domingo, 20 de dezembro de 2015

JESUS E O NATAL

                         
                                                            JESUS E O NATAL



Celebramos o aniversário de Jesus no dia 25 de Dezembro, mas a data exacta do seu nascimento é incerta, por motivos tão somente transparentes, em face das mudanças de calendário, da falta de registos históricos de fontes devidamente confiáveis
Muito embora não saibamos a data em que Jesus nasceu, em todo o Mundo se celebra o Natal de Jesus no dia 25 de Dezembro, por ter sido um acontecimento histórico na história da Humanidade, mas na realidade a data em que Jesus terá nascido é incerta. Não temos no Mundo documentos que nos comprovem o ano, o dia, e o mês do seu nascimento. Há historiadores que asseveram, que Jesus não terá nascido no ano 0 da nossa Era e recordam-nos que a Palestina, principalmente a Judeia, era governada por Herodes, o Grande e que ele morreu aproximadamente no ano 4 antes de nossa Era.
Como Herodes mandou matar os recém-nascidos até aos dois anos de idade, provavelmente, isso deverá ter acontecido dois anos antes de ele ter morrido, recuando a data do nascimento de Jesus para os anos 6 ou 7 da nossa Era.
Também há historiadores que asseguram que Jesus terá nascido entre os dias 2 ou 4 no mês de Abril.
O calendário primitivo era lunar e para ser adaptado à realidade foram necessárias, muitas concessões.
É n´uma dessas noites frias e estreladas de inverno palestino, quando na profundidade dos espaços siderais, se completava a conjunção insólita, as vibrações celestiais desceram sobre Belém e envolveram a casa humilde onde o Menino Jesus nascia e os pastores rústicos, enrodilhados em seus mantos desceram as encostas dos montes daquelas proximidades, beneficiados de uma incrível lucidez, viram os clarões luminosos que desciam do céu, e ouviram o coro inaudível dos Espíritos, clamando, para todo o mundo:” Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”. Ora, como podemos verificar os pastores faziam vigílias, por causa dos seus rebanhos quando estes viviam ao ar livre, desde uma semana antes da Páscoa (no fim do mês de Março) até meados de Novembro.
Raciocinando veremos que os animais também passavam o inverno nos seus abrigos; com base nisso é improvável que a data em que festejamos a tradicional festa de Natal esteja certa, visto que o Evangelho nos dá notícia de que os pastores estavam nos campos e que foram guiados por uma Estrela que ia à frente deles e que chegando até ao lugar aonde se encontrava o menino a estrela aí se deteve.
Alguns magos também vieram do Oriente e do Ocidente a Jerusalém, sendo também guiados por uma estrela até à manjedoura aonde Jesus tinha nascido, encontrando Jesus, juntamente com seus pais — Maria e José seu esposo. Eles então se prostraram diante do menino o adoraram e lhe ofereceram presentes, ouro incenso e mirra.
A “estrela guia” que os guiou poderia ser simbólica, representando a conjunção de astros ou também poderia ser um Espírito visto pela vidência que, sob essa forma, serviu de guia às caravanas que iam visitar o Menino-Luz.
Segundo alguns observadores, fora o Cometa de Halley que naquele dia e naquele período se fizera visível por toda a Galileia. Para outros era uma conjunção de astros que produziram refração na atmosfera, com incidência do seu facho luminoso sobre a manjedoura na qual Jesus nascera e que Ele glorificou com o Seu nascimento.
Analisando todas estas questões podemos admitir várias hipóteses, mas não nos percamos em hipóteses, porque Jesus é em síntese, a “constelação dos astros divinos” revestindo a forma humana para conviver com os homens na Terra.
A chegada de Jesus ao nosso Planeta foi profetizada muitos séculos antes da sua vinda à Terra. Tanto no Velho Testamento, como no Novo Testamento, são narrados factos importantes da sua vinda à Terra.
A preparação para o seu reencarne na Terra, demorou cerca de mil anos, para que Ele pudesse viver na Terra e para que pudesse conviver com os homens no nosso Planeta. Jesus vivia e vive, em mundos celestes e, nesses mundos os seres que neles habitam, os seus corpos são menos densos, menos materiais, muito sublimados e por conseguinte, não poderiam viver em nosso Planeta com corpos de matéria mais rarefeita, mais etéria e mais sublime. Precisando então de se revestir de um corpo carnal para a execução da sua tarefa messiânica. Ele é um Espírito Crístico que desceu de um Mundo Divino para nos trazer as verdades eternas do seu Evangelho.
Quando o excelso Missionário, custodiado pelos seus luminosos assistentes espirituais se aproximou da atmosfera terrestre, no crucial sofrimento da sua redução vibratória para uma adaptação ao nosso Mundo material denso, já seus assistentes lhe haviam preparado todo um ambiente na Terra para o seu nascimento físico.
Pela sua pureza e semelhança de fluídos de Jesus, Maria de Nazaré foi a escolhida para vir a ser sua Mãe.
Precisou Jesus do concurso de dois entes que se amavam de Maria e de José , para que se pudesse concretizar a chegada do Messias à tanto tempo esperado na Terra.
Aquele ser Divino confiou Deus, os destinos de toda a Humanidade. Ele é o nosso irmão mais velho, o Mentor da Terra, o ser mais responsável pelo equilíbrio e manutenção do nosso Planeta.
Fez-se homem e habitou entre nós para nos trazer um código de moral elevada para que nos servisse de farol e de roteiro seguro —, O seu Evangelho.
Nasceu numa manjedoura entre pacíficos animais e singelos pastores.
O menino que Maria enfaixou, e deitou numa manjedoura é bem a demonstração daquele que um dia seria o Rei dos reis e a Luz do Mundo. Contam as escrituras que o evento se deu num estábulo numa manjedoura por não ter havido lugar para o seu nascimento numa hospedagem.
Porque é que nós comemoramos o Natal em Dezembro? Porque a cultura romana e a sua mitologia, havia reservado o dia 25 de Dezembro para a festa pagã do Solis Invictus (o Sol Invencível) logo após o chamado solstício do Inverno (22 ou 23, o dia mais curto do ano europeu que culminava com celebrações de natureza sensual para o gozo e para a perversão.
Os cristãos primitivos também resolveram celebrizar Jesus, com o intuito de elegerem a data do seu nascimento para que ela pudesse ser substituída por uma comemoração, vulgar e perturbadora, por outra de significado transcendente e de profundo conteúdo, como uma representação muito maior do que a convencional.
Transferindo então a data do nascimento de Jesus, de Abril para Dezembro.
Com esta resolução foram empanadas e também esquecidas um pouco mais tarde as evocações aos deuses Baco, Saturno e as grandes entregas ao sensualismo.
Também no ano 350, o Papa Júlio I fixou o dia 25 de Dezembro como sendo a data oficial do nascimento de Jesus, no entanto este acontecimento nada impediu que as Igrejas Ortodoxas (russas e gregas) o comemorassem no dia 6 de Janeiro.
Há historiadores que defendem que com esta escolha se pretendeu combater as festividades pagãs da Saturnália (de 17 a 24 de Dezembro) —, um festival realizado durante o solstício de Inverno em homenagem a Saturno, o deus da agricultura, que culminava no dia no dia 25 com Brumália, onde se comemorava a vitória do dia sobre a noite (o que era muito importante para a economia agrária daqueles povos, porque eles paravam de trabalhar, enquanto durassem as festividades.
A igreja católica saída do Concílio de Niceia (no ano 325) também via nesses festejos uma ameaça para o seu poder temporal e se, por um lado, não permitia que deuses pagãos continuassem a ser venerados, por outro, não sabia como resolver o problema para acabar com essas tradições tão fortemente enraizada nos costumes daqueles povos.
Perante tão arraigados costumes, o Papa Júlio I teve a ideia de transformar a Brumália (25 de Dezembro) numa festa religiosa, fixando este dia como sendo a data oficial, aquela em que nasceu o Salvador do Mundo, conservando-se assim a tradição até aos dias de hoje.
Até à data actual o catolicismo ainda mantém como certo o nascimento de Jesus no dia 25 de Dezembro, mas pelo exposto acima, percebe-se que não é esta a data certa. Mas na verdade quando eu era criança, lembro-me de gostar muito da época natalícia e do presépio de Natal da minha Igreja. Sendo para mim, a festa mais bonita que a Igreja celebrava, porque no dia 24 de Dezembro celebra-se a chamada missa do “galo” à meia – noite, havia cânticos na igreja, anunciando nascimento do Menino Jesus e se cantava —, glória a Deus nas alturas e paz na Terra às criaturas. Fazia-se um lindo presépio com musgo, com as figuras emblemáticas de S. José, de Nossa Senhora, do Menino Jesus, dos Reis Magos, dos pastores, dos animais e da Estrela, simbolizando o nascimento do nosso Redentor.
O menino Jesus era beijado na noite do seu nascimento e continuaria a sê-lo durante todo o tempo do Advento e até ao dia 6 de Janeiro, chamado o dia de Reis.
As religiões ortodoxas, não festejam o dia 25 de Dezembro como sendo o seu dia de Natal.
Foi no ano de 1223, que S. Francisco de Assis resolveu fazer a reconstituição — ao — vivo do nascimento de Jesus, celebrando missa à meia-noite junto do seu presépio. Acabando a sua recomposição por ser uma cópia a ser espalhada por todo o Mundo da cristandade.
Também a montagem da árvore de Natal é uma tradição de origem germânica. S. Bonifácio adoptou a ideia no século VIII para poder substituir os sacrifícios do carvalho sagrado, oferecidos ao deus pagão Odin.
Criou-se uma lenda sobre o Pai Natal, mas ela está baseada em factos reais, acabando por vir a ser real e com uma belíssima imagem em seu futuro, sobretudo, para as crianças e para os jovens que esperam ansiosamente pela noite de Natal.
No séc. IV, ao tempo do Imperador Constantino, um bispo chamado Nicolau, nascido na Ásia Menor (hoje é chamada Turquia), costumava anonimamente, distribuir dinheiro pelas pessoas mais carenciadas.
Pelo amor e pela caridade que praticava, era uma pessoa religiosa muito amada por todas a população dos sítios por onde passava. Depois da sua morte espalhou-se na Holanda o costume das crianças porem os sapatos á porta de sua casa, no dia 5 para o dia 6 de Dezembro, esperando a sua visita. Este foi o último dia da festa deste santo.
Posteriormente este costume passou a ter a sua tradição na noite de Natal!
Como podemos analisar as pesquisas históricas apontam para que Jesus não tenha nascido, nem em Dezembro, nem há 2015, anos, devendo-se então estas possíveis falhas a erros e às inúmeras falhas, devido a múltiplos erros, alterações e casuísmo da fixação do calendário oficial, que inclui supressão ou extensão de dias e meses.
Não nos importa de facto a data em que Jesus nasceu! O mais importante para todos nós é que Ele nasceu e esteve entre os homens para os encaminhar no seu longo peregrinar para Deus nosso Pai. Façamos então do nosso coração a singela manjedoura para o seu nascimento.
Nos acontecimentos natalinos ainda ocorre o esquecimento quase completo da personalidade de Jesus e da sua missão divina, pois no lugar Dele, surge a figura do Pai Natal, pois embora seja atraente, e engraçado, mas não tem conteúdo espiritual para as crianças. É importante que se dê a conhecer a todas as crianças do Mundo, quem é Jesus, e qual foi a sua missão na Terra, demonstrando-lhes e ensinando-lhes os seus ensinamentos, tornando-as cristãs. Fazendo-lhes compreender o significado verdadeiro do Natal. Ensinando-lhes que o Natal verdadeiro não é somente receber presentes, mas que Jesus é o melhor presente nas suas almas e nas suas vidas. Na época de Natal, troca-se Jesus pela figura lendária do bom velhinho de longas barbas, sendo Jesus o grande esquecido! Pouco se fala de Jesus, dos seus ensinos e da sua mais pura fraternidade. No Natal tem-se a oportunidade de fazer todos os pedidos ao Pai Natal, dos presentes que se pretendem e, as crianças ansiosamente esperam pela magia do Pai Natal que lhe vem trazer os seus presentes.
Se falam, e se concretizam-se sonhos, com muitas esperanças, e com muitas fantasias. Tudo isto, em função do poderoso interesse comercial, com músicas e festas encantadoras, com ruas enfeitadas e com o bom do velhinho trepando janelas acima, levando os seus presentes, há tanto tempo esperados e que, de certa forma tomando eles o lugar de Jesus.
Precisamos de espiritualizar as comemorações do nosso Natal, sobretudo, orientando e educando as crianças sobre o real significado do nascimento de Jesus e da sua missão na Terra, dando-lhes a conhecer o seu real significado do Natal. Devemos separando a lenda do Pai Natal de Jesus, dando a conhecer a todas as crianças do Mundo quem foi Jesus e qual foi a missão que Jesus desempenhou na Terra.
Tenhamos todos, um Santo e um Bom e Feliz Natal com Jesus em nossos corações!
Muita paz, de Jesus com muito amor e  que Jesus nos abençõe e nos proteja sempre, são os meus votos muito sinceros. 
Boas-Festas e Festas iluminadas com Jesus.
                          
                                                                       Aurinda Tavares                                                    
                                                                                                           


                                                      


domingo, 22 de novembro de 2015

“O NAMORO E O CASAMENTO”


                                  “O NAMORO E O CASAMENTO”
O Espiritismo ensina-nos que o casamento “é um progresso na marcha da Humanidade” e que a sua abolição significaria o retorno à vida animal”. (O livro dos Espíritos, Questões 695 e 696)



A indissolubilidade absoluta do casamento é uma lei humana. As leis da natureza são imutáveis e portanto, intocáveis, mas aquelas que são feitas pelos homens, eles as poderão sempre que o pretendam as alterar. Se as leis dos homens fossem perfeitas não precisariam de ser revogadas, mas leis perfeitas só são as Leis de Deus.
A par das leis de Deus, o homem também necessita das leis terrenas para que na Terra se possam manter a ordem e o equilíbrio, numa  humanidade que em sua maioria não respeita os direitos dos seus irmãos na Terra.
Se estivéssemos a viver num Mundo Superior não precisaríamos das leis dos homens, porque única é a lei de Deus em todos os Mundos a: Lei do Amor.
Desde as eras tribais primitivas, que existem no nosso Planeta, leis, as de protecção à família; e quanto mais avançarmos no caminho da civilização, mais apuradas se tornam essas mesmas leis. As leis de amparo à família são necessárias, porque o coração humano nalguns casos é ainda muito duro.
O homem que na Terra é muito apegado aos bens materiais e carente de moralidade, facilmente, esquece os compromissos que assumiu, no plano espiritual para com a sua família terrena.
No mundo espiritual antes de reencarnar ele prometeu assistência, protecção e zelo, à sua família, mas movido pelo seu orgulho, pelo seu egoísmo e pela sua prepotência, o homem procura quase sempre furtar-se aos deveres sagrados da família. Os espíritos encarnados, com raras e nobres exceções, ainda não sabem respeitar a integridade moral de seus semelhantes; um egoísmo feroz fá-los desprezar as leis mais elementares da fraternidade; e quando no ambiente familiar se torna imprescindível o sacrifício, a renúncia, a luta enobrecedora ainda que áspera, a tendência geral é desertar para fugir aos compromissos assumidos.
É por isso que os legisladores se viram sempre na contingência de elaborarem leis que protegessem cada um dos cônjuges, em particular também os seus filhos, e os filhos órfãos, e também tudo quanto se relacione à estabilidade da família.
À medida que se processe a espiritualização da humanidade, essas leis também irão evoluindo, até acabarem por se alicerçar unicamente no Evangelho de Jesus.
Na questão 701do Livro dos Espíritos, temos uma pergunta que Allan-Kardec fez aos Espíritos Superiores: Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei da Natureza? “A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.”
O casamento ou união de dois seres, faculta um regime de vida em comum pela qual duas criaturas se confiam uma à outra no campo da assistência mútua, na criação e no desenvolvimento dos valores para a vida o que implica em direitos e em deveres recíprocos.
Quase sempre recebemos como cônjuge o parceiro/a a quem muito prejudicámos no passado, ou a quem conduzimos ao desequilíbrio.
Quem fugir às responsabilidades no matrimónio para evitar problemas sacrificiais ou sofrimentos aos compromissos que terá assumido previamente no plano espiritual, adiará o resgate da sua dívida.
O matrimónio tem reunido sob o mesmo tecto, vários tipos evolutivos de casais, demonstrando-nos dessa forma que a união na Terra funciona como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, mas na maioria dos casos como instrumento de reajuste.
Raramente se dá o reencontro de almas iluminadas com o objectivo de cooperarem juntas para iluminação da Humanidade, mas existem no nosso Mundo. Um desses exemplos de casamento transcendente é o próprio Allan Kardec com Amélie Boudet, que participou activamente com o seu marido, dando apoio e ajuda mútua a Allan Kardec, sendo-lhe a ele necessária, uma companheira com o mesmo perfil de Kardec para o cumprimento da sua Obra Missionária na Terra.
Martins Peralva classificou os casamentos em cinco tipos principais assim compreendidos:
ACIDENTAIS: É o encontro de almas inferiorizadas sem ascendentes espirituais, caracterizando-se pela sua falta de ligação afectiva. A aproximação do casal dá-se através dos impulsos inferiores e o relacionamento é desprovido de simpatia ou de antipatia. Segundo Martins Peralva, esses casamentos dão-se em grande número, podendo darem certo, porque é possível os cônjuges adaptarem-se aos seus feitios. O tempo se encarregará da sua união ou da sua aferição de valores.
PROVACIONAIS: Reencontro de almas para reajustamentos necessários à sua evolução. Sendo estes os mais frequentes.
Sendo essa a razão onde em tantos lares reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, o ciúme, as desavenças, onde os conflitos morais se transformam muitas da vezes, em dolorosas tragédias. Deus permite a união dessas criaturas, debaixo do mesmo tecto, através das leis dos homens, a fim de que, pelo seu convívio diário, a Lei do Amor se possa harmonizar, conjuntamente com os laços da fraternidade, nas lutas comuns.
A doutrina Espírita, pelos conhecimentos que espalha no Mundo, pela compreensão evangélica que nos dá, ensina-nos que a boa vontade, a tolerância, a compreensão, o amor e a humildade, são virtudes que nos ajudam, e que funcionam à maneira de amortecedores.
O Espiritismo é um meio de Consolação eficiente para que muitos lares em provação se reajustem e se consolidem, dando, assim, os primeiros passos para uma boa direcção.
O espírita esclarecido sabe perfeitamente que somente contando com o auxílio Divino, é que conseguirá ter a esperança, a coragem, a força, e a fé, aliadas à coragem para a reparação das suas faltas na sua romagem terrena.
SACRIFICIAIS: Deus permite, o reencontro de almas iluminadas com almas inferiorizadas, com o objectivo de redimir as que se perderam pelo caminho. Reunindo almas possuidoras de muitas virtudes a outras de sentimentos completamente opostos. Isto acontece quando uma alma esclarecida, ou iluminada se propõem a vir ao nosso Planeta para ajudar aquelas que se atrasaram na sua jornada ascensional.
O casamento sacrificial, como o nome indica, é um casamento de sacrifício, para um deles. Podendo ser o sacrificado tanto o homem, como a mulher.
Quem ama de verdade não pode ser feliz se deixou na retaguarda, um sofredor o objecto da sua afeição. Voltará, então na qualidade de esposo ou de esposa para receber aquela alma querida, irmã da sua alma para a ajudar com o seu carinho, com todo o seu amor, com toda a sua ternura e com a sua luz para a estimular na sua caminhada para Deus.
Ser discípulo do Mestre Jesus, ajuda-nos sempre na nossa romagem terrena para a nossa caminhada ascensional.
O Evangelho do Mestre nos ajudará sempre como roteiro seguro para o nosso esclarecimento no caminho para a luz e para a verdade.
Um exemplo de casamento sacrificial é transcrito no livro: Há dois mil anos: o de Lívia esposa do senador Públio Lêntulus.
Públio Lêntulus era senador, que embora ele fosse evoluído intelectualmente, era moralmente uma alma muito inferior à de Lívia, devido ao seu orgulho.
AFINS: é pela lei da afinidade, que nós reencontramos corações amigos, para a consolidação dos nossos valores morais e dos afectos.
Pela lei de afinidade, as almas esclarecidas que muito se amam se voltam a reencontrar, porque são Espíritos que, pelo matrimónio e pelo aconchego no seu lar, consolidam velhos laços de afeição e de simpatia.
TRANSCENDENTES: São Espíritos Superiores que reencarnam e que se buscam para realizações imortais. Estes casamentos são constituídos por almas que se reencontram na Terra, para grandes realizações, com interesse para toda a Humanidade, a vida desses casais tem sempre uma finalidade superior.
As ideias do Bem do Belo e do amor ao próximo, preenchem-lhe todo o tempo e, todas as suas horas são poucas para a sua sagrada missão. Acima de todas as vulgaridades terrenas, acima de todas as emoções inferiores, entre eles reina o amor mais puro, o amor mais santo.
Todos nós já passámos, segundo as nossas dívidas do passado por esta sequência de casamentos: acidentais, sacrificiais, e provacionais, até que alcancemos o nosso equilíbrio, e o caminho das almas abnegadas, para que sob o sol de um novo dia, consigamos construir um lar terreno na base do amor e do idealismo transcendental e de afinidade superior.
No capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” item 3 nos diz: Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos laços carnais, mas também pelos laços da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda também aos filhos.
O Espiritismo apresenta a família como o instituto abençoado em que as criaturas humanas se reencontram com um programa de provas e expiações, com vistas de resolverem no presente os problemas do passado, para o seu reajustamento.
A doutrina reencarnacionista traz um entendimento que motiva as criaturas ao esforço pelo próprio progresso moral, através da renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da tolerância e muito mais.
A consciência desperta pela razão e pela lógica dos ensinamentos espíritas leva a criatura a aceitar certas conjunturas decorrentes do passado, apresentadas em forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre familiares. Igualmente se explicam atrações sexuais doentias entre pais e filhos, entre irmãos, adultério e até os incestos podem ter as suas raízes em encarnações anteriores. Da mesma forma se podem explicar a simpatia, a afinidade e o amor que brotam espontaneamente entre as criaturas.
A família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus componentes a iluminação de princípios espirituais superiores.
O casamento é vocação, o não casar é opção de vida. Há muitas pessoas que optam por uma vida celibatária, dedicando-se a causas nobres, para poderem ajudar ao próximo, como por exemplo: Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce e muitos outros Espíritos Iluminados, também passaram pelo Mundo como sendo pessoas anónimas, que se dedicaram, ou se dedicam às causas do bem, e do amor ao próximo, não tendo tempo disponível para si próprias, muito menos para terem um parceiro, para construírem um lar e ainda muito menos para constituírem uma família.
Outras pessoas existem que optam por uma vida celibatária, querendo viver apenas só para si, para melhor sustentarem os seus caprichos, e os seus vícios, arruinando, a sua saúde, a sua vida e acabando por muitas das vezes terminarem os seus últimos dias morrendo sozinhas.
No entanto há quem opte também pelo celibatário para ter tempo disponível para ajudar à sua família. Outros concentram-se numa vida puramente egoísta, querendo apenas o seu bem-estar, o seu belo prazer e o menor número de preocupações possíveis.
Como na vida tudo são opções, o que importa é que as nossas escolhas, quer sejam pelo casamento ou pela vida celibatária, sejam opções seguras, isto, porque a vida segue sempre a sua trajectória, e obriga-nos a pensar seriamente naquilo que se quer fazer dela, para que não existam, possíveis falhas, dissabores e arrependimentos. Tudo na vida é fácil de se viver, desde que as nossas escolhas sejam feitas de acordo com as nossas boas tendências e com as melhores inclinações. Deve de se ter uma certeza daquilo que nós queremos, porque essas descobertas em nós próprios nos ajudarão a descobrir a nossa verdadeira vocação.
No caso do homem ou da mulher sentirem a necessidade do casamento, se sentem solidão, falta de companheirismo, de carinho, de sexo, de filhos, deverão então casar-se, porque não é por ficarem solteiros/as que se santificam, ou que se purificam. Devem procurar o parceiro/a com o qual se identifiquem para viverem uma vida de companheirismo, uma vida a dois, para no seu dia-a-dia, não experimentarem a solidão. Na vida o que mais importa é de se terem bons pensamentos, é ter-se consciência em se praticar somente o bem, quer se esteja casado/a ou solteiro/a.
O namoro e o noivado são períodos na vida das pessoas, em que o rapaz e a rapariga se sentem atraídos e apaixonados um pelo outro. São também oportunidades de crescimento, para nessa fase melhor se conhecerem e desenvolverem os seus laços afectivos, para a sua união conjugal.
É também uma fase de encantamento em que duas pessoas descobrem uma na outra, motivos para uma energia afectiva, que vai para além muito da amizade. Há três componentes fundamentais no namoro: apaixonamento (gostar de verdade); intimidade (conhecer profundamente o outro) e, (comprometimento um com o outro).
A idade em que um rapaz deveria casar, situa-se entre os 23 e os 26 anos e as raparigas entre as idades compreendidas entre os 21 e os 24 anos.
Durante o namoro há uma necessidade intrínseca dos futuros noivos, se conhecerem intimamente, para na sua vida de casados, poderem melhor se compreender, para se poderem amar de verdade e para poderem ser assumidos os papéis de bons esposos, de bons pais, e de bons educadores. Dando aos seus filhos uma boa educação, fazendo com que eles se venham a tornar pessoas conscienciosas para serem criaturas responsáveis, para no amanhã que se avizinha, serem eles os homens e as mulheres do terceiro milénio, os habitantes do nosso planeta renovado, fazendo por merecerem um planeta Regenerador quando ele galgar a essa categoria.
Para esse desiderato, é imprescindível que haja muito amor, muito respeito, muito carinho e muita educação entre os cônjuges, para que eles possam transmitir também esses valores aos seus filhos. É muito importante, que os filhos vejam nos pais, os bons exemplos, porque o lar é a primeira escola dos filhos, a primeira de todas na sua vida. (Casa de pais, escola de filhos.)
Os filhos devem de ser também educados religiosamente e os pais têm a obrigação e o dever de lhes darem uma educação religiosa, seja ela qual for para eles poderem conhecer Deus, as suas leis divinas e o Evangelho do Cristo nosso Redentor, a fim de os poderem tornar pessoas conscienciosas, mais responsáveis, mais caridosas, mais fraternas e amigas do próximo. Estes requisitos são importantíssimos, para se ter uma vida em família mais duradoira, mais feliz e mais responsável, o que nem sempre se conquista facilmente.
Nem todos os casamentos na Terra fazem parte do nosso plano espiritual e da nossa programação, muitas das vezes, são as nossas más escolhas que determinam o nosso companheiro/a, e como tudo obedece à lei de casualidade, os casamentos muitas das vezes mal sucedidos em última análise, devem-se às nossas falhas, à nossa imprevidência, à nossa leviandade, e por muitas das vezes não termos sabido controlar os nossos impulsos sexuais.
Há jovens os quais desejosos de causar-se, reciprocamente mediante uma boa camuflagem, esforçam-se por manter uma boa conduta, procurando esconder os aspectos indesejáveis de seus caracteres e depois de casados é que surgem os conflitos, os desentendimentos e os traumas psicológicos, pela falta de diálogo no seu namoro. Pode também ter sido uma fase de encantamento, ou de leviandade, que os levou ao estímulo e com a ajuda da sua atração física, mas depois de casados ao se conhecerem melhor e ao conhecerem a realidade da vida, eles compreenderão que a vida que agora têm pela sua frente não é feita apenas de momentos de romantismo, mas que a vida lhes cobra muitos esforços, muitas responsabilidades, e árduos trabalhos, e não poucos sacrifícios, para os quais não se prepararam convenientemente durante a fase do seu namoro. Mas no meio de tudo isso o pior mesmo de tudo, são aquelas más (facetas) do seu feitio moral e que os dois tiveram o cuidado de o esconder antes da sua assinatura em seu contrato matrimonial. E que só depois de casados é que começaram a vir ao de cima os seus maus pendores, e os seus maus feitios. Mostrando no seu novo lar a sua tirania, a sua frieza, e a sua crueldade.
Gerando-se então, conflitos, atritos, discussões, amuos, represálias, e uma série impensáveis de coisas que dantes não se haviam sonhado, nem tão pouco percebidos. Se dentro de um lar não existirem respeito, educação e concessões mútuas dos dois lados, resultando em mútuo acordo de respeitabilidade entre os cônjuges e um esforço inaudito no sentido de ser restabelecida a harmonia do lar, baseada no amor e no respeito, salvaguardando sempre os direitos de um e os direitos do outro, para uma vida conjugal de entendimento e de compreensão aceitáveis entre os dois, ou pelos menos suportável, a harmonia do lar será comprometida e o que antes haveriam sonhado na sua vida conjugal, tudo será desperdiçado.
É muito importante nos futuros noivos, existir no seu namoro diálogo, seriedade, confiança e respeitabilidade. Devemos demonstrar o que somos. Não devendo de esconder a nossa própria personalidade, debaixo da capa das aparências para mais tarde não nos arrependermos, acusando a vida de ser ingrata para connosco. Devemos sim, ver o que está mal em nós, corrigindo-nos, para não decepcionarmos ninguém com as nossas falsas aparências, mostrando na realidade, tal qual como nós somos.
Os esposos deverão casar castos para na sua vida de casados, haver mais respeito, mais amor e mais confiança. Há casamentos em que o, que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da vaidade, da ambição, numa palavra: a de todos os interesses materiais. Daí as uniões inconstantes e tantas vezes infelizes, que acabam por muitas das vezes serem perigosas. Os esposos seriam felizes se estabelecessem dentro do matrimónio, normas de respeitabilidade e se não se abstraíssem da única lei que sanciona aos olhos de Deus: a lei do amor.
Conclui-se que no namoro se deveria de aproveitar bem o tempo para o casal se conhecer melhor um ao outro, estudando bem os seus feitios, estudando os defeitos de um e os do outro, vendo-se um ao outro como a um espelho para limarem as suas possíveis falhas, mostrando-se tal como são e não serem um pano de duas amostras.
Tentarem sempre se conhecerem ao máximo, dando a conhecer o lado menos bom para se poderem adaptarem aos feitios um do outro, devem de conversar, de trocar de impressões e falarem nas dificuldades que a vida também nos poderá apresentar.
“Muitos são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver em comum, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe nela boas e belas qualidades, porque vivendo realmente com ela é que poderá realmente apreciá-la. Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.” (Allan Kardec, “ O Livro dos Espíritos,”q.939). Também existem namorados ou ex-noivos que romperam completamente os seus compromissos de namoro, por questões materialistas, mas quem casa pelo fato, vá-se embora o contrato! A riqueza maior dentro de um lar é: amor, paz, seriedade, respeito e compreensão mútua e um lar isento de ciúmes e de desconfianças.
É no lar legalmente constituído que o homem e a mulher podem legitimamente, desempenhar as suas funções sexuais, chegando mesmo a serem santificados por permitirem a formação de novos corpos, para a reencarnação dos espíritos. A infidelidade conjugal, tanto por parte do homem como da mulher, é uma falta grave, de penosas consequências espirituais.
Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentabilidade do equilíbrio emotivo do seu cônjuge e criada a rutura dos laços sacrossantos do matrimónio, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores para sua defesa, entra em pânico.
Um dos aspectos mais vis que assumem funções sexuais é a prostituição; nesse aviltamento, o homem é partícipe por fazer da mulher um instrumento de sensações grosseiras.
 A prostituição abre à mulher a porta para todos os vícios. Esses resultados trazem graves consequências e muitos sofrimentos para todos os cumpliciados, traduzindo-se muitas das vezes em sofrimentos e obsessões muito graves e de difícil cura.
A mulher que se prostitui furta-se aos sagrados deveres da família, adiando para um futuro longínquo o seu progresso e, por vezes, o do grupo dos espíritos que dependiam do bom comportamento da mãe para as lutas evolutivas da família.
A mulher que se prostitui passa a viver uma vida ilusória, adquirindo sofrimentos, talvez para muitas reencarnações futuras, em virtude da dificuldade de seu reerguimento moral. Situa-se a mulher numa faixa vibratória muito inferior, sintonizando-se com a região das trevas e ligando-se a espíritos de baixa condição moral e espiritual.
O estado espiritual da mulher que se prostitui é dos mais lamentáveis; e grandes serão as suas lutas nas reencarnações futuras para se reabilitar espiritualmente: terá por se esforçar trabalhando para se reintegrar em seu grupo espiritual evolutivo; e finalmente travará lutas acerbas para a libertação de seus companheiros dos círculos tenebrosos.
Diante das leis que regem o Universo não existem privilégios para ninguém, o homem que busca satisfações sexuais fora do matrimónio legítimo, torna-se também um prostituto, sujeito às mesmas penas espirituais que a mulher.
É preciso que se diga a verdade, se existe a mancha da prostituição na sociedade humana, é porque o homem a alimenta. Se o homem soubesse ver na mulher a irmã que lhe merece respeito, e à qual deve nobre cooperação nas tarefas da evolução, desapareceria da face da Terra o triste espectáculo do meretrício, que não é mais do que a depravação do sexo, tanto por parte do homem como da mulher.
Dá para se perceber que sexo e atração física são fenómenos ilusórios e passageiros. Muitos acreditam amar de verdade por terem relações extra-conjugais fora do matrimónio o que não é verdade, porque quem ama não trai, nem não pouco quer ter sentimento de posse sobre ninguém.
Alguém já se deu conta de que a beleza física acaba, que os rostos bonitos murcham, que a força do músculo que está no meio das pernas enfraquece e se acaba?! Que as palavrinhas românticas só têm valor nos momentos fugazes de prazer?! Já porventura notou que a consciência é seu juiz, e que cobra e que continuará a cobrar sempre, enquanto permanecermos no erro?! Não devemos continuar a mentir a nós próprios vivendo uma vida ilusória, tentando enganar a nossa própria consciência.
Não fiquemos a pensar que, rectidão de carácter, fidelidade, e amor, são apenas conceitos de sociedade, ou fruto de concepções religiosas atrasadas e conservadoras.
É por causa desses maus pensamentos que existem tantos lares desfeitos, sendo a traição conjugal uma das piores causas para esse flagelo, até, porque na actualidade, nunca houve tantas tentativas para se formar um lar, mas também nunca houve tantos lares desfeitos, tendo a traição conjugal contribuído em muito para as causas desse flagelo.
Talvez não exista nenhum acto que gere tanto sofrimento quanto a traição conjugal, porque quebra a confiança entre duas pessoas que acreditavam amar-se profundamente e que se relacionam amorosamente. Um deles ao se ver traído, fica completamente desconcertado, com um sentimento de mágoa muito grande e um rancor imenso à pessoa que julgava amá-lo/a, profundamente, é por serem criaturas com estruturas emocionais muito frágeis que o sofrimento é ainda maior.
É, também, porque, o orgulho ferido, o amor-próprio, e o sentimento de posse à pessoa amada ao ser deparado com a nova realidade e com a escandalosa situação, ao se verem descepcionados, e desrespeitados, e o seu sentimento de amor a ser desconsiderado e destruído a sua decepção é ainda muito maior.
A traição é um erro dos mais graves, e deve-se de ser evitada a todo o custo, porque na troca de alguns momentos de prazer se receberão séculos de infindáveis sofrimentos e de dores.
As pessoas casadas têm a obrigação e o dever de guardarem, respeito e fidelidade, aqueles que desposaram, devendo-lhes amor, respeito e fidelidade. Quando as obrigações conjugais não são respeitadas, a comunhão sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir-se a si mesmo. A traição paga-se muito cara, como já acima descrevi, mas há pessoas neste Mundo com boas posições de destaque na sociedade, e a viverem ricamente materialmente, mas são muito pobres espiritualmente. Essas pessoas lutam para conseguirem ligações amorosas fora do matrimónio. São pessoas moralmente inferiores e de paixões muito baixas, necessitando de amparo e de muita ajuda espiritual, porque o seu modo de pensar e a sua conduta de vida assim o exigem. Existem pessoas no Mundo que se não se importam de denegrir as pessoas que estão à sua volta para poderem conseguir os seus intentos.
Os cônjuges devem um ao outro muito amor e respeito mútuos, mas muitos, ainda esperam mais receber esse carinho e amor do que o darem, sendo também um dos motivos por que muitas das vezes possam existir tantos problemas conjugais.
O Espiritismo apresenta a família como o instituto abençoado em que as criaturas humanas se reencontram com um programa de provas e expiações, com vistas a se resolverem no presente os problemas do passado, para o seu reajustamento.
A doutrina reencarnacionista traz um entendimento que motiva as criaturas a um esforço pelo próprio para o progresso moral das criaturas, através da renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da tolerância da compreensão e muito mais.
A consciência despertada pela razão e pela lógica dos ensinamentos espíritas leva a criatura a aceitar certas conjunturas decorrentes do passado, apresentadas em forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre familiares. Igualmente se explicam atrações sexuais doentias entre pais e filhos, entre irmãos, adultério e até os incestos podem ter as suas raízes em encarnações anteriores. Da mesma forma se podem explicar a simpatia, a afinidade e o amor que brotam espontaneamente entre as criaturas.
A família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus membros a iluminação de princípios espirituais superiores.
Como podemos verificar, o casamento é para ser vivido numa vida a dois, com muita dedicação, amor, carinho e respeito mútuos. Se assim procederem os casais a sua união conjugal será duradoira e muito mais feliz. Para um casamento poder ser harmonioso, não deverá nenhum dos cônjuges, trair-se um ao outro, no matrimónio. Qualquer tipo de traição causa ao parceiro prejudicado, pânico, pavor e descontrole, e se este, não for bastante espiritualizado poderá resultar em grandes tragédias conjugais.
Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutirão nos seus espíritos em tempo útil, não escapando às equações infelizes, das quais deram motivos. Esquecendo porém os compromissos de ordem sentimental, injustamente menosprezados, resgatando em tempo hábil, parcela a parcela, pela contabilidade dos princípios de causa e efeito. Expiando no futuro todos os efeitos da sua imprevidência e da sua traição.
Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são também uma opção. Quem nos informa é Emanuel no livro “Vida e Sexo”, psicografado por Xico Xavier: a homossexualidade “não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível à luz da Reeencarnação” (P.89) A “tendência homossexual” e a “homossexualidade” são duas coisas bastante diferentes. Pelo menos representam uma mesma problemática, só que em níveis distintos.
Quando um indivíduo sente em si uma “tendência homossexual”, ou seja, atracção de ordem sexual - ou mesmo afectiva – por outro indivíduo do mesmo sexo, acontece um facto interessante a nível espiritual. A psicoterapia trata essa “tendência homossexual” como “trastorno de identidade de identidade sexual”.
O Espiritismo nos diz, no entanto, que essa “confusão de identidade sexual” guarda, como nos diz Emanuel na sua raiz espiritual, estando na sua reencarnação. Isto, porque o indivíduo espiritual é aquilo que ele pensa.
Quando se mantém ligado mentalmente a um corpo físico tem uma dificuldade enorme de utilizar outo corpo carnal sem que essa ligação mental seja desfeita.
O que significa isso? Que um indivíduo que encarne como homem e, nessa encarnação, se ligue doentiamente ao sexo, em disfunções e abusos que deixam a sua mente entorpecida como objecto- corpo-feminino. Certamente numa só futura encarnação, essa ligação mental não estará desfeita.
Sendo por isso que, encarnando num corpo feminino, sentirá tendências que superarão a formação hormonal e física do corpo, porque está enraizada no seu espírito.
É importante, que nos perguntemos, independentemente da orientação sexual, se estamos a fazer algo proveitoso, útil e bom. Se o amor impera sempre ou se são apenas os impulsos.
Essas respostas trarão à pessoa a conclusão sobre que tipo de processo está a sofrer, e que nível de ligação mental – e comprometimento espiritual – tem perante a vida.
Na realidade, quando pensamos no acto sexual devemos estar prontos e completamente conscientes de que é um acto de extrema responsabilidade, amor, afecto e carinho.
Pensando também que se desbaratamos os nossos recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós contraímos dívidas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz espiritual. Então ao renascermos nós traremos essas tendências, claro que tudo isso é fruto do desvirtuamento do sexo em anteriores reencarnações. O normal no casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes, a família e a sociedade para darmos continuação à espécie humana.
Devemos de pensar se algo de errado ocorreu em nosso passado, que essa culpa não nos entrave o nosso progresso, porque não estamos condenados perpetuamente, mas estamos em constante aprendizado, mas sempre lutando pela nossa perfeição.
Pensando também que se desbaratarmos os nossos recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós contraímos dívidas pesadas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz espiritual e ao renascermos nós traremos essas tendências. Claro que aquilo que hoje somos, é reflexo de posturas anteriores e daquilo que tenhamos feito em anteriores reencarnações. Se tivermos desvirtuado o sexo nas nossas anteriores reencarnações é normal que agora soframos essas consequências, sofrendo-lhe os seus efeitos. O normal no casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes, a família e a sociedade.
A doutrina espírita vê o divórcio como sendo uma necessidade para os problemas conjugais existentes, alertando-nos que o ideal seria sempre que os indivíduos se amassem ao ponto de não necessitarem da separação legal. Também nos diz que quando desaparece o amor, desaparecem os vínculos exteriores e como vivemos numa sociedade constituída por estatutos e leis, é mister que se respeitem essas normas. No entanto, quando o casal não se consegue mais se suportar a fim de evitar males maiores, o divórcio é uma fórmula para ajudar na recuperação da vida de ambos, bem como para atender aos aspectos morais e legais.
Quando o matrimónio ocorre entre almas afins não sucedem tais dificuldades. Segundo a teoria das “almas gêmeas”, as várias uniões pelo matrimónio, quando não têm sucesso, tornam-se provas recíprocas, preparando essas almas para um futuro mais ditoso.
O ideal seria sempre que os casais se amassem até à sua morte, não precisando de uma lei que os separasse.
O divórcio não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma as leis dos homens e não as leis de Deus.
Jesus não consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “ Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu que despedísseis as vossas mulheres?” Significam estas palavras que já no tempo de Moisés, não havendo a afeição mútua a única a determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária.
E acrescenta ainda: “no princípio, não foi assim”, isto é, na origem da Humanidade, quando os homens não estavam pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo as leis de Deus, as uniões, derivavam da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, não havendo nenhum ensejo para o repúdio.
Vai ainda mais longe: especifica o caso em que pode dar-se o repúdio, o de adultério. Ora, não existe adultério aonde reina uma sincera e afeição recíproca. É verdade que Jesus proíbe ao homem desposar a mulher repudiada; mas, cumpre se tenham em vista os costumes e o carácter dos homens daquela época.
A lei de Moisés em caso de adultério prescrevia a lapidação das mulheres. Pretendendo, abolir neste caso um costume bárbaro, precisou Moisés de uma penalidade que o substituísse e a encontrou no opróbrio que adviria da proibição de um segundo casamento. Era, de certo modo, uma lei civil substituída por outra lei civil. Só as leis da Natureza são eternas e imutáveis, as dos homens, eles as modificam mediante a sua evolução.
O divórcio surge como uma necessidade, apenas para desfazer o que foi escrito no papel, porque decididamente o casal já se encontra desligado dos seus laços afectivos.
Todos aqueles que se divorciam, adiarão para mais tarde e em futuras reencarnações os seus problemas conjugais, podendo serem esses processos mais dolorosos e menos afortunados.
Períodos difíceis dentro de um casamento existem sempre, porque imperfeitos como os homens ainda são, a humanidade falha muitas vezes.
É necessário saber-mos desculpar e saber-mos tolerar para fazermos do cônjuge difícil uma pessoa amada, uma alma querida, a nossa “alma gêmea” para que não adiemos por muito mais tempo aquilo que temos de resolver na presente existência.
Para que juntos, construamos um porvir ditoso, restabelecendo a paz e a harmonia.
Facultando desse modo a vinda dos Espíritos que esperam ser nossos filhos, porque antes de construirmos o nosso lar terreno, e antes mesmo da nossa reencarnação na Terra, já tínhamos traçado no Mundo espiritual planos para a sua vinda e se falharmos,
Adiaremos para mais tarde, em processos mais dolorosos aquilo a que nos comprometemos antes mesmo do nosso reencarne.
No capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” item 3 nos diz: Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos laços carnais mas também pelos laços da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda também aos filhos.
A família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus componentes a iluminação de princípios espirituais superiores.
E, porque, este trabalho é já bastante longo, permitam-me que não me alongue mais, porque ainda existem muitos aspectos que merecem serem destacados, mas ficarão para novos trabalhos, porque não nos faltarão novas oportunidades de continuarmos a falar de assuntos tão interessantes.
Desejo muita paz para todos nós e muita iluminação interior nas nossas almas. Que as bênçãos de Jesus se derramem sobre todos como pétalas perfumadas a exalarem o seu belo perfume: de amor, de luz e de paz. Que Jesus nos abençoe a todos.
Fontes de consulta:
O livro dos Espíritos de Alla-Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Vida e Sexo, psicografado por : Francisco Cândido Xavier,
A Vida em Família de Rodolfo Calligaris
   
                                                 Aurinda Tavares  
                   




segunda-feira, 5 de outubro de 2015

SANTO ANTÓNIO DE LISBOA


                                                          SANTO ANTÓNIO DE LISBOA





Fernando Martim de Bulhões é o seu verdadeiro nome, mas ficou conhecido na história, como Santo António de Lisboa, ou Santo António de Pádua. 
Nasceu em Lisboa a 15 de Agosto de 1195. Foram seus pais Martim de Bulhões e Teresa Taveira, oriundos de famílias que ingressaram em Portugal no tempo em que D. Afonso Henriques, fundando a monarquia lusa, tomara a futura Capital aos sarracenos.
Santo António de Pádua, ou de Lisboa é cultuado a 13 de Junho pela Igreja Católica e por todos os seus devotos, sendo nesta data que Fernando de Bulhões, regressou à Pátria Celestial, sendo lá recebido por uma enorme corte de Espíritos Angélicos. Ficando muito grato a Jesus, por ter cumprido fielmente a sua Missão Evangelizadora na Terra.
António de Bulhões nasceu nas proximidades da Sé de Lisboa, sendo nesta mesma Sé, que Fernando de Bulhões teve os seus primeiros contactos com a vida religiosa, tendo lá haurido os seus primeiros conhecimentos da vida eclesiástica e por ali permaneceu até aos quinze anos de idade, a frequentar as aulas na qualidade de moço de coro.
O ensino, da vida religiosa na Sé era ainda muito restrito para aquele que viera do espaço preparado para a evangelização dos povos, segundo o que me parece os ensinamentos da divulgação da Boa Nova de Jesus, seriam na Sé bastante diminutos para Fernando, porque se prendiam mais à gramática, ao latim e à música, do que aos ensinos que Jesus nos trouxera no seu Evangelho. 
Como Fernando de Bulhões, já trazia do espaço, uma grandiosa missão para cumprir, foi guiado pela sua própria intuição para a grande tarefa missionária que o esperava.
É então, que 1211 decide entrar para o convento dos frades Agostinhos, em S. Vicente de Fora, onde pouco permaneceu, porque seu feitio moral não se coadunava com as perturbações que o importunavam e por isso o impediam de estudar e de se concentrar, motivando-se a transferir-se para o retiro de Coimbra, em 1212. 
Aí estudou filosofia e teologia e, sendo lá ordenado sacerdote.
Certo dia Fernando de Bulhões fora chamado de improviso para uma celebração e para uma ordenação, revelando uma imensa sabedoria acerca do Evangelho do Cristo. Ele falou para toda a assembleia com uma eloquência extraordinária, deixando a todos aqueles que o ouviram, imensamente surpreendidos e estupefactos.
Seria provável que Fernando de Bulhões por ali permanecesse por mais tempo, se as regras agostinianas por lá fossem rigorosamente seguidas como ensinara Jesus Cristo; mas o viver dos monges estava longe de ser modelo para toda a gente, nomeadamente para o novo franciscano, porque os males que a Igreja granjeou por ter deturpado a pureza das doutrinas de Jesus a desvirtuaram em muito e o viver dos monges estava longe de ser modelo.
No referido convento, havia uma grande luta de interesses pelo que a riqueza do convento fazia transparecer a grande miséria moral ali existente.
A riqueza do mosteiro certamente o vexava, inquietando o seu espírito e magoando-lhe o seu coração.
A religião de Fernando de Bulhões não era aquela que ostentava tantas riquezas, tanto luxo e tanto lucro com os dízimos impostos aos religiosos e a divisão desses mesmos lucros, era sim, a religião do Amor, preceituada no Evangelho do Mestre Jesus.
Perante todas estas situações, Fernando de Bulhões em 1220, resolveu abandonar o mosteiro de Santa Cruz, para ir pregar para a África, sendo mais tarde de lá reembarcado para Espanha, por ter adoecido gravemente nesse país africano. Quiseram os ventos contrários que a nau fosse impelida para fora desse rumo, porque nesse tempo não havia ainda bússola para orientação, então a nau deu à costa em Taormina, na Sicília, Itália. António dirigiu-se para Messina para sua convalescença, durante dois meses, permanecendo ignorado, até ao dia em que haveria de se romperem as torrentes de luz e de claridade inesgotável daquele médium iluminado que iluminaria espiritualmente terras da França e da Itália, conjuntamente com outros Espíritos Missionários.
Fernando, quando reencarnou na Terra, pertencia à grande plêiade de Espíritos missionários para darem continuação ao Evangelho de Jesus na Terra.
Eram 201 apóstolos que se espalhariam pelo Mundo para darem continuação à Boa Nova do Mestre de Nazaré.
Entre os muitos que se espalhariam por todo o Mundo, estavam: António de Pádua, São Francisco de Assis, Santa Clara, Frei Leão e muitos outros para darem continuação à grande missão, iniciada por Jesus. 
Esses grandes missionários do Cristo Redentor traziam, do Céu à Terra, a luz que faltava para iluminar a todas as consciências.
Passaram também por muitos sofrimentos, porque a tarefa era árdua, mas estes apóstolos de Jesus cumpriram fielmente a sua missão na Terra, até ao momento da sua partida para os paramos celestiais.
Tinham sido todos eles, escolhidos e testados no plano espiritual, para a grande tarefa de difícil cumprimento na Terra, pois a renúncia, o desprendimento, a humildade e o amor seriam a tónica de todo o ideal cristão. Através destes e de outros valorosos Espíritos puderam perpetua-se para sempre, os ensinos do Mestre de Nazaré aqui na Terra, iluminando com o Evangelho de Jesus as mentes e os corações de toda a Humanidade.
Estes apóstolos de Jesus trouxeram as mensagens de Deus à Terra, para todos os homens de boa vontade. É bom também lembrar, que estes embaixadores celestes, nomeadamente, Francisco de Assis, conjuntamente com outros companheiros, trouxeram das Esferas mais Altas, um recado também de Jesus para a Igreja Católica. Foi a Santa Igreja Católica, Apostólica Romana a grande detentora do Evangelho do Mestre, mas ela não lhe deu a direção mais acertada, como já foi referido e não lhe dando  o seu devido encaminhamento. Ficando muito a dever a Igreja Católica, a essência e a pureza do verdadeiro Cristianismo a Jesus e a todos os seus crentes.
Foi uma pesada herança para todos os religiosos do Mundo, porque a falta de esclarecimento ao povo de Deus, levou a um grande atraso espiritual de todas as criaturas.
São Francisco de Assis, conjuntamente com outros missionários de Jesus, veio com a sagrada missão de restaurar a Igreja de Deus na Terra, por ela ter começado a ruir com tantas atrocidades cometidas pelo Papado de Roma.
Não é com tribunais, nem tão pouco com inquisições, ou com cruzadas que se defende a Igreja de Deus e o Evangelho de Jesus.
Se fosse Jesus que estivesse à frente dos destinos da Igreja, Ele não apoiaria as Cruzadas! Não abriria tribunais para sacrificar hereges! Não perseguiria as pessoas por adotarem outo credo religioso que não fosse o seu! Não seria Jesus que iria matar para defender algum Santo Sepulcro, como por exemplo, o de Moisés! Não seria Jesus que entesouraria bens materiais como a Igreja Católica o fez! Não faria Jesus construções suntuosas, como as que se ergueram por todo o Mundo!  
Nas leis de Deus, recebidas pelo profeta Moisés, Deus não manda matar, mas ensina: não “matarás” e, porque é, que o Tribunal do Santo Ofício fundado pelo Papa Gregório IX mandou queimar milhares de pessoas que eram consideradas hereges, por elas serem praticantes de outra religião que não fosse a religião católica?
Também no século XII, o Papa Inocêncio III, liderou uma cruzada contra todos aqueles que fossem considerados os “hereges” os “albigenses”, sendo estes homens e mulheres, massacrados a mandado deste Papa!
Com a Inquisição os sacerdotes católicos engendraram, também um esquema para matar todos os “hereges”.
A Inquisição, ou Santa Inquisição, foi uma espécie de tribunal religioso, criado na Idade Média para condenar a todos aqueles que estivessem contra os dogmas pregados pela Igreja Católica.
Giordano Bruno o pai da filosofia moderna e Joana D`Arc, que afirmava ser uma enviada de Deus para libertar a França numa guerra que durou cento e dezasseis anos, também foram mortos pelo Tribunal do Santo Ofício, quando se sabe perfeitamente que o Evangelho de Cristo nos ensina: não "matarás"  
Jesus nos seus ensinos trouxe-nos toda uma mensagem de Amor, de Paz, de Concórdia e de Perdão. Pedindo que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou.
Numa passagem do seu Evangelho, também há referência de um dos seus discípulos, do apóstolo (Pedro) que estando com Jesus e estendendo ele a sua mão puxou pela sua espada, ferindo o servo do sumo-sacerdote, cortando-lhe uma orelha. Jesus disse, então a Pedro: embainha a tua espada, porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.
Os seus ensinamentos foram sempre transmitidos a toda a Humanidade com um imenso amor por todas as criaturas! 
Até na hora da sua morte, Ele se entregou manso como um cordeiro, deixando-se imolar e pregar numa cruz infamante! E depois de estar já pregado na Cruz, ainda pediu perdão a Deus, pelos seus algozes, dizendo. Perdoa-lhes Pai, porque eles não sabem o que fazem!
A Igreja Católica Apostólica Romana necessita também de se reencontrar com o Cristo, à luz da Verdade e da Razão. Necessita de se não prender à riqueza, à força do ouro, e à prepotência. Necessita também a Igreja Católica de devolver ao povo de Deus o Evangelho de Jesus fulgurante, expressivo e transparente tal, qual como que Jesus o deixou em suas mãos. 
Jesus como Mentor da Terra, nunca nos desamparou, prometendo-nos que enviaria o seu Consolador. Que iria para o Pai, mas que não nos deixaria ficar órfãos. E na verdade, desde todos os tempos, sempre reencarnaram na Terra Profetas, ou (médiuns), para prepararem todo o ambiente na Terra, para que nela um dia, seja implantado o Reino de Deus.
Os missionários de Jesus, também da parte da Igreja, nunca tiveram o título de médiuns, mas o tiveram de Profetas e de  Santos e, por causa destes ideais, muitos médiuns foram torturados e postos nas fogueiras por serem” mancomunados com os demônios e feiticeiros de Satanás”.
Como seria possível a Moisés receber os mandamentos das Leis de Deus, ou as tábuas da Lei, senão através da sua mediunidade?
Como seria possível à Mãe de Jesus ouvir as vozes angélicas, para que fugisse da perseguição do rei Herodes, senão através dos dons mediúnicos que ela possuía?
Como seria possível a Jesus se contactar com Deus, ensinar às multidões, expulsar os espíritos imundos, curar os enfermos, ter as suas transcendentes visões, como é o caso da sua Transfiguração na montanha, quando em companhia dos seus discípulos: Pedro, Tiago e João! Se não possuíssem o dom mediúnico?
Entrando na História, vamos encontrar Joana D`Arc, que ainda jovem, ouvindo vozes não teve dúvidas em conduzir as tropas francesas para poder libertar a França do jugo dos alemães.
Vamos ainda ao encontro com Bernardete a vidente de Lourdes em França, de Nuno Álvares Pereira, Isabel de Aragão (a Rainha Santa) Santa Teresa de Ávila, Lúcia, Jacinta e Francisco, o padre Cruz, o padre Américo, o padre Gregório e o padre Miguel e tantos outros. Todos estes homens e mulheres missionários/as, foram médiuns e a Igreja intitulou-os de santos.
O Velho Testamento e o Novo Testamento estão repletos de nomes de homens e de mulheres que revelaram a sua mediunidade e a Bíblia a eles se refere!
Os milagres que Jesus também realizou na Terra mais não foram do que fruto da sua mediunidade.
Santo António de Lisboa ou de Pádua foi um excelente médium, um dos médiuns maiores do seu tempo: médium de materialização, de efeitos físicos, vidente, de transporte, de transfiguração, de curar, inspirado, audiente, de transmissão de fluídos e também médium profético.
Realizou muitos milagres na Terra, que mais não foram do que, fenómenos mediúnicos, mas que aos olhos dos cépticos e dos poucos conhecedores da doutrina dos Espíritos, foram tidos como milagres. Com um estudo aprofundado da Doutrina Espírita acerca destes fenômenos é, que nós ficaremos aptos a entender e a compreender os factos mediúnicos e a classificar os Médiuns.
É da História que um amigo e, vizinho do pai de António de Bulhões matou por inimizade, certo moço de importante família e escondeu o seu cadáver no quintal da casa de Martim de Bulhões, (pai de Santo António).
Feitas as pesquisas pela justiça, encontraram o morto no seu quintal, sendo ele acusado de estar também envolvido neste horroroso crime e, por isso, o pai de Santo António foi também condenado à morte, conjuntamente com os autores do crime, como estando envolvido nesse acto criminoso, sendo portanto, cúmplice! 
No momento em que seu pai estava sentenciado à morte, estava Santo António a pregar em Pádua, quando foi mediunicamente informado do ocorrido, isto é, de que o seu pai iria ser decapitado em Lisboa. António cessa de falar no púlpito, seu corpo ali se arrimou, imobilizando-se, dando a impressão de que estava a dormir.
Nesse interregno o filho de Martim de Bulhões —, Santo António de Lisboa, aparece em Lisboa, no adro da Sé, onde fora sepultado o assassinado e aí deteve o cortejo da Justiça.
António se aproximou junto da cova do morto e aí materializou o Espírito da vítima, fazendo-o narrar toda a verdade do crime, sem omitir uma peripécia.
Todos os presentes viram o defunto erguer-se da tumba, e finda a narrativa, cair “ morto” outra vez, sendo o espanto inenarrável.
Mas o extraordinário livramento do seu genitor não produziu só esses pasmos, porque António, quando continuou a prédica interrompida, em Pádua. —, pediu desculpas pelo sucedido e do demorado intervalo, contando como fora o ocorrido, conseguindo salvar seu pai da morte.
Todos aqueles que não quiseram acreditar tiveram a confirmação do facto, quando chegaram as informações pedidas para Portugal.
Havendo mesmo em Lisboa uma rua ligada ao caso, chamada — Rua do Milagre de Santo António.
Este caso aos olhos de toda a gente pode parecer milagre, mas não o foi, porque qualquer pessoa que seja médium, pode atrair e provocar a materialização dos Espíritos, desde que possua os fluidos necessários para a produção desse fenómeno e, dessa forma dará lugar à materialização Espontânea dos Espíritos.
Foram inúmeros os chamados milagres de António de Pádua, para tanto quem quiser inteirar-se melhor da vida deste santo de Deus, leia o livro intitulado: António de Pádua de Almerindo M. Castro da Federação Espírita Brasileira.
Muitos médiuns, homens e mulheres, foram canonizados na Basílica de Roma e a Igreja Católica os coroou de santos, quando na Terra foram médiuns.
Contudo, essas  pessoas foram virtuosas para que pudessem receber o título de santos/as, mas todos eles foram médiuns e não santos.
É com o maior respeito por todas as crenças religiosas, que se deve mostrar ao Mundo e aos nosso contemporâneos os feitos heroicos dessas almas abnegadas, que passaram pelo Mundo, deixando uma réstia de luz e, de esperança a toda a Humanidade, pregando e exemplificando os ensinos do Evangelho. 
A Deus seja o nome que lhe deem — Deus, Jeová, Grande Arquitecto do Universo, Força Desconhecida, Fonte de Energia Eterna, Electricidade Condicionada, Matéria Inteligente o que importa é que O conheçam em Espírito e Verdade, O Respeitem e O Venerem.
Oxalá toda a humanidade tenha a força necessária para poder combater os seus erros e, a força necessária para defender um ideal que é O Evangelho de Jesus Cristo com toda a sua pujança! A fim de que os homens na Terra possam encontrar o caminho da verdadeira justiça e o da paz, na força do Amor a Deus, a Jesus e a todas as criaturas.
Para que façamos deste Mundo um Planeta muito feliz, aonde haja um único Pastor e um só rebanho.
Reconhecendo em Jesus que Ele é o Pastor e nós as ovelhas e, que Ele deu a vida por todos nós! Sendo Ele o nosso Redentor e o nosso Salvador. 

Fontes bibliográficas: do Livro António de Pádua, de Almerindo Martins de Castro e editado pela Federação Espírita Brasileira.
Francisco de Assis, psicografado por João Nunes Maia.
Observação:
Quem quiser consulte estes livros, porque eles são muito instrutivos para todos nós!
Muita paz para todos que lerem este modesto trabalho e os desejos muito sinceros de que eu tenha contribuído para a divulgação de leituras edificantes. Este trabalho foi feito, com zelo e empenhamento para eu poder transmitir os factos narrados com a maior fidelidade possível, no entanto fico com a certeza de que muitas coisas ficaram por dizer.
Muita paz a todos e que Jesus nos abençoe, em toda a nossa vida a todos nós.
               
                                                 
                                                  Aurinda Tavares