipócrates (460/377 AC): “A ninguém darei, para agradar, remédio mortal, nem conselho que o conduza à destruição”.
O código de Ética Médica prescreve, como dever do médico, o cuidado da preservação da vida humana e proíbe à medicina a utilização de meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido do doente, ou do seu responsável legal. (Cap. V. art. 66).
A Eutanásia é um total desrespeito a todos aqueles que são iguais a nós, que deram a vida por nós e destrói a razão de ser da medicina, que tem a obrigação, da preservação da vida, dada por Deus a todos os seus filhos.
A sociedade em geral tem obrigações, quanto à preservação da vida. Manter a vida é obrigação de todos nós, e empurrá-los para a morte é da responsabilidade daqueles que praticam o crime.
Sejamos leais e sinceros, existem também muitos familiares, que, bem lá no fundo, o que desejam é verem-se livres do trabalho e, das despesas que os idosos lhes dão, e muitos outros, estão desejosos por lhes receberem é as suas heranças.
No Livro “Obreiros da Vida Eterna” de André Luiz, relata um caso de Eutanásia, a que foi submetido o Espírito Cavalgante. O médico aproveitando-se da inconsciência do moribundo e sem autorização dos seus familiares, aplicou-lhe uma dose letal de anestésico.
O perispírito de Cavalcante sendo afectado pelo medicamento, Cavalcante-Espírito vê-se atordoado e incapaz de tomar qualquer atitude, perante o ocorrido.
O desprendimento de seu Espírito ao seu corpo físico ocorreu tardiamente em face do ocorrido e com a ajuda dos seus Benfeitores Espirituais.
Mesmo assim, Cavalcante não se retirou em condições muito fáceis e favoráveis.
Apático, sonolento e desmemoriado, sendo recolhido num departamento espiritual, necessitando de rigorosos cuidados.
Eutanásia, longe de se situar por morte “suave” é uma grande complicação para quem sofre os seus efeitos danosos.
Emmanuel, no texto intitulado “Eutanásia e Vida”, no livro Diálogo dos Vivos, observa que “o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de colectividades inteiras. Devidamente reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo o Espírito descende das suas próprias obras.
Ninguém pode afirmar com absoluta segurança, que um paciente, estará fatalmente condenado a morrer, naquele momento e por aqueles motivos. A literatura médica tem exemplos de pacientes que em estados desesperadores que eles se recuperam.
A Doutrina Espírita ensina que a Eutanásia interrompe a depuração do Espírito, uma vez que antecipa a sua partida para o plano espiritual, desencadeando a desencarnação mais cedo do que o previsto e impondo ao desencarnado sérias e complicadas dificuldades no retorno ao plano espiritual e, também na sua próxima/ou próximas reencarnações.
Em caso algum a Eutanásia deve de ser praticada, a agonia prolongada pode ter uma finalidade útil, uma finalidade preciosa paras as almas que passam por ela. A moléstia incurável pode ser um bem, por poder dar aquela alma a possibilidade de drenar o seu Espírito das suas impurezas, para poder ingressar no Mundo Espiritual com a sua alma mais purificada.
Ser médico, é ser um sacerdote ao serviço de Deus. A Suprema Bondade, do nosso Pai de Amor, permite o avanço da medicina, para benefício da saúde geral de todos os seus filhos. Que a humanidade tenha nesses homens e mulheres verdadeiros apóstolos do Amor, cumprindo a sua missão gloriosa na medicina, como verdadeiros sacerdotes, dignificando e valorizando a vida de toda a humanidade.
Nós da nossa parte, peçamos a Deus, para que os fomentadores do suicídio e do homicídio, através da Eutanásia, se esclareçam nas Leis do nosso Pai Celestial, através de Jesus, a fim de serem pessoas esclarecidas e pessoas de bem, através da mensagem imorredoura do Seu Evangelho.
Fontes bibliográficas:
O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan-Kardec;
O Livro dos Espíritos de Allan-Kardec;
Obreiros da Vida Eterna de André Luiz e psicografado, por Francisco Cândido Xavier

                      
Aurinda Tavares
                                                                         














                             

sábado, 10 de março de 2018

“A PASSAGEM PARA A OUTRA MARGEM”


                             “A PASSAGEM PARA A OUTRA MARGEM” 


      
     Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança?
“ A dúvida nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.” Livro dos Espíritos de Allan-Kardec.
Em O Livro dos Espíritos, o mestre lionês iniciou o trabalho estudando Deus na condição de “Causa Primária”.
Em O Livro dos Médiuns, que é um desdobramento de parte daquela obra, o Codificador examinou a questão de máxima importância, no primeiro capítulo, interrogando se “há espíritos”, como natural consequência da existência de Deus.
Sabemos que vivemos num veículo de carne, que nos movemos, que pensamos, que operamos e que morremos.
Mas, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Iremos para onde? Para melhor, ou para pior? Continuaremos a existir ou não? Viveremos eternamente, ou tudo desaparecerá para sempre?
Para a maioria das pessoas, a morte é um mistério tenebroso, ninguém compreende muito bem esse fenómeno, pois à vista desarmada, tudo acaba. Nesta perspectiva a morte não é facilmente compreensível.
Mas, continuarei a ser eu, ou o que me sucederá? Afinal estas perguntas são legítimas e aceitáveis uma vez que a maior parte de nós continua pensando que tem uma “alma” e neste caso o “ser”, que a “possui”, que é proprietário inteligente é o “corpo”. Logo o corpo termina e o resto escapa-se!
Donde vem este estado de coisas? Precisamente da materialização da vida.
Enquanto o homem não se convencer que é espírito, que possui um corpo com estas, ou com aquelas características, a morte continuará a ser um salto para o desconhecido e por mais que se expliquem as coisas, são “ouvidos” que não ouvem e que não entendem.
Temos que antes de mais mudar o conceito de “posse” do corpo para o Espírito. Quando assim acontecer facilmente compreenderemos que após a morte do corpo físico nós, almas enquanto encarnados, demandados ao além como espíritos libertos das cadeias terrenas. Bem… libertos se nos tivermos, como disse Jesus, libertado das coisas materiais, desprendido na sua significação correcta, através da evolução espiritual que tem como parâmetros a Caridade e o Amor.
Quando não, prosseguiremos amarrados à Terra, nas trevas da nossa ignorância e do sofrimento. Alimentando o nosso Espírito com ódios e revoltas pelo desconhecimento das leis que, regem os nossos destinos, à margem das leis do nosso Criador, eternas e imutáveis como o próprio Deus.
A mensagem espírita é, sem dúvida uma das mais significativas para o homem do nosso tempo, ainda algemado às coisas deste mundo. Os factos demonstram que ele tem sido um obcecado pelas ideias materialistas. Até mesmo a religião tem sido utilizada pelo homem para as suas conquistas de natureza material, teimando em rejeitar o aspecto espiritual da vida, como sendo para ele o mais importante.
Já tenho ouvido, diversas pessoas dizerem, para além desta vida nada mais há. Aqueles que morreram, ainda não voltaram cá, e por vezes acrescentam: ou estão lá, muito bem?! Ou então tudo acabou!
Estas ideias são daqueles, que, julgam, não possuírem uma alma! A Religião e a Ciência são as maiores culpadas deste tipo de raciocínios e de pensamentos, porque em vez de orientarem as pessoas pelo caminho da verdade, de forma segura e orientada, criam mentes desarticuladas, ideias materialistas e homens ateus.
Quer o homem acredite quer não, é um espírito reencarnado, e após a morte do seu corpo físico, irá para o Mundo dos Espíritos e, para a morada, correspondente à sua condição de Espírito desencarnado, de acordo à sua condição vibratória e ao seu merecimento.
Há muitas moradas na Casa de meu Pai, disse Jesus. A casa do Pai é o Universo e as diversas moradas são os diversos Mundos existentes na casa do Pai e que, circulam nesse Espaço Grandioso e Infinito.
Quando ouvimos falar de Espíritos, vêm-nos à mente imagens vagas, quase que irreais; e concebemo-los sob as mais díspares formas.
Precisamos de modificar as nossas concepções a respeito deles e convencermo-nos de que também somos espíritos; não há diferenças entre nós e eles.
A única diferença existente é que nós, estamos reencarnados e eles desencarnados. Os Espíritos desencarnados já passaram pelo fenómeno da morte, muitas vezes, e nós também da mesma forma, já passamos por essa fronteira muitíssimas vezes, mas não nos lembramos.
Todos os Espíritos necessitam de progredir, e de apagar as suas faltas passadas, e para isso, necessitam de reencarnar as vezes que lhes forem necessárias, para puderem continuar a sua marcha ascensional para Deus.
A morte não existe no sentido de aniquilamento, destruição total, transformação para o nada, separação eterna.
Nosso espírito é indestrutível e por isso é imortal.
Tanto quanto a origem do homem na face da Terra, a origem dos Espíritos é também um tema apaixonante, merecendo, um estudo muito aprofundado, para se compreenderem bem esses factos importantíssimos para todos nós.
A dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles.
Geralmente são figurados, como seres à parte da criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. Muitas pessoas, mais ou menos como as que só conhecem a História pelos romances, apenas os conhecem através dos contos fantásticos com que foram acalentadas em crianças. Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhe o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? Onde está esse que não tem procurado conhecer os seus destinos, erguer o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade!
Todo o homem experimenta a necessidade de viver, de gozar e de ser feliz.
Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará.
Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade, se um leve sopro pudesse dissipa-las?
Haverá algo de mais desesperador do que esse pensamento da destruição absoluta? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso, desde que de tudo isso, nada se aproveitaria, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez de nada nos serviria tudo isso. Se assim fora, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspirações para o futuro. Diz-nos uma secreta intuição, porém que isso não é possível.
O Espiritismo, como doutrina filosófica, científica e religiosa que é, constitui a mais importante alternativa da Humanidade para pensar no presente, com o olhar voltado para a vida futura.
A nossa encarnação neste planeta, numa perspectiva espírita, é um estágio, um treino, uma aplicação dos conceitos que tivemos oportunidade de aprender no transcurso da vida. Jesus, quando afirmou diante de Pôncio Pilatos que “O meu reino não é deste mundo” (S. João, capítulo 19, V 36, reforçou a transitoriedade da vida terrestre e, por conseguinte, atribui um maior valor à vida no além-túmulo.
O Espiritismo é a grande promessa de Jesus para a posteridade. Ele nos vem esclarecer acerca do nosso presente e da nossa vida futura, que a todos nos aguarda.
Há religiões que ensinam que a alma depois da morte, tanto pode ir para o Céu, se foi boa, ou para o Inferno se foi má, mas isso contradiz a bondade de Deus, porque um Pai justo e bom, dá aos seus filhos, todas as oportunidades para ser feliz. Sendo Deus Amor e Misericórdia, não quer condenar um único filho que seja, perpetuamente a um fogo eterno.
O Céu, também não tem uma região demarcada. Há sim, Mundos Felizes, Celestes ou Divinos, que são habitados pelos Espíritos Puros, mas que não estão lá presos e na ociosidade. Um dia também nós os habitaremos, quando atingirmos a nossa perfeição absoluta.
O Espiritismo baseia-se nos ensinos de Jesus e tem como pilares fundamentais, a crença na existência de um Deus único, infinitamente Bom, Justo e Sábio, princípio inteligente do Universo e causa primária de todas as coisas; a crença na existência e imortalidade da Alma, criada por Deus à sua imagem e semelhança; a comunicabilidade dos Espíritos, que a Igreja católica designa por Santos e que está bem patente no Evangelho de Jesus segundo S. Marcos, cap. IX, ou em Mateus, cap. XVII, ou em todos os itens em que Jesus fala de espíritos impuros, ou espíritos imundos (Mateus. XII; 43 e seguintes; na reencarnação, que está expressa em Lucas, Cap. I quando Zacarias recebe a notícia da volta de Elias, como seu filho, ou em Mateus XI, quando Jesus aponta a volta de Elias, ou no cap. XVII, quando após o Tabor, para esclarecimento de Pedro, Tiago e João fala de tal forma que os textos referem expressamente que Jesus se referia a João Baptista como Elias, ou na moderna psiquiatria, quando a Regressão de Memória, seguida em Psicanálise, com recurso à Hipnose, veio afinal provar que, “Já Vivemos Antes “ e que a causa de inúmeros traumas ou fobias, está em existências anteriores, conscientes e reais, o que não estará longe da realidade do chamado “Pecado Original” dos crentes católicos, que não é mais do que o “pecado que dá origem à vida” e que é nosso; finalmente na Pluralidade dos Mundos habitados, bem presente na assertiva de Jesus, quando nos diz: na casa do Pai há muitas moradas.
François Brune, um dos grandes pesquisadores mundiais da Transcomunicação Instrumental, não tem dúvidas ao afirmar que os Espíritos (ou que se pode entender por almas das pessoas que já morreram), se comunicam através de aparelhos electrónicos e ele mesmo apresenta gravações áudio sobre essas experiências, já hoje levadas a cabo pelo próprio Vaticano, embora seja desconhecido da maioria dos dignatários da Igreja; à semelhança do que acontece com o famoso Museu “ Das Almas do Purgatório que tem sua sede em Roma e é propriedade do próprio Vaticano.
A Telepatia, ou seja a Transmissão do Pensamento entre seres humanos, é uma realidade. Tem já muitos anos de comprovação científica, o que quer dizer que nos podemos comunicar pelo pensamento, o que aliás a Parapsicologia aceita e defende ao considerar que há “sensitivos”, o mesmo é dizer, aparelhos humanos preparados para essa “transcomunicação”, ou para se constituírem em receptores e emissores do pensamento. Se não consideraremos que a alma não morre, que é o ser inteligente e sensível, que até sente as nossas orações, o que confirma a sua inteligência e sensibilidade, nada obsta a que se possam comunicar connosco através desse pensamento e que haja aparelhos que descodifiquem essas mensagens.
A mensagem espírita é uma mensagem de fé, de esperança e de confiança no futuro. A morte, para a Doutrina Espírita, não é um fim; é uma ponte que nos liga a uma outra dimensão da vida — a dimensão espiritual.
A prova da vida futura, através do intercâmbio com os Espíritos, é uma grande contribuição do Espiritismo experimental para os homens que habitam o nosso planeta. Desmorona o conceito de inferno, que confunde a bondade de Deus e assusta as almas ingénuas; cai por terra o conceito de Céu, que faz os homens sonharem com um mundo cheio de fantasias; no qual, para muitos, o trabalho é substituído pelo descanso eterno, e onde é marcado pela indiferença. Uma indiferença que nos leva a desprezar até mesmo os que mais amamos…
O Espiritismo não pactua com essas ideias. Não põe Deus ao nível do pensamento estreito do ser humano. Recordemo-nos novamente de Jesus quando nos ensina:” Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido”.
Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se tresmalhar, não deixa as noventa e nove no monte, para ir à procura da tresmalhada? (…Assim também é da vontade de vosso Pai, que está no Céu que não se perca um só destes pequeninos”. S. Mateus, cap. 18, V.II a 14). Com base nesta declaração do Mestre compreenderemos, quão grandioso é o amor de Deus por todos nós.
Parábola do Bom Pastor:” Tenho também outras ovelhas que não são deste aprisco; e importa que Eu as traga e elas ouvirão a minha voz e haverá um único rebanho e um só Pastor”. (S. João, cap. 10, vers.16;
O temor da morte resulta de vários factores inerentes à natureza humana e à sua existência corporal. Entre eles ressaltam:
a) o instinto de conservação da vida, que lhes constitui força preventiva contra a intemperança, a precipitação e o suicídio, não obstante desconsideradas nos momentos de superlativo desgosto, revolta, ou desespero;
 b) a predominância da natureza animal, que nos Espíritos inferiores comanda as suas aspirações, tendências e necessidades; c) o conteúdo religioso das doutrinas ortodoxas, que oferece uma visão distorcida quão prejudicial do que sucede após a ruptura dos laços materiais, elaborando um mundo de compensações em graça como em castigo, conforme a imaginação dos homens vitimados por fanatismos e alucinações;
 e) o receio de aniquilamento da vida por falta de informações correctas a respeito do futuro da alma e daquilo que lhe está destinado…
Através da Doutrina Espírita e dos esclarecimentos dos Espíritos Superiores, temos a certeza de que não há morte, não há juízo final, não há purgatório, não há inferno, não há limbo, não há Céu e o nada, também não existe.
Mas há, vida! Muita vida! Nesta vida, e para além desta vida, porque nunca morreremos!
Há sim, muitos lugares, os quais desconhecemos devido á nossa ignorância e à nossa pequenez, mas que um dia os descortinaremos. Há muita informação sobre isso, basta nos debruçarmos na literatura espírita, nomeadamente na colecção dos Livros de André Luiz, psicografados por Francisco Cândido Xavier, além de outros.
Os Espíritos Superiores alertam-nos, para bem vivermos! Para bem morrermos.
Uma consciência tranquila é sempre o meio mais seguro, para a passagem deste mundo para o outro, porque nada teremos a temer.
Kardec na pergunta 941, do Livro dos Espíritos: a morte é para muitas pessoas uma causa de perplexidade; mas porque essa preocupação, se elas tem o futuro pela frente?
R. A morte não inspira nenhum temor ao justo, porque a fé lhe dá a certeza do futuro, a esperança lhe acena com uma vida melhor e a caridade, cuja lei praticou, lhe dá a segurança de que não encontrará, no mundo em que vai entrar, nenhum ser cujo olhar ele deva temer.
Comentário de Allan-Kardec: O homem carnal, mais ligado à vida corpórea do que à vida espiritual tem na Terra as suas penas e os seus prazeres materiais. Sua felicidade está na satisfação fugidia de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e afectada pelas vicissitudes da vida, permanece numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o amedronta, porque ele duvida do futuro e porque acredita deixar na Terra todas as suas afeições e todas as suas esperanças.
O homem moral, que se elevou acima das necessidades artificiais criadas pelas paixões tem desde este mundo, prazeres desconhecidos do homem material. A moderação dos seus desejos dá ao seu Espírito calma e serenidade, sente-se feliz pelo bem que fez, não há para ele decepções e as contrariedades deslizam por sua alma sem lhe deixarem marcas dolorosas.
Fontes bibliográficas:
O livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo e o Céu e Inferno, todos de Allan-Kardec.
Aurinda Tavares