“TODAS AS RELIGIÕES SÃO IRMÃS”

“TODAS AS RELIGIÕES SÃO IRMÃS”

                                       

                                         

Todas as religiões são irmãs, porque todas assentam numa base Deus, e o Cristianismo é a síntese de todos os sistemas religiosos mais antigos do Mundo, sendo eles expressões fragmentárias das verdades sublimes trazidas ao mundo na palavra imorredoura de Jesus.”

A Doutrina Espírita pode ser considerada como a Renascença do Cristianismo primitivo, trazendo de volta a emulação corajosa dos homens do “Caminho”.

Todas as religiões têm estabelecido os seus postulados em dogmas de fé inamovíveis, mas Allan-Kardec, porém traduzindo o pensamento do Cristo, fundamentou a Religião Espírita nos códigos da razão, insculpidos na consciência individual do homem.

Todos os pensadores se preocuparam em solucionar a problemática do homem, criando escolas de conhecimento e engendrando sistemas que objectivassem combater-se uns aos outros.

Allan-Kardec, todavia, refundiu os conceitos idealistas de Sócrates e Platão, erguendo um monumento granítico em linhas morais, apoiado nos alicerces dos factos.

Todos os pesquisadores da Ciência partiram da premissa, na busca infatigável da demonstração.

Allan-Kardec, sem embargo, mergulhou no oceano infinito dos factos, deles extraindo a grandiosa constelação de luzes e experimentações que constitui a Ciência Espírita.

Também, todos os religiosos de todas épocas, sempre afirmaram a imortalidade da alma, sem terem uma base científica, que o comprovasse.

Allan-Kardec, entretanto, partindo da observação, comprovou a imortalidade pelos métodos vigentes da demonstração, elucidando as leis que regem o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual.

A reencarnação sempre esteve presente nas experiências e informações extrafísicas dos séculos como chave da incógnita dos sofrimentos humanos.

Allan-Kardec, contudo, conseguiu, às expensas do Mundo Espiritual que o assistia, extrair os fundamentos éticos relevantes para a felicidade do homem, nos conceitos reencarnacionistas, estribando, no Evangelho, a rota de segurança, única, aliás, propiciatória para colimar-se as metas evolutivas.

Allan-Kardec, porém, conseguiu debater e estudar os pontos capitais do pensamento universal em linguagem simples, compatível com a mente do povo, sem esquecer as inteligências brilhantes, a todos franqueando devassar os umbrais da Imortalidade à luz da Codificação Espírita, e todos os militantes das religiões e das filosofias procuraram definir Deus ou negá-lo.

Allan-Karde, a exemplo de Jesus, apresentou o Criador, na Criação, e a Divindade manifesta nos seus atributos de grandeza e magnitude, sem insistir em definir o Indefinível.

É por esta razão que, ante Allan-Kardec, reverenciamos a sabedoria dos séculos, a ciência do amor e a razão especial de que todos os seres necessitamos para a consolidação do Consolador no âmago da vida, e no cérebro de todas as vidas.

As mesas girantes e falantes marcam o ponto capital da Doutrina Espírita.

Allan-Karde, na condição de observador sábio, foi capaz de retirar do aparente divertimento das “mesas girantes” uma doutrina séria quão profunda que o colocou ao lado dos grandes benfeitores da humanidade, exaltamos na Mediunidade, que serviu de instrumento à Revelação Espírita, a inesquecível promessa de Jesus, de que enviaria o Consolador para que “ todo que” Nele creia não pereça, mas tenha a vida eterna.

O Espiritismo não foi fundado por Allan-Kardec, foi codificado por ele, que para tanto funcionou como médium intuitivo das Esferas Superiores do Além, comandadas por Jesus para fazer chegar a este planeta de provas e expiações, na época prevista, o seu Consolador Prometido.

O Espiritismo trouxe de volta a essência do Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade com suas mensagens cheias de amor e de luz para o entendimento de toda a humanidade.

E no século XIX tivemos Karde, pronto para receber as mensagens que os Espíritos vieram confiar às suas mãos generosas, seguras e competentes.

O Espiritismo com o concurso das “Vozes do Alto” trabalha em prol da disseminação do Evangelho através das obras básicas de Allan-Kardece e das obras complementares, sendo todas elas as grandes Vozes do Céu que preparam o reinado de Jesus na Terra, por intermédio dos médiuns abnegados, que se dedicam com amor profundo, de alma e de coração, para que a mensagem de Jesus, pudesse voltar de novo à Terra, para a todos consolar e instruir, Sob o nome do “Consolador Prometido”, prometido por Jesus.

Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral são ininteligíveis, parecendo alguns até disparatados, por falta de chave que lhes faculte para apreender o seu verdadeiro sentido.

Essa chave está completa no Espiritismo, como já o puderam reconhecer os que o têm estudado seriamente e como todos, mais tarde, ainda melhor o hão-de reconhecer.

— Não há por onde fugir: ou o Evangelho é assimilado, ou não há Espiritismo.

Porque, para o Espiritismo cristão, um único código existe: O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fora daí só haverá diletantismo inócuo, incapaz de levar o homem à felicidade dos eleitos.

“ O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da natureza, que revela tudo quanto o Cristo disse e fez; elucida os pontos obscuros do ensino cristão, de tal sorte que aqueles para quem eram ininteligíveis certas partes do Evangelho, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem e admitem, sem dificuldade, com o auxílio destra doutrina; vêem melhor o seu alcance e podem distinguir a realidade e a alegoria; o Cristo lhes parece maior: já não é um filósofo, é um Messias divino.” (G E. I it.41).

O Evangelho de Jesus é a Porta da sabedoria, da Paz, da Verdade, do Amor, da Justiça e da Fraternidade e a Doutrina Espírita é a chave, que abre essa porta para que a humanidade possa entrar, a fim de se religar ao Pai para que encontre a felicidade.

O ambiente em França no tempo em que Allan-Kardec se dedicou aos fenómenos espíritas era um ambiente de lutas ideológicas, com a reforma de Lutero, que colocou as nações em tremendas lutas que muito facilitaram as ideias materialistas. As facções dividiam-se e a Igreja Católica dominava aproveitando o ambiente político para combater os hereges que se recusavam a aceitar as doutrinas que lhes eram impostas.

As reformas luteranas contribuíram em favor do Espiritismo e portanto da Humanidade, porque o Evangelho de Jesus encontrava-se prisioneiro pela Igreja Católica Apostólica Romana. Liberto este, ele foi traduzido em todas as línguas do mundo, preparando-se assim o ambiente para que melhor se pudessem lançar as sementes do Espiritismo para que através dele pudessem renascer as sementes do Cristianismo.

As reformas luteranas, também facilitaram a vinda dos Espíritos das Altas Esferas, presididas pelo Espírito da Verdade, com o objectivo de emancipar a humanidade, do medo após morte, estabelecido nos conceitos dogmáticos, para que a Verdade se tornasse no Consolador prometido por Jesus.

“ O Espiritismo tomou o homem em meio da vida, no fogo das paixões, em plena força dos preconceitos e se, em tais circunstâncias, operou prodígios, que não será quando o tomar ao nascer, ainda virgem de todas as impressões malsãs, quando a criatura sugar com o leite a caridade e tiver a fraternidade a embalá-lo; quando enfim, toda uma geração for educada e alimentada com ideias que a razão, desenvolvendo-se, se fortalecerá, em vez de falsear?

Sob o domínio dessas ideias, a cimentarem a fé comum a todos, não esbarrando o progresso no egoísmo e no orgulho, as instituições se reformarão por si mesmas e a Humanidade avançará para os destinos que lhe estão prometidos na Terra, aguardando os do céu.” (OP pág.232 O primeiro livro da codificação de Kardec, — O Livro dos Espíritos é um manancial rico de valores morais para o caminho humano que bem pode ser considerado não apenas como revelação da Esfera Superior, mas também como primeiro marco da Religião dos Espíritos em base de sabedoria e amor, a reflectir o Evangelho sob a inspiração do nosso querido Mestre Jesus.

Importa que adoremos a Deus em Espírito e Verdade, seja qual for a religião que pratiquemos! E o dever de todos os cristãos é adorá-Lo e Glorificá-Lo, rendendo-lhes graças, por todos os benefícios e por todas as bênçãos que recebemos.

A religião melhor que existe no Mundo, é aquela que mais homens, de bem fizer.

Não há religiões melhores ou piores, porque em nenhuma religião se manda fazer mal, contudo podem existir outras correntes religiosas, que melhor possam orientar, ensinar e aconselhar, dando directrizes mais seguras, para nossa iluminação interior, ensinando-nos com toda a segurança os melhores caminhos, para seguirmos na nossa vida, para termos uma conduta mais certa e mais segura no nosso dia, a dia.

O Espiritismo ensina integralmente e sem equívocos os ensinamentos do nosso querido Mestre Jesus.

A função da Doutrina Espírita é a mesma do Cristianismo: educar a humanidade, instruindo todos os povos e, na qualidade de educadora, ela ensina a toda a humanidade como amar a Deus e a todas as coisas criadas por Ele.

As religiões e filosofias espiritualistas devem dar as mãos em troca de experiências, pois essa é a vontade de Deus.

Por que combater a sua irmã, a: Doutrina Espírita, que tem a mesma finalidade no mundo, de ajudar e revelar para alegria dos ignorantes que a alma não morre e que a vida prossegue depois do túmulo?

Antes de combater, é necessário conhecer os fundamentos da Doutrina dos Espíritos e a vida dos seus missionários, o desprendimento das almas ligadas ao Evangelho de Jesus, no perdão que eles vivem ou se esforçam para viver, na caridade que eles fazem e no amor dedicado aos que sofrem.

Todos temos um destino traçado por Deus, e não podemos fugir d’Aquele que nos criou, essa é que é a verdade!

Fontes bibliográficas:

A Génese, de Allan-Kardec;

Obras Póstumas, de Allan-Kardec;

                           Aurinda Tavares