Fernando Martim de Bulhões é o seu verdadeiro nome, mas ficou
conhecido na história, como Santo António de Lisboa, ou Santo António de
Pádua.
Nasceu em Lisboa
a 15 de Agosto de 1195. Foram seus pais Martim de Bulhões e Teresa Taveira,
oriundos de famílias que ingressaram em Portugal no tempo em que D. Afonso
Henriques, fundando a monarquia lusa, tomara a futura Capital aos sarracenos.
Santo António de
Pádua, ou de Lisboa é cultuado a 13 de Junho pela Igreja Católica e por todos
os seus devotos, sendo nesta data que Fernando de Bulhões, regressou à Pátria
Celestial, sendo lá recebido por uma enorme corte de Espíritos Angélicos.
Ficando muito grato a Jesus, por ter cumprido fielmente a sua Missão
Evangelizadora na Terra.
António de
Bulhões nasceu nas proximidades da Sé de Lisboa, sendo nesta mesma Sé, que
Fernando de Bulhões teve os seus primeiros contactos com a vida religiosa,
tendo lá haurido os seus primeiros conhecimentos da vida eclesiástica e por ali
permaneceu até aos quinze anos de idade, a frequentar as aulas na qualidade de
moço de coro.
O ensino, da vida religiosa na Sé era ainda
muito restrito para aquele que viera do espaço preparado para a evangelização
dos povos, segundo o que me parece os ensinamentos da divulgação da Boa
Nova de Jesus, seriam na Sé bastante diminutos para Fernando, porque se
prendiam mais à gramática, ao latim e à música, do que aos ensinos que Jesus
nos trouxera no seu Evangelho.
Como Fernando de
Bulhões, já trazia do espaço, uma grandiosa missão para cumprir, foi guiado
pela sua própria intuição para a grande tarefa missionária que o esperava.
É então, que 1211
decide entrar para o convento dos frades Agostinhos, em S. Vicente de Fora,
onde pouco permaneceu, porque seu feitio moral não se coadunava com as
perturbações que o importunavam e por isso o impediam de estudar e de se
concentrar, motivando-se a transferir-se para o retiro de Coimbra, em
1212.
Aí estudou
filosofia e teologia e, sendo lá ordenado sacerdote.
Certo dia
Fernando de Bulhões fora chamado de improviso para uma celebração e para uma
ordenação, revelando uma imensa sabedoria acerca do Evangelho do Cristo. Ele
falou para toda a assembleia com uma eloquência extraordinária, deixando a
todos aqueles que o ouviram, imensamente surpreendidos e estupefactos.
Seria provável
que Fernando de Bulhões por ali permanecesse por mais tempo, se as regras
agostinianas por lá fossem rigorosamente seguidas como ensinara Jesus Cristo;
mas o viver dos monges estava longe de ser modelo para toda a gente,
nomeadamente para o novo franciscano, porque os males que a Igreja granjeou por
ter deturpado a pureza das doutrinas de Jesus a desvirtuaram em muito e o viver
dos monges estava longe de ser modelo.
No referido
convento, havia uma grande luta de interesses pelo que a riqueza do convento
fazia transparecer a grande miséria moral ali existente.
A riqueza do
mosteiro certamente o vexava, inquietando o seu espírito e magoando-lhe o seu
coração.
A religião de
Fernando de Bulhões não era aquela que ostentava tantas riquezas, tanto luxo e
tanto lucro com os dízimos impostos aos religiosos e a divisão desses mesmos
lucros, era sim, a religião do Amor, preceituada no Evangelho do Mestre Jesus.
Perante todas estas situações, Fernando de
Bulhões em 1220, resolveu abandonar o mosteiro de Santa Cruz, para ir pregar
para a África, sendo mais tarde de lá reembarcado para Espanha, por ter
adoecido gravemente nesse país africano. Quiseram os ventos contrários que a
nau fosse impelida para fora desse rumo, porque nesse tempo não havia ainda bússola
para orientação, então a nau deu à costa em Taormina, na Sicília, Itália.
António dirigiu-se para Messina para sua convalescença, durante dois meses, permanecendo
ignorado, até ao dia em que haveria de se romperem as torrentes de luz e de
claridade inesgotável daquele médium iluminado que iluminaria espiritualmente
terras da França e da Itália, conjuntamente com outros Espíritos Missionários.
Fernando, quando reencarnou na Terra, pertencia
à grande plêiade de Espíritos missionários para darem continuação ao Evangelho
de Jesus na Terra.
Eram 201 apóstolos que se espalhariam pelo
Mundo para darem continuação à Boa Nova do Mestre de Nazaré.
Entre os muitos que se espalhariam por todo o
Mundo, estavam: António de Pádua, São Francisco de Assis, Santa Clara, Frei
Leão e muitos outros para darem continuação à grande missão, iniciada por
Jesus.
Esses grandes missionários do Cristo Redentor
traziam, do Céu à Terra, a luz que faltava para iluminar a todas as
consciências.
Passaram também por muitos sofrimentos, porque
a tarefa era árdua, mas estes apóstolos de Jesus cumpriram fielmente a sua
missão na Terra, até ao momento da sua partida para os paramos celestiais.
Tinham sido todos eles, escolhidos e testados
no plano espiritual, para a grande tarefa de difícil cumprimento na Terra, pois
a renúncia, o desprendimento, a humildade e o amor seriam a tónica de todo o
ideal cristão. Através destes e de outros valorosos Espíritos puderam
perpetua-se para sempre, os ensinos do Mestre de Nazaré aqui na Terra,
iluminando com o Evangelho de Jesus as mentes e os corações de toda a
Humanidade.
Estes apóstolos de Jesus trouxeram as mensagens
de Deus à Terra, para todos os homens de boa vontade. É bom também lembrar, que
estes embaixadores celestes, nomeadamente, Francisco de Assis, conjuntamente
com outros companheiros, trouxeram das Esferas mais Altas, um recado também de
Jesus para a Igreja Católica. Foi a Santa Igreja Católica, Apostólica Romana a
grande detentora do Evangelho do Mestre, mas ela não lhe deu a direção mais
acertada, como já foi referido e não lhe dando o seu devido
encaminhamento. Ficando muito a dever a Igreja Católica, a essência e a pureza
do verdadeiro Cristianismo a Jesus e a todos os seus crentes.
Foi uma pesada herança para todos os religiosos
do Mundo, porque a falta de esclarecimento ao povo de Deus, levou a um grande
atraso espiritual de todas as criaturas.
São Francisco de Assis, conjuntamente com
outros missionários de Jesus, veio com a sagrada missão de restaurar a Igreja
de Deus na Terra, por ela ter começado a ruir com tantas atrocidades cometidas
pelo Papado de Roma.
Não é com tribunais, nem tão pouco com
inquisições, ou com cruzadas que se defende a Igreja de Deus e o Evangelho de
Jesus.
Se fosse Jesus que estivesse à frente dos
destinos da Igreja, Ele não apoiaria as Cruzadas! Não abriria tribunais para
sacrificar hereges! Não perseguiria as pessoas por adotarem outo credo
religioso que não fosse o seu! Não seria Jesus que iria matar para defender
algum Santo Sepulcro, como por exemplo, o de Moisés! Não seria Jesus que
entesouraria bens materiais como a Igreja Católica o fez! Não faria Jesus
construções suntuosas, como as que se ergueram por todo o Mundo!
Nas leis de Deus, recebidas pelo profeta
Moisés, Deus não manda matar, mas ensina: não “matarás” e, porque é, que o
Tribunal do Santo Ofício fundado pelo Papa Gregório IX mandou queimar milhares
de pessoas que eram consideradas hereges, por elas serem praticantes de outra
religião que não fosse a religião católica?
Também no século XII, o Papa Inocêncio III,
liderou uma cruzada contra todos aqueles que fossem considerados os “hereges”
os “albigenses”, sendo estes homens e mulheres, massacrados a
mandado deste Papa!
Com a Inquisição os sacerdotes católicos
engendraram, também um esquema para matar todos os “hereges”.
A Inquisição, ou Santa Inquisição, foi uma
espécie de tribunal religioso, criado na Idade Média para condenar a todos
aqueles que estivessem contra os dogmas pregados pela Igreja Católica.
Giordano Bruno o pai da filosofia moderna e
Joana D`Arc, que afirmava ser uma enviada de Deus para libertar a França numa
guerra que durou cento e dezasseis anos, também foram mortos pelo Tribunal do
Santo Ofício, quando se sabe perfeitamente que o Evangelho de Cristo nos
ensina: não "matarás"
Jesus nos seus ensinos trouxe-nos toda uma
mensagem de Amor, de Paz, de Concórdia e de Perdão. Pedindo que nos amássemos
uns aos outros como Ele nos amou.
Numa passagem do seu Evangelho, também há
referência de um dos seus discípulos, do apóstolo (Pedro) que estando com Jesus
e estendendo ele a sua mão puxou pela sua espada, ferindo o servo do
sumo-sacerdote, cortando-lhe uma orelha. Jesus disse, então a Pedro: embainha a
tua espada, porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.
Os seus ensinamentos foram sempre transmitidos a toda a Humanidade
com um imenso amor por todas as criaturas!
Até na hora da sua morte, Ele se entregou manso
como um cordeiro, deixando-se imolar e pregar numa cruz infamante! E depois de
estar já pregado na Cruz, ainda pediu perdão a Deus, pelos seus algozes,
dizendo. Perdoa-lhes Pai, porque eles não sabem o que fazem!
A Igreja Católica Apostólica Romana necessita
também de se reencontrar com o Cristo, à luz da Verdade e da Razão. Necessita
de se não prender à riqueza, à força do ouro, e à prepotência. Necessita também
a Igreja Católica de devolver ao povo de Deus o Evangelho de Jesus fulgurante,
expressivo e transparente tal, qual como que Jesus o deixou em suas mãos.
Jesus como Mentor da Terra, nunca nos
desamparou, prometendo-nos que enviaria o seu Consolador. Que iria para o Pai,
mas que não nos deixaria ficar órfãos. E na verdade, desde todos os tempos,
sempre reencarnaram na Terra Profetas, ou (médiuns), para prepararem todo o
ambiente na Terra, para que nela um dia, seja implantado o Reino de Deus.
Os missionários de Jesus, também da parte da
Igreja, nunca tiveram o título de médiuns, mas o tiveram de Profetas e
de Santos e,
por causa destes ideais, muitos médiuns foram torturados e postos nas fogueiras
por serem” mancomunados com os demônios e feiticeiros de Satanás”.
Como seria possível a Moisés receber os
mandamentos das Leis de Deus, ou as tábuas da Lei, senão através da sua
mediunidade?
Como seria possível à Mãe de Jesus ouvir as
vozes angélicas, para que fugisse da perseguição do rei Herodes, senão através
dos dons mediúnicos que ela possuía?
Como seria possível a Jesus se contactar com
Deus, ensinar às multidões, expulsar os espíritos imundos, curar os enfermos,
ter as suas transcendentes visões, como é o caso da sua Transfiguração na
montanha, quando em companhia dos seus discípulos: Pedro, Tiago e João! Se não
possuíssem o dom mediúnico?
Entrando na História, vamos encontrar Joana
D`Arc, que ainda jovem, ouvindo vozes não teve dúvidas em conduzir as tropas
francesas para poder libertar a França do jugo dos alemães.
Vamos ainda ao encontro com Bernardete a
vidente de Lourdes em França, de Nuno Álvares Pereira, Isabel de Aragão (a
Rainha Santa) Santa Teresa de Ávila, Lúcia, Jacinta e Francisco, o padre Cruz,
o padre Américo, o padre Gregório e o padre Miguel e tantos outros. Todos estes
homens e mulheres missionários/as, foram médiuns e a Igreja intitulou-os de
santos.
O Velho Testamento e o Novo Testamento estão
repletos de nomes de homens e de mulheres que revelaram a sua mediunidade e a
Bíblia a eles se refere!
Os milagres que Jesus também realizou na Terra
mais não foram do que fruto da sua mediunidade.
Santo António de Lisboa ou de Pádua foi um
excelente médium, um dos médiuns maiores do seu tempo: médium de
materialização, de efeitos físicos, vidente, de transporte, de transfiguração,
de curar, inspirado, audiente, de transmissão de fluídos e também médium
profético.
Realizou muitos milagres na Terra, que mais não
foram do que, fenómenos mediúnicos, mas que aos olhos dos cépticos e dos poucos
conhecedores da doutrina dos Espíritos, foram tidos como milagres. Com um
estudo aprofundado da Doutrina Espírita acerca destes fenômenos é, que nós
ficaremos aptos a entender e a compreender os factos mediúnicos e a classificar
os Médiuns.
É da História que um amigo e, vizinho do pai de
António de Bulhões matou por inimizade, certo moço de importante família e
escondeu o seu cadáver no quintal da casa de Martim de Bulhões, (pai de Santo
António).
Feitas as pesquisas pela justiça, encontraram o
morto no seu quintal, sendo ele acusado de estar também envolvido neste
horroroso crime e, por isso, o pai de Santo António foi também condenado à
morte, conjuntamente com os autores do crime, como estando envolvido nesse acto
criminoso, sendo portanto, cúmplice!
No momento em que seu pai estava sentenciado à
morte, estava Santo António a pregar em Pádua, quando foi mediunicamente
informado do ocorrido, isto é, de que o seu pai iria ser decapitado em Lisboa.
António cessa de falar no púlpito, seu corpo ali se arrimou, imobilizando-se,
dando a impressão de que estava a dormir.
Nesse interregno o filho de Martim de Bulhões
—, Santo António de Lisboa, aparece em Lisboa, no adro da Sé, onde fora
sepultado o assassinado e aí deteve o cortejo da Justiça.
António se aproximou junto da cova do morto e
aí materializou o Espírito da vítima, fazendo-o narrar toda a verdade do crime,
sem omitir uma peripécia.
Todos os presentes viram o
defunto erguer-se da tumba, e finda a narrativa, cair “ morto” outra vez, sendo
o espanto inenarrável.
Mas o extraordinário livramento do seu genitor
não produziu só esses pasmos, porque António, quando continuou a prédica
interrompida, em Pádua. —, pediu desculpas pelo sucedido e do demorado intervalo,
contando como fora o ocorrido, conseguindo salvar seu pai da morte.
Todos aqueles que não quiseram acreditar
tiveram a confirmação do facto, quando chegaram as informações pedidas para
Portugal.
Havendo mesmo em Lisboa uma rua ligada ao caso,
chamada — Rua do Milagre de Santo António.
Este caso aos olhos de toda a gente pode
parecer milagre, mas não o foi, porque qualquer pessoa que seja médium, pode
atrair e provocar a materialização dos Espíritos, desde que possua os fluidos
necessários para a produção desse fenómeno e, dessa forma dará lugar à
materialização Espontânea dos Espíritos.
Foram inúmeros os chamados milagres de António
de Pádua, para tanto quem quiser inteirar-se melhor da vida deste santo de
Deus, leia o livro intitulado: António de Pádua de Almerindo M. Castro da
Federação Espírita Brasileira.
Muitos médiuns, homens e mulheres, foram
canonizados na Basílica de Roma e a Igreja Católica os coroou de santos, quando
na Terra foram médiuns.
Contudo, essas pessoas foram virtuosas
para que pudessem receber o título de santos/as, mas todos eles foram médiuns e
não santos.
É com o maior respeito por todas as crenças
religiosas, que se deve mostrar ao Mundo e aos nosso contemporâneos os feitos
heroicos dessas almas abnegadas, que passaram pelo Mundo, deixando uma réstia
de luz e, de esperança a toda a Humanidade, pregando e exemplificando os ensinos
do Evangelho.
A Deus seja o nome que lhe deem — Deus, Jeová,
Grande Arquitecto do Universo, Força Desconhecida, Fonte de Energia Eterna,
Electricidade Condicionada, Matéria Inteligente o que importa é que O conheçam
em Espírito e Verdade, O Respeitem e O Venerem.
Oxalá toda a humanidade tenha a força
necessária para poder combater os seus erros e, a força necessária para
defender um ideal que é O Evangelho de Jesus Cristo com toda a sua pujança! A
fim de que os homens na Terra possam encontrar o caminho da verdadeira justiça
e o da paz, na força do Amor a Deus, a Jesus e a todas as criaturas.
Para que façamos deste Mundo um Planeta muito
feliz, aonde haja um único Pastor e um só rebanho.
Reconhecendo em Jesus que Ele é o Pastor e nós
as ovelhas e, que Ele deu a vida por todos nós! Sendo Ele o nosso Redentor e o
nosso Salvador.
Fontes bibliográficas: do Livro António de Pádua, de Almerindo Martins de Castro e editado pela Federação Espírita Brasileira.
Francisco de Assis, psicografado por João Nunes
Maia.
Observação:
Quem quiser consulte estes livros, porque eles
são muito instrutivos para todos nós!
Muita paz para todos que lerem este modesto
trabalho e os desejos muito sinceros de que eu tenha contribuído para a
divulgação de leituras edificantes. Este trabalho foi feito, com zelo e
empenhamento para eu poder transmitir os factos narrados com a maior fidelidade
possível, no entanto fico com a certeza de que muitas coisas ficaram por dizer.
Muita paz a todos e que Jesus nos abençoe, em
toda a nossa vida a todos nós.
Aurinda Tavares
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