“DORMIR É UM MODO INTERNO DE MORRER”
MACHADO DE ASSIS
No capítulo VII de “O Livro dos Espíritos Allan
Kardec direciona suas intuídas questões aos Espíritos Superiores acerca do sono
e dos sonhos, obtendo informações notáveis e instrutivas.
A ciência que progrediu de forma geométrica, em
termos tecnológicos, desde a época de Kardec, ainda titubeia, hesita e teoriza
sobre o assunto, o Espiritismo, contudo, aborda-o em extensão. Aqui, apenas
tratamos de compilar modestamente o que está contido em “O Livro dos Espíritos”
sobre este relevante, tema intrinsecamente, ligado à vida humana.
O
SONO
1.1-
O
que é?
É o repouso corporal a que todo o ser humano está
sujeito. Quando a pessoa dorme, pelo lapso de tempo que dure o seu sono,
encontrar-se-á em condição similar à que permanentemente, estará após o seu
desencarne. O sono é a porta de contacto entre o mundo corpóreo e o mundo dos
Espíritos.
Sendo este último, o verdadeiro, meio da criatura.
1. 2-
O sono e o espírito
Enquanto o envoltório carnal precisa, por sua
natureza, de repouso do sono, o Espírito jamais fica inativo e, durante o sono
do corpo, afrouxa os liames fluídicos que o prendem à matéria, percorre o
espaço, entrando em contacto com outros Espíritos, encarnados ou desencarnados.
1.2.1- O sono e
os Espíritos elevados
Os Espíritos de maior elevação moral, durante o sono
físico do corpo ao qual estão ligados, buscam fazer contacto com o Espírito em
estágio superior aquele em que se acham, viajando, conversando, instruindo-se e
trabalhando com eles.
1.2.2- O sono e
a maioria dos Espíritos
Ligados a antigas afeições e magnetizados pela matéria,
aos prazeres sensoriais, é comum a maioria dos Espíritos buscarem-se,
procurarem-se durante o sono, e ligarem-se a Entidades de menor padrão
vibratório, partilhando com essas Entidades as sensações e até as tornam mais
ignominiosas.
1.2.3-O sono e
a saúde
O Espírito aproveita todos os momentos de
entorpecimentos dos sentidos do corpo para “libertar-se ”ao invés de que se possa
imaginar, quanto menor é a saúde corporal, maior a liberdade dos Espíritos,
pelo “ afrouxamento ”dos liames que o prendem à matéria.
1.2.4- O sono,
as simpatias e as antipatias
Pelos contactos estabelecidos durante o sono, os
Espíritos ligam-se, seja por afeição, seja por sentimentos de reserva, para com
as pessoas com as quais convive, irá conviver, ou mesmo, com quem não terá
qualquer tipo de contacto na sua reencarnação. Podem receber instruções e
ideias e, até mesmo conforme seu tônus vibracional, reunirem-se com outros
Espíritos, encarnados ou não, para estudos, auxílio, a outros espíritos,
encarnados, ou não, ou fazerem visitas a outros Espíritos, a outras esferas
espirituais. Que quase diariamente, são visitados por parentes, amigos,
conhecidos, ou outros Espíritos.
O sono, inegavelmente, é fator decisivo de influência
em nossa vida.
1.3-Faculdades
dos Espíritos durante o sono
1.3-1-Lembranças
do passado
Guardando, gravados, em seu perispírito, os factos e
acontecimentos de vidas pretéritas, ou da presente vida, muitas vezes o
Espírito os revive e em toda a sua intensidade, durante o sono.
1.3.2- Previsões
do futuro
A reencarnação dos Espíritos é sempre programada,
embora lhe seja atribuída a excelsa e Divina faculdade do Livre Arbítrio; essa
programação é feita pelos próprios Espíritos ou pelos Espíritos subordinados à
liderança do Orbe, em função da sua elevação moral.
Eventualmente, essas mesmas entidades superlativas em
evolução, consentem que sejam ensejada a Espíritos, a antevisão, a
preconização, de factos que lhes digam respeito, em geral, e mesmo quanto a
ocorrências envolvendo povos e países, mais raramente.
2.- Os sonhos
2.1-O que são
Constituem-se nas lembranças do que o Espírito viu e
participou durante o sono.
2.2-Tipos de
Sonhos
2.2.1-Absurdos ou
Perturbados
Muitas vezes decorrem da lembrança da perturbação
verificada ou no instante do desencarne ou do retorno do Espírito ao corpo. É
de registar-se, contudo, que os maus Espíritos também se utilizam dos sonhos
para assustarem as criaturas cujas vibrações vivenciadas no instante de conciliar
o sono, ou provindas do seu próprio caráter, sejam-lhe elas atrativas.
Incoerentes
2.2.2- Explicam-se pelas “lacunas” das lembranças
incompletas ou interrompidas do que foi visto ou vivido nos sonhos. Podem
também ser o efeito da lembrança de fatos ocorridos em vidas pretéritas, na
Terra ou em outros mundos, fragmentados, formando conjuntos sem nexo ou lógica.
2.2.3- Rememorativos
São os sonhos de fatos que marcaram indelevelmente o
Perispírito em vidas anteriores ou na atual, podendo reportar boas e más
ocorrências e fatos consigo próprio ou envolvendo parentes, conhecidos e
estranhos. Dessa natureza de sonho resultaram extraordinárias obras de
literatura mediúnica.
É sabido que Chico Xavier e Ivone Pereira, para nos
restringirmos apenas a dois exemplos, foram transportados, durante o sono, para
“cenários vivos” que não apenas VIRAM, mas VIVERAM em sonho. Ao despertarem,
ainda sob supervisão espiritual, narraram-nos, psicograficamente. Assim vieram
a lume verdadeiros tesouros do romance espírita, como “Há 2000 anos” Paulo e
“Estêvão”. “Dramas da Obsessão”. Memórias de um suicida e muitos outros.
2.2.4- Premonitórios
Ocasionalmente chamados de sonhos precognitivos: são
aqueles em que o Espírito antevê experiências pelas quais poderá, ele próprio, ou
pessoas a ele ligadas e mesmo coletividade, passar.
Aos Espíritos Elevados é permitido eventualmente,
vislumbrar ocorrências de importância até para o Orbe e para a humanidade.
2.3-A perda de
lembranças dos sonhos
Deve-se em geral, à composição grosseira da matéria
corpórea e das dificuldades do Espírito, pelas vibrações próprias aquele corpo
de reter as impressões vivenciadas nos sonhos.
2.4- Da
significação dos Sonhos
Os sonhos apresentam imagens nitidamente reais, mas
que, necessariamente, não têm relação com a vida corpórea, apenas eventualmente
podem significar um pressentimento, ou advertência, ou um aviso, que decorrem do
contacto estabelecido com parentes, ou pessoas amigas durante o sono.
2.5- Influência
corpórea dos sonhos
O Espírito, preso que está, pelos laços fluídicos, ao
corpo, jamais perde, por completo, sua influenciação. As preocupações da vida
quotidiana podem, em consequência, influenciar o Espírito, pela sua interação
com a matéria. Uma ideia preocupante centraliza e concentra energias.
3- Conclusões
Estas breves anotações tiveram como base unicamente de
“O LIVRO DOS ESPÍRITOS” que permanece atual e avançado, em seus estudos e em
suas lições. Que possam elas servir de estímulo, a todos aqueles que veem, na obra
kardequiana, uma fonte inesgotável de saber e de ensinamentos fidedignos.
Aurinda Tavares