As profecias sobre o nascimento do Messias se cumpriram integralmente, tal como os profetas o vaticinaram. O Messias fora anunciado e era esperado por todo os povos do Mundo, mas principalmente pelos israelitas — o povo escravo, redimido por Moisés preparado por mais de quarenta anos nos desertos do Sinai e do Paran.
A expectativa por um Messias nacional, nesse tempo,
era geral na Palestina, uma região importunada pela ocupação e exploração romana.
O nascimento de Jesus era aguardado pelos judeus,
como sendo o Messias Libertador de Israel o povo castigado e oprimido pelos
seus governantes.
Muitos judeus esperavam o seu aparecimento e os que
ansiavam pela libertação de Jerusalém, ainda viram Jesus no Templo, quando Jesus
era, ainda criança.
Os que viram também as obras e os prodígios de João
Baptista julgavam ser ele o Messias, o Salvador do Mundo!
Mas João declarou não ser ele o Messias, ele viera
sim, para preparar a sua chegada. Para abrir as mentes e as dulcificar; para preparar
os corações ansiosos, para que no preciso momento, pudessem receber as lições e
os ensinamentos da boca profética de Jesus de Nazaré. As pregações de João
Baptista eram para que, a criaturas despertassem a sua consciência e
desbravassem o solo árido do seu coração, para que pudessem receber a semente, do
Evangelho do Cristo, Redentor do Mundo.
João Baptista, veio antes de Jesus, para lhe
preparar os caminhos, dizendo: ”fazei penitência… que o machado está posto à
raiz das árvores”. E o povo se encheu de claridades novas, trazendo aquelas
almas redobradas esperanças.
Quando a voz de João se fez ouvir, clamava:”
preparai os caminhos do Senhor, aplanai os caminhos… que o reino dos céus está
próximo.
As Escrituras diziam que o Messias seria precedido
de Elias, o grande profeta da antiguidade, o qual o ungiria e o consagraria.
Ora, como o próprio Jesus confirmou, era João Baptista a reencarnação de Elias.
Muitos pensavam que João era o Messias prometido,
mas ele deixou bem claro: —“ Eu não sou o Messias! Dizendo: eu não sou “digno”
nem mesmo de lhe amarrar o cordão de suas sandálias. Chegada a hora do baptismo
de Jesus, Ele se aproximou de João Baptista, para ser baptizado por ele no Rio
Jordão, ao que Lhe respondeu João, eu é que devia ser baptizado por ti e tu
vens até mim! Mas Jesus explicou a João que era preciso que assim fosse, para
que as Escrituras fossem cumpridas. Dito isto, entrou no rio e João lhe
derramou sobre a Sua cabeça a água, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele
que tira os pecados do mundo” e o consagrou como sendo o Messias esperado.
Enquanto isso, uma voz do Céu se fez ouvir: Este é o Meu Filho muito Amado, em
quem eu pus toda a minha complacência.
Os judeus acreditavam num Messias nacional; que Ele
os haveria de libertar da opressão do jugo romano e que Ele o Messias, lhes
haveria de restaurar o reino terrestre de Israel.
Jesus nos seus ensinos advertiu que o seu reino não
era deste mundo, o que levou a alguns poderosos a temerem que Ele viesse para
fundar um reino na Terra, ou que, viesse ocupar os seus tronos. Daí o grande conflito,
porque o Reino a que Jesus se referia, não era o de fundar um reino igual, aos
que existiam na terra, mas sim, de fundar um reino em cada coração humano, para
nele poder ser amado em espírito e verdade.
Ele veio ao Mundo, para nos libertar das trevas da
nossa ignorância, do nosso orgulho, da nossa vaidade e do nosso egoísmo, para
podermos dar lugar à nossa renovação moral e espiritual.
Ele era sim; Rei de ideias e Rei do Mundo,
mas não um rei político. Ele era um Rei mais poderoso, do que todos os
reis do mundo reunidos.
Mas Jesus não fora bem entendido na sua missão de
embaixador de Deus. A Sua tarefa era a de deixar no Mundo a carta Magna do seu
Evangelho, para a iluminação e evangelização de todos povos da terra.
Ele viera ao Mundo para trazer a sua doutrina
libertadora e consoladora, para todos aqueles que se julgassem deserdados da
Terra; aos sofredores em geral, aos aflitos, porque sendo Ele, o Governador do nosso
Planeta, trazia consigo, essa grandiosa missão, que só um Espírito dessa
envergadura, como era o Espírito de Jesus, um (Espírito Cristico) poderia
suportar.
Mas a sua permanência na terra, não fora bem
entendida por muitos, daquele tempo, tanto da parte do povo ignorante e
inculto, como da parte do domínio político de então; e das seitas ditas
religiosas daquela época, que provavelmente influenciaram, também a revolta das
pessoas, em relação à pessoa de Jesus; por sua doutrina não se harmonizar com
os seus velhos hábitos; com os seus costumes, suas tradições; desenraizando
costumes ilegais, contra o povo escravizado, em benefício dos seus interesses pessoais.
Jesus com sua superioridade moral e espiritual,
nunca se deixou intimidar, por aqueles que o quiseram diminuir, na sua missão.
Ele era o Cristo Verdadeiro, e não um falso Cristo, ou um falso profeta.
Ele era um Cristo apaziguador e não um Messias de discórdias
e de violências; ensinava a amar, até aos nossos inimigos.
Ensinou-nos a amar a Deus, acima de tudo e de todas
as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
O Seu nascimento obedeceu a todo um programa muito
bem executado, pelo mundo Superior, para que Jesus pudesse ter as condições necessárias
no Mundo, para poder habitar na terra entre os homens e para poder dar
cumprimento à sua grandiosa Missão de maior Profeta de todos os tempos.
Jesus nasceu em Belém e os seus pais, foram Maria e
José. Seus pais se compro-missaram no plano espiritual, para serem eles os pais
de Jesus, para que Ele pudesse ter toda a protecção e cuidados necessários.
Sendo Ele o Messias, esperado, necessitava de muito amparo e de muita protecção
de uma família, acolhedora, como seus pais o foram para com Ele, sobretudo,
quando nasceu e enquanto Ele fosse criança.
Ele nasceu, cresceu e viveu, sempre junto de seus
Pais e dos seus parentes; conviveu com inúmeras pessoas; enfrentou multidões;
sofreu a carga vibratória e doentia, de muitos sofredores; de muitos doentes do
corpo e da alma; necessitados de toda a ordem; fez inúmeras curas.
Jesus passou pela Terra com um corpo carnal, como
qualquer homem encarnado, porém de consistência diferente, de densidade menor,
de matéria mais pura, adequada a conter um espírito de elevada hierarquia, como
o Espírito de Jesus o era.
Sabemos através da Doutrina Espírita, que as camadas
fluídicas que envolvem o nosso globo terrestre não são homogéneas, isto é,
quanto mais próximos à crosta terrestre, mais densos e grosseiros são os
fluídos espirituais, quanto mais se distanciam da Terra, mais se vão quintessenciando,
até às camadas mais puras (…) Conforme seja mais ou menos depurado o Espírito,
seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do
fluido peculiar ao mundo onde ele encarna — informa Kardec na Gênese.
Daí se conclui que o sacrifício de Jesus não foi
somente o da cruz, mas que o seu sacrifício começou, desde que Ele iniciou a sua
vinda para a Terra; ou melhor que desceu, do padrão vibratório dos Mundos
Crísticos.
Informa a Doutrina Espírita, que a preparação para o
seu reencarne no nosso planeta, levou cerca de mil anos; para ter um corpo
carnal, apropriado a viver entre os homens e às nossas condições vibratórias,
ainda bastante densas e pesadas.
Ele foi gerado por um vaso físico, devidamente
preparado e seleccionado anteriormente ao seu nascimento, de vibração e pureza
compatível com a pureza espiritual de Jesus, que fosse capaz de comportar a Sua
essência espiritual; a sua pureza, a sua vibração e que fosse capaz de admitir
a sua permanência no planeta terra; num plano muito grosseiro e impuro.
E desta forma as desmaterializações e outros
fenómenos narrados pelos evangelistas se tornam explicáveis.
Mesmo que assim não fosse, Jesus, pela sua alta posição
de Governador Espiritual da Terra, possuía grandes poderes, para agir em todas
as circunstâncias que lhes fossem necessárias.
Mesmo depois da sua morte, ainda conviveu com seus
discípulos, mas o corpo que utilizava depois da sua morte era fluídico, de uma
densidade que lhe permitia manifestar-se de forma objectiva e tangível no nosso
plano.
Concluindo-se: podemos dizer que Jesus possuía um
corpo físico especial de carne, perfeito, delicado e puro, de vibração superior
ao comum dos homens, enquanto viveu encarnado; e manifestou-se em corpo
fluídico, suficientemente condensado, após a sua crucificação e sua morte
física.
Entenda-se que Jesus em seu corpo físico, embora que
especial, foi capaz de carregar o madeiro, no qual viria a ser crucificado, por
vias urbanas estreitas e mal calçadas, irregulares e íngremes; a pesada cruz de
madeira, sob cujo peso caiu várias vezes. Conquanto, seu corpo físico fosse de
matéria mais perfeita do que os comuns dos mortais, contudo também o seu corpo
era de carne, porque se assim não fosse, Ele não conseguiria carregar a sua cruz
na qual Ele viria a ser crucificado.
Na altura do nascimento de Jesus, reinava o rei
Herodes o Grande, quando Roma dominava a Palestina e César Augusto imperador romano.
Como a notícia depressa se expandiu sobre aquele que
seria o rei dos judeus, após o seu nascimento, Herodes ordenou uma matança de
todos os meninos de Belém até aos dois anos de idade.
Jesus escapou à matança, porque José avisado em
sonhos de que Herodes, queria matar o menino, José fugiu com Ele e com Maria sua
mãe, para o Egipto, onde por lá permaneceram até à morte de Herodes.
Só passados alguns meses e depois da morte do rei
Herodes é que José se decidiu a regressar, com o menino e com sua mãe para a
cidade de Nazaré.
José trabalhava como carpinteiro e Jesus quando
cresceu, ajudou a seu pai, na sua carpintaria na mesma profissão.
Aos doze anos de idade, segundo São Lucas, foi
encontrado pelos seus pais no Templo de Jerusalém, discutindo entre os
doutores.
Após a morte de José, Jesus deu início à Sua Obra
Messiânica, para anunciar o Seu Evangelho e nele instaurar o Reino de Deus na
Terra.
Durante as suas pregações, houve acontecimentos
maravilhosos, tais como: o jejum no deserto, durante quarenta dias e quarenta
noites; as bodas de Caná, em que Jesus transformou a água em vinho; a expulsão
dos mercadores do Templo, a prisão de João Baptista, o caso da mulher
samaritana, a pesca milagrosa, e muitos outros acontecimentos, tidos como sendo
fossem milagres, que mais não foram senão fenómenos naturais, mas que só a
Doutrina Espírita nos pode demonstrar.
Foi nas margens do lago Tiberíade, ou mar da Galileia
que Jesus convidou os seus doze discípulos para O seguirem. Durante a sua
permanência com eles, ministrou-lhes os seus ensinamentos e os catequizou para depois
de sua morte, serem eles os continuadores e os divulgadores da sua Boa Nova.
Foi Ele que realizou o mais famoso sermão da
Montanha, e quem pregou as mais notáveis parábolas, com as quais Ele transmitia
os seus ensinos ao povo e aos seus discípulos.
No período dos seus 32 anos aconteceu a morte de
João Batista por ordem de Herodes Antipas, e muitos milagres aconteceram: a
multiplicação dos pães; a ressurreição de Lázaro, a mulher que sofria do
influxo de sangue e muitos outros. Ele curou inúmeras pessoas e, expulsou
muitos espíritos malignos, que mais não eram do que espíritos malfazejos a
vampirizarem, aqueles que lhes sofriam as suas influências maléficas — eram “os
chamados “endemoniados, ou possessos.”
Também neste período, expulsou os vendilhões do
Templo e na presença de Pedro, de Tiago e de João, realizou o prodígio da
transfiguração.
O povo Judaico esperava que nascesse um salvador
revolucionário e libertador de Israel que recuperasse sua independência
política perdida desde o seu exílio.
Mas num país onde a maioria do povo era escravo do
seu salário, Ele pregava a libertação espiritual e a igualdade espiritual em
relação aos poderosos, como irmãos que todos eram e filhos do mesmo Pai! Por
isso todos os sofredores e desvalidos da sorte O seguiam, e O amavam. Aumentando
o seu prestígio, cada vez mais, na esperança de que sendo Ele, o Messias
libertador, traria a libertação de Israel, do jugo estrangeiro e que acabaria
com a miséria, a doença e a escravidão.
Jesus teve que enfrentar a animosidade dos doutores da lei que conquanto não
fossem sacerdotes, consideram-se eruditos e com grande autoridade, porque
representavam o oficialismo religioso do Sinédrio. Eles perante à pessoa de
Jesus, perceberam que ele era um pregador perigoso e diferente dos demais,
porque Jesus pregava como quem tinha autoridade e não os temia.
Jesus oferecia o Reino de Deus, sobre todos os
homens: reino de amor, de harmonia, de justiça e de paz.
Sua fama crescia dia a dia, pelas curas que
realizava e de toda a parte corria gente à sua procura. Ora impunha as mãos
sobre os doentes, ora apelava para a sua fé, ora utilizava seu imenso poder da
sua Palavra Divina, dizendo simplesmente:” estás curado”, ou a tua fé te
curou”, ou “vai e não peques mais”.
Jesus um dia perguntou a seus discípulos o que
porventura, diziam d`Ele. Responderam que ouviram muitas versões: uns diziam
que, como Ele era pobre e vivia rodeado de pobres, na certa que não era o
Messias redentor de Israel, que todo o povo esperava; outros diziam que, como
Ele fazia milagres, devia ser um profeta poderoso, como os antigos; outros
pensavam que Ele era o profeta João Baptista, que voltara ao mundo; havendo
outros que afirmavam que Ele era o próprio Elias, que vinha na frente para
anunciar o Messias verdadeiro.
Mais uma vez Jesus interrogou os seus discípulos e
vós quem dizeis que eu sou? E Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus
vivo, ao que Jesus logo esclareceu dizendo, que Pedro não dissera aquilo por
conhecimento próprio, mas sim por inspiração do Alto.
Essa revelação seria a base sobre a qual se
desenvolveria a propagação de seus ensinamentos na Terra.
Também anunciou a seus discípulos que teria de ir
para Jerusalém, onde sofreria a morte pelas mãos dos homens, como estava
escrito, e que ressuscitaria ao terceiro dia e que estava próximo tudo o que iria
acontecer.
Anunciou aos seus apóstolos, se realmente desejassem
ser seus discípulos, que renunciassem a si próprios, tomassem cada um a sua
cruz e o seguissem, pois que o seu reino não era ainda deste mundo.
Os discípulos de Jesus ao serem questionados pelos
fariseus, estes lhes responderam: — Não compreendemos o vosso Rabi: Ele conhece
profundamente a Lei e os profetas; diz que não veio destruí-las, mas
confirmá-las; mas no entanto transgride a Lei de Deus a cada passo,
desencaminhando o povo. Que dizeis?
— Ele sabe o que faz, respondiam os discípulos e
obra sempre para o bem de todos. Além disso é um grande profeta e opera
milagres.
— Sim, responderam os fariseus, mas seus actos
destroem suas palavras, e quanto aos seus milagres, não os negamos, mas
julgamos que são inspirados por Satã.
Outras vezes os discípulos eram interrogados nestes
termos:
— Vosso rabi não pára; anda por toda a parte,
pregando e curando e falando no reino que não é deste mundo. Que tem ele em
vista?
Transgride a Lei e os costumes; prega contra a Torá
e os sacerdotes do Templo…porventura quer levantar o povo?
— Nada disso, responderam os discípulos! Ele prega a
purificação, o arrependimento dos pecados e a redenção pelo amor do próximo,
pois somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai Celeste.
Concluíram que Jesus era, realmente, um transgressor
da Lei e dos costumes de Israel, principalmente por não respeitar o sábado,
sentar-se à mesa e repartir o pão com pessoas impuras e blasfemar contra Deus,
perdoando os pecados.
Judas, que era judeu provavelmente de Kerioth,
elegera-se o tesoureiro do grupo heterogéneo de amigos de Jesus, a quem Jesus
convidara para a edificação do reino. Imediatista, considerava as pessoas e
ocorrências através da óptica distorcida da realidade, pelo valor relativo,
amoedado, social, transitório, não real, e isto fê-lo perder-se no mundo das
ilusões, tornando-se a personagem causadora e responsável pela morte infamante
de Jesus.
Jesus amava Judas e Judas também o amava à sua
maneira, consoante lhe ditava o seu entendimento e o seu coração, mas o amor de
Jesus por Judas era transcendente.
Judas não alcançara a percepção do reino que Jesus
viera fundar e nas suas ilusões de tesoureiro tinha as suas percepções e as
suas ideias, bem distantes dos ensinos de Jesus, pois não terá compreendido que
reino Jesus queria fundar aqui na Terra.
O reino que Jesus viera fundar era o Reino do Amor.
Ensinou-nos o amor incondicional para com todos os filhos de Deus. Ensinou-nos
a amar a Deus acima de tudo e de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Judas nos seus enganos, pensando em apressar o triunfo mundano do Cristianismo,
resolveu pôr em prática as suas sombrias ideias, esperando Israel um Messias
que enfeixasse em suas mãos todos os poderes e valendo-se da doutrina do
Mestre, poderia tomar sobre si as rédeas do movimento renovador, enquanto Jesus,
na sua bondade e humildade, ficaria entre todos, como símbolo vivo da ideia
nova.
E na embriaguez de suas ilusões, Judas entregaria o
Mestre aos homens do Sinédrio, em troca de sua nomeação oficial para dirigir a
actividade dos companheiros. Teria autoridade e privilégios políticos.
Viria a satisfazer às suas ambições, aparentemente
justas, com o fim de organizar a vitória cristã no seio de seu povo. Então
depois de atingir o alto cargo com que contava obter, libertaria Jesus e lhe
dirigiria os dons espirituais, de modo a utilizá-los para converter os seus
amigos e protectores prestigiosos.
Nestes pontos de análise, é muito possível, que
Judas Iscariotes tenha renascido com tendências ou tentações muito grandes para
se apropriar da autoridade política, e de exigir que Jesus tomasse as rédeas do
poder humano.
Sendo também possível que Judas tivesse sido accionado
por espíritos das trevas, deixando-se por eles inspirar, visto que os príncipes
dos sacerdotes, os escribas e os fariseus, procuravam um modo para matar Jesus;
porém temiam o povo.
Judas Iscariotes combinou com os príncipes dos sacerdotes
e com os oficiais, como lhe o haveriam de entregar, combinando entre si darem
30 moedas de prata a Judas Iscariotes, mas não foi o dinheiro, o móvel da acção,
pecaminosa, porque Judas, quando caiu em si de que tinha sido o causador da morte
do Mestre Jesus, tombou no poço dos remorsos, despertando em si a sua
consciência.
Aturdido pela traição e pela entrega de seu Mestre,
ele chorou de arrependimento e de compaixão pelo seu amigo, devolvendo todo o
dinheiro aos compradores de Jesus. Judas por entre as suas narrativas lhes
declarou: — Pequei — disse entre lágrimas — traindo sangue inocente.”
Eles lhe responderam impiedosos: — Que nos importa, isso
— é lá contigo.”
Judas lhes entregou todas as moedas, arrojando-as
pelo solo, fugindo, cometendo outra loucura, suicidando-se de seguida.
“Os príncipes dos sacerdotes apanhando as moedas,
disseram:” Não é lícito lançá-las no tesouro, pois são preço de sangue.”
Depois de terem deliberado, compraram com elas o campo do oleiro para servir de cemitério
aos estrangeiros.
Por
tal razão, aquele campo é chamado até aos dias de hoje — Campo de Sangue.
Cumpriram-se as profecias.” Tal como tinha sido
anunciado pelos profetas.
Aquelas moedas compraram uma vida e levaram ao
suicídio outra vida.
Foram as legiões das trevas, que se dispuseram a
afrontarem o próprio Jesus, por intermédio de diversos obsidiados, pois eles se
organizaram diabolicamente, originando a morte de Jesus.
Judas não deveria deixar que as coisas assumissem
tal relevância e muito menos deveria dar lugar à traição do seu Mestre bem-amado,—
Jesus.
Acabando por pôr as duas vidas em risco, a dele e a
de Jesus.
Os doze apóstolos de Jesus foram por si escolhidos
para levarem aos confins da Terra a semente da sua evangelização, mas apenas Judas
Iscariotes falhou. Todos os outros discípulos, fortalecidos pela sua fé e sua confiança,
seguiram Jesus e o ensinaram.
Na última Ceia Jesus declarou a seus discípulos: eis
que a mão de quem me há-de entregar está à mesa comigo e eles muito cheios de
tristeza, cada um começou a dizer: Porventura sou eu, Senhor? E Ele,
respondendo, lhes disse: O que mete comigo a mão no prato, esse é o que me
há-de entregar.
E respondendo Judas, o que o entregou, disse: Sou
eu, porventura, Mestre? Disse-lhe Jesus: Tu o disseste.
Jesus advertiu o traidor que não recuaria perante o
suplício, mas mais acrescentou: ai daquele homem, por quem vai ser entregue o
filho do Homem. Seu erro lhe acarretará grandes sofrimentos para o futuro. E
assim foi: durante muitos séculos, Judas se reencarnou na terra, afrontando
inúmeros perigos e tormentos, sempre lutando pela sagrada causa de Jesus, até à
sua total reabilitação espiritual.
Entregando o Mestre a Anás e Caifás, Judas não
imaginou que também seria traído, e, vendo que as coisas atingiram um fim
trágico, suicidou-se, cheio de remorsos.
Depois de muito sofrer nas regiões inferiores da
espiritualidade, Judas começou a reencarnar, durante séculos, sofrendo as
perseguições infligidas aos adeptos da Doutrina de Jesus, em Roma.
Na sua última reencarnação, vestiu a indumentária
carnal de Joana D’Arc, culminando as suas duras provas numa fogueira da
inquisição no século XV, quando foi traída, vendida e usurpada.
Judas e Tiago Zebedeu, no dia em que Jesus entrou
triunfante em Jerusalém, estavam na estrada que conduzia a Betânia. Era de
tarde e os dois conversavam sobre o assunto do poder político que o Mestre
devia ter.
Judas asseverava que sem o poder material dos homens
poderosos da Terra nunca conseguiriam fazer vingar a Doutrina de Jesus, por
isso era importante amealhar amigos entre os políticos para dar forças aos
ensinamentos que o Mestre divulgava.
E os homens do Sinédrio, traíram Judas que viu o
Mestre ser crucificado numa cruz e Judas ralado de remorsos conversou com
Caifás, reclamando as promessas feitas.
A resposta veio em forma de risos de sarcasmo dos
doutores da Lei. Judas jogou as trinta moedas no assoalho do Templo e saiu em
busca dos companheiros do apostolado. Encontrou-os vencidos e humilhados. Atroz
remorso lhe pungia a consciência dilacerada.
O que aconteceu com Judas foi que ele entrou num
emaranhado de situações adversas que culminou num pacto sinistro com as
autoridades do Templo, que também o traíram.
Os outros apóstolos não traíram Jesus, mas, à excepção
de João, fugiram com medo de também morrerem crucificados na cruz, juntos com o
seu Mestre.
Jesus foi aprisionado no Horto das Oliveiras e logo
mais, seria sentenciado à morte e crucificado numa cruz infamante.
Foi levado ao pontífice Anás e ao príncipe dos
sacerdotes Caifás, aonde se haviam reunido com os escrivas e anciãos, passando
por um longo interrogatório. Conduzido mais tarde ao procurador da Judeia,
Pôncio Pilatos, que não achando delito nenhum à pessoa de Jesus, o enviou a
Herodes Antipas e este o devolveu novamente a Pilatos. Pilatos, tendo feito vir
Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És, o rei dos judeus?- respondeu-lhe
Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha
gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o
meu reino ainda não é aqui.
Disse-lhe então Pilatos: És pois Rei? — Jesus lhe
respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar
testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz. (S.
João, cap.18,vv.33,36 37).
Pilatos disse este homem é justo, porque o quereis
crucificar?
Para que os sacerdotes conseguissem do poder romano
a condenação de Jesus dão à sua prisão um carácter zeloso para abafarem uma insurreição,
da qual Jesus seria o chefe; por isso o acusam de se intitular rei.
Contudo a realeza a que Jesus se referia, era de
ordem espiritual; abrangendo o povo judeu e toda a humanidade.
Ora, o governador tinha por costume, no dia de festa
soltar aquele preso que o povo quisesse. E naquela altura tinha ele um preso afamado,
que se chamava Barrabás e estando eles todos juntos, Pilatos perguntou? Quem quereis
que eu solte Barrabás ou Jesus que se chama o Cristo? Mas Pilatos fez-lhes uma
pergunta descabida, porque sabia muito bem que foi por inveja que lho haviam
entregado.
Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo
persuadiram aos do povo que pedissem a Barrabás, e que fizessem morrer a Jesus.
O governador Pôncio Pilatos perguntou então ao povo:
quem quereis que eu solte Jesus ou Barrabás?
Eles responderam Barrabás.
Disse então Pilatos: Pois que hei-de fazer de Jesus,
que se chama o Cristo?
Responderam todos: Seja crucificado.
Então Pilatos, vendo que nada conseguia em favor da
pessoa de Jesus e ao ver o tumulto cada vez maior, mandou vir água, lavando as
mãos à vista do povo, dizia: Eu sou inocente do sangue deste justo.
Como vimos Pilatos serviu de instrumento da intriga,
que os sacerdotes teceram para a condenação e morte de Jesus.
Mandou Pilatos soltar Barrabás; e depois mandou
açoitar Jesus, entregando-o para ser crucificado.
E Jesus se entregou para morrer, manso como um
cordeiro. Na sua agonia ainda pediu perdão ao Pai por todos os pecadores,
dizendo: Perdoa-lhes Pai, que eles não sabem o que fazem.
Carregou a sua cruz até ao monte Calvário, foi
flagelado, açoitado, cuspiram-lhe no rosto, esbofetearam-no, deram-lhe fel e
vinagre a beber, foi crucificado no meio de dois malfeitores. Foi pregado num
madeiro infamante, morrendo com trinta e três anos de idade.
Sendo coroado em sua cabeça com uma coroa de
espinhos, com as siglas: J.N.R.J.
Foi assim que o mundo recebeu Jesus. Ele veio para o
que era seu e os seus não o receberam. Ele era o Homem Luz, mas as trevas não o
reconheceram.
Jesus é o Espírito mais sublime e mais perfeito que
Deus nos ofereceu para nos servir de Modelo e Guia. Ele era grande e fez-se
pequeno para puder habitar no nosso planeta e redimir os homens com o Sol da
verdade, mas muitos não O entenderam, nem O compreenderam. Ele como governador
planetário trazia aos homens uma Carta de Deus, com um código seguro, de Amor,
Justiça e Paz, para todos nós – o Seu Evangelho. A tarefa Messiânica de Jesus
era sanear a Terra de suas iniquidades, oferecer à humanidade directrizes
espirituais mais perfeitas e definitivas, redimir os homens e encaminhá-los
para o seu reino divino, de luzes e de amor. Não importando ao Divino Cordeiro
os sofrimentos físicos e morais que suportou. Indicando os caminhos luminosos
do amor e da paz. Deixou-nos um legado eterno que é lei, não somente neste
Planeta retardado, mas para todo o Cosmo.
O Cristo tinha anunciado aos seus apóstolos que o filho
do Homem seria rejeitado pelos sacerdotes do Templo e oficiais, seria
condenado, flagelado e entregue aos gentios.
Os amigos, quando é chegada a hora da sua morte,
abandonaram-no com medo de serem também condenados.
Foi depositado num túmulo emprestado, por compaixão
dum amigo.
O fracasso parecia total, mas vinte séculos depois:
é figura central da História.
É o Homem de quem mais se fala na história da
Humanidade.
A História fala dos grandes homens que ficaram para
a História, mas nunca nenhum na História foi tão falado como o Homem de Nazaré.
Foi e é o inspirador de todos os autênticos
movimentos e doutrinas sociais em favor da pessoa, de todas as Pessoas em todas
as dimensões. Continua a inspirar os seus seguidores no Mundo e a todos aqueles
que a Ele se disponibilizam para O, seguirem e O ensinarem…É que ele está vivo,
está no meio de nós, em cada um de nós. Ele ressuscitou. Ele é o nosso Rei de
Amor, Luz, Justiça, Paz e Verdade.
Jesus partiu para o Pai, mas não nos, deixou ficar
órfãos, enviou outro Consolador — O Espírito de Verdade.
Jesus foi o fundador do mais puro e do mais verdadeiro
Cristianismo.
Jesus ressuscitou, a pedra do seu túmulo foi
afastada e os soldados ficaram assustados e caíram por terra cheios de medo
Maria Madalena e a outra Maria foram também ao
túmulo para ungirem a Jesus, mas encontraram o túmulo de Jesus vazio.
Pensaram que tivessem roubado o corpo de Jesus.
Aconteceu que, estando elas consternadas por isso,
eis que apareceram junto delas dois homens com vestidos resplandecentes.
Estando elas amedrontadas e com os olhos no chão,
disseram-lhes: «Porque buscais entre os mortos, aquele que está vivo? Ele não
está aqui, ressuscitou. Lembrai-vos do que Ele vos disse, quando estava na Galileia:
Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos dos homens pecadores, seja
crucificado, ressuscite ao terceiro dia.”
Jesus depois de sua morte apareceu a Maria Madalena;
foi ela a primeira a ver o Mestre ressuscitado. Maria Madalena após ver Jesus
foi imediatamente com a notícia a Pedro e a João, seus discípulos.
Depois Jesus apareceu aos seus discípulos e ainda
conviveu com eles durante quarenta dias, continuando a lhes dar ensinamentos e
fortalecimento na sua fé.
Estava a prepará-los para serem eles os divulgadores
e continuadores da evangelização de todos os povos e também para lhes mostrar a
imortalidade da alma e a sua sobrevivência.
Jesus sempre os assistiu espiritualmente.
Até que se despediu materialmente dos quinhentos da
Galileia por ocasião da sua ascensão.
Subiu ao Céu numa nuvem que O encobriu aos olhos de toda a gente!
(As materializações sempre são dissolvidas em uma
nuvem de ectoplasma).
Todos cheios de enorme alegria, voltaram para Jerusalém,
indo ao Templo para agradecerem e louvarem a Deus.
Depois de receberem a manifestação do Espírito Santo,
no dia de Pentecostes, pregaram por toda a parte e fizeram muitas curas.
Jesus está ressuscitado, mas certamente faltará
ainda ressuscitar no coração de muitos homens na terra! Mas na verdade é que
todos um dia O adorarão em Espírito e Verdade, porque só Ele é o Caminho a
Verdade e a vida.
Fontes de
consulta:
A bíblia sagrada;
Boa Nova de Francisco Cândido Xavier;
O Evangelho dos Humildes de Eliseu Rigonatti;
A Gênese de
Allan-Kardec
Aurinda Tavares
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