O MATRIMÓNIO E O SEXO

APRENDESTES QUE FOI DITO AOS ANTIGOS:”NÃO COMETEREIS ADULTÉRIO.

EU, PORÉM, VOS DIGO QUE AQUELE QUE HOUVER OLHADO UMA MULHER, COM MAU DESEJO PARA COM ELA, JÁ EM SEU CORAÇÃO COMETEU ADULTÉRIO, COM ELA.”

 (S.MATEUS,cap.V,vv.27 e 28.)

As leis de Deus estão formuladas nos dez mandamentos. No sexto mandamento está escrito: NÃO COMETAIS ADULTÉRIO. O NONO TAMBÉM NOSDIZ: NÃO DESEJEIS A MULHER DO VOSSO PRÓXIMO.

Os fariseus vieram ter com Jesus para o tentarem e perguntaram-lhe: Será permitido ao homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: _ Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois o homem o que Deus juntou.

Na questão 695 do Livro dos Espíritos, Allan kardec formulou a seguinte pergunta aos Espíritos Superiores: Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres?

Os Espíritos responderam a Kardec “É um progresso na marcha da Humanidade.”

E ainda na pergunta 696. Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?

“Seria uma regressão à vida dos animais”

E na sequência da resposta anterior dada pela falange do Espirito da Verdade o Codificador da Doutrina Espírita esclarece-nos ainda: O estado de Natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros actos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.

O sentimento mais elevado do ser humano é o amor, esse sol radioso que reúne e condensa  todas as almas. Na consanguinidade ele se manifesta como filial, paternal, maternal, fraternal, para ampliar-se em expressões de união conjugal, de parceiros, de amigos, de companheiros de lutas, ampliando o significado, e assim rumar para a união com todas as criaturas humanas e também com a própria Natureza.

 Com base nas nobres funções do sexo, constituem-se as famílias, as cidades, as nações, permitindo que os espíritos que povoam o espaço, voltem à terra para cumprirem as suas tarefas. Cooperando assim, com Deus, na obra da sua criação. A paternidade e a maternidade são sublimes e ao mesmo tempo gloriosas, por permitirem ao homem e à mulher cooperação com o seu Criador na manutenção da vida no nosso planeta.O quanto é importante que desempenhemos as nossas funções sexuais dentro do Lar nas bases do bem, do amor, da verdade e do respeito, jamais nos deixando desviar para os vícios e para os desregramentos.

O sexo desempenha função importantíssima em nossa evolução. É no lar legitimamente constituído pelo casamento, que dignificamos as nossas funções sexuais; desempenhando-as, o homem e a mulher atingem o sublime estado de serem pai e mãe.

A reencarnação só se torna possível mediante o uso dos órgãos sexuais. A união sexual tem objectivo sagrado. O homem deveria de agradecer muito à mulher, porque o seu primeiro berço e o de seus filhos, foram os órgãos geradores da mulher e ver ele também o quanto de respeito lhe deve merecer a função sexual, porque foi através dela que ele penetrou na vida, cercando-se  de seus entes queridos e que constituiu família.

Em nossa ignorância temos menosprezado as faculdades criadoras do sexo, desviando-as para as viciações. Com raras exceções, os actos sexuais têm sido fontes de abuso e não veneráveis como deveriam ser.

Durante nossas incontáveis reencarnações, temos vivido em constante desequilíbrio sexual, donde se originam conflitos e paixões que se projetam nas reencarnações sucessivas. Muitos desajustes e muitos sofrimentos de hoje têm como causa principal o abuso do sexo nas reencarnações passadas.

Todas as vezes que usamos o sexo fora do sagrado instituto do Lar, ligamo-nos às entidades das trevas. Não se brinca impunemente com os órgãos geradores da vida; o mau uso deles nos arroja em perturbações de cura difícil e, frequentemente, de consequências desastrosas a nível espiritual. Esses desequilíbrios, levam-nos a muitos sofrimentos e à ligação com os espíritos maus, que nos levam à obsessão e à loucura, causando-nos obsessões muito graves, de longo curso e de difícil cura.

O quererem o homem e a mulher gozar clandestinamente das emoções do sexo, origina conflitos e tragédias conjugais. Esses conflitos e essas tragédias, com o desencarne de seus protagonistas, transferem-se para o mundo espiritual, onde se fecham num círculo de sofrimentos aqueles que as viveram na Terra, separados daqueles que lhe foram caros na terra. Por isso, infelizes daqueles que se não esforçam a tempo no combate às paixões sexuais; a troco do prazer de alguns momentos, recebem séculos de grandes dores e de muitos sofrimentos.

Os pais que não souberam bem orientar seus filhos nos problemas fundamentais do sexo, tornam-se, perante as leis divinas, co - responsáveis com eles pelos desregramentos que cometerem.

No matrimónio a infidelidade conjugal, tanto por parte do homem como da mulher, é uma falta grave de consequências espirituais gravíssimas. Durante o tempo de encarnados, o homem e mulher adúlteros conseguem esconder suas ligações ilícitas; são os homens e as mulheres de duas vidas: uma respeitável perante a família; e outra secreta vivendo longe dos olhares do mundo ou pelo menos dos de seus familiares. Contudo do Altíssimo não se podem esconder e por conseguinte não escondem nada; o desencarne chega inevitavelmente, compelindo o espírito à mudança para o mundo espiritual; e lá os espíritos adúlteros se reúnem, distanciados de seus entes queridos e começam os difíceis trabalhos de reabilitação. Mais tarde, ou por méritos próprios ou por intercessão de amigos espirituais influentes ou compulsoriamente, conseguem a bênção de uma nova reencarnação e os espíritos que juntos adulteraram no passado, novamente se reencontram na Terra para correção do erro.

Os cônjuges precisam de resistir a todas as tentações que o sexo lhes apresentar fora do seu lar.

No que toca à fidelidade conjugal, nem os homens nem as mulheres, gozam de nenhum privilégio exclusivo! Não há privilégios para nenhum deles.

Tanto o homem como a mulher adúlteros, serão chamados a prestação de contas, diante das leis divinas, pagando centil, por centil todas as dívidas e todas infrações cometidas pelo adultério.

Não julgue o homem que lá por ser homem, tem o direito de gozo sexual fora do seu matrimónio. Assim como à mulher não lhe são conferidos tais direitos. O homem e a mulher adúlteros serão chamados à prestação de contas na hora da verdade, ninguém foge ao seu pagamento. Seja de que grau for a culpa, desde a mais leve à, mais pesada. As leis de Deus são para serem cumpridas, sem isso, não haveria justiça divina e ela é igual para todos. A infidelidade conjugal assume carácter gravíssimo, quando é levada ao ponto de destruir um lar. Um lar tem raízes profundas no mundo espiritual e abrange os interesses de muitos espíritos ligados a ele, quer encarnados quer desencarnados. Antes de se formar um lar terreno traçam-se, planos e directrizes que depois paulatinamente se concretizam na terra, constituindo-se então o lar aonde albergará os espíritos que serão recebidos pelos cônjuges na nova família como filhos.

Por aí se vê as graves responsabilidades que recaem nos ombros de ambos os cônjuges e as consequências imprevisíveis que os aguardam e esperam em quem atenta contra a fidelidade, honestidade e estabilidade de um lar.

Não procurem os cônjuges satisfações sexuais clandestinas, nem ninguém, homem ou mulher, ataque um lar, desencaminhando um dos cônjuges. Tanto o homem como a mulher têm o sagrado dever de honrarem os seus compromissos matrimoniais. A mulher que não serviu para casamento, do homem ou vice-versa, vendo nela ou nele, os companheiros do seu futuro, a sua fiel companheira/o, enquanto vivessem aqui na terra, não têm eles que se deixar enlear nas teias da prostituição.

Um dos aspectos mais vis que assumem as funções sexuais é a prostituição; nesse aviltamento, o homem é partícipe por fazer da mulher um instrumento de sensações grosseiras. As consequências espirituais que daí decorrem são complexas e dolorosas, como já atrás se disse e, porque também se abre todas as portas à mulher para a prostituição e daí advêm todos os vícios. Levando a mulher a furtar-se aos sagrados deveres da família e de receber o grupo de espíritos que dependiam do seu comportamento para as lutas evolutivas em seu lar. A mulher que se prostitui, passa a viver uma vida ilusória, adquirindo sofrimentos talvez para muitas reencarnações futuras, em virtude de seu reerguimento moral. Situa-se ela numa faixa vibratória muito inferior, sintonizando-se com as regiões trevosas, com ligações aos espíritos impuros. O estado da mulher que se prostitui é dos mais lamentáveis no mundo espiritual e só através de grandes lutas e de dolorosas reencarnações é que ela poderá reabilitar-se. Trabalhando no bem para limpeza das manchas que se encontram impressas em seu perispírito; precisará esforçar-se para reintegrar-se em seu grupo espiritual evolutivo; e finalmente, travará lutas acerbas para libertar-se de seus companheiros do círculo tenebroso.

Contudo se repete mais uma vez! diante do nosso Criador, não existem privilegiados. E assim, em relação às coisas divinas, o homem que busca satisfações sexuais fora do matrimónio legítimo, torna-se também um prostituto, sujeito às mesmas penas espirituais que a mulher.

Convém salientar que se existe a mancha da prostituição na sociedade humana, é porque o homem a alimenta. Se o homem soubesse ver na mulher a irmã que lhe merece respeito, e à qual deve cooperação nas tarefas da evolução, desapareceria da face da Terra o triste espectáculo do meretrício, que não é mais do que a depravação do sexo, tanto da parte do homem como da parte da mulher.

Quando uma mulher fraquejou caindo do seu pedestal moral e rola para o envilecimento sexual, é porque um homem a compeliu à queda, ou pelo menos secundou-a. Não se iludam, porém os homens com a falsa liberdade sexual de que usufruem; por certo, a mulher que caiu se reerguerá no longo curso do tempo, através das reencarnações purificadoras; sendo certo também que os homens, que dela se aproveitaram para a sua queda, serão compelidos pelas leis divinas a ajulá-la a subir a escada do reajuste moral.

A felicidade da humanidade repousa nas mãos da outra metade;

 isto é, a felicidade do homem está nas mãos da mulher e a da mulher está nas mãos do homem; aprenda o homem a ver na mulher a irmã bem amada,  a companheira de suas lutas redentoras; e saiba a mulher ver no homem o irmão dedicado, o guardião imaculado do seu lar para que sob o amparo dos Espíritos Superiores alcancem um dia juntos as regiões de luz. E sob o amparo destes amigos de todas as horas, que acabem na Terra as manchas da prostituição e as do adultério; usando o homem e a mulher o sexo apenas para as altas finalidades da vida, não fazendo do sexo um abuso para um caminho ilusório aonde encontrarão decepções e amarguras em  sua vida futura.

Disciplinemos os nossos instintos, porque já não somos animais a caminhar ao sabor dos ventos e das paixões inferiores; já conquistamos a inteligência, já sabemos pensar e já sabemos distinguir o bem do mal.

A verdadeira pureza não está somente nos actos; está também no pensamento, porquanto aquele que tem puro o coração, nem sequer pensa no mal. Jesus condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é sinal de impureza.

Pelo pensamento educado exerceremos controle sobre a nossa vida sexual, mantendo-a equilibrada dentro dos limites fixados pela Divina providência,

pautando-a, seremos bafejados pela paz de espírito e  pela tranquilidade de consciência.

Aurinda Tavares