JESUS E OS DOZE APÓSTOLOS
Betsaida pertencia à Galileia, terra generosa, onde o nosso Mestre percorreu todas as ruas, aformoseando, com a sua presença, as casas, os animais, as pedras, as flores e o próprio povo.
Foi dali que
Ele tirou as maiores expressões do Seu apostolado e soube recompensá-la com a
Sua gratidão, permanecendo nessa aldeia semanas a fio, com os Seus discípulos,
ensinando-lhes as maneiras mais corretas de viver.
Sim, porque,
apesar de os apóstolos serem muito evoluídos espiritualmente e de virem ao
mundo com a missão evangelizadora a que se propuseram no Mundo Maior ainda,
necessitavam de aperfeiçoamento espiritual, da convivência com Jesus para com
Ele aprenderem as Suas leis sábias de Amor a fim de as alicerçarem na Sua Paz e
na sua Luz.
Embora eles
tivessem grande cabedal de sabedoria e conhecessem os escritos sagrados que
vigoravam na época eram tidos e vividos mais por tradição do que por
consciência, portanto, cada um os interpretava e vivia à sua maneira ou
conveniência.
Penso mesmo, que os apóstolos tiveram os seus
receios e as suas dúvidas, quando Jesus lhes anunciou ser o Messias. Isto,
porque é certo o Messias era aguardado e esperado Ele fora anunciado pelas
profecias, sonhos e anjos, Ele esteve aguardado pela ansiedade do povo, pelo
orgulho nacional da raça e o despotismo dos dominadores políticos que o
desejavam guerreiro arbitrário e apaixonado.
Ele nascera
no anonimato numa manjedoura, cercado por animais domésticos e assistido pelo
amor dos pais humildes, sem outras testemunhas.
Nas
paisagens lindas de Nazaré, Ele crescera desconhecido, movimentando-se entre a
carpintaria do pai e as mediações nas campinas verdejantes, confundido com
outros jovens, sem qualquer ponto de destaque.
Amadureceu
no seu próprio lar agigantou-se na Sinagoga, desvelando-se e anunciando-se.
Incompreendido,
como era de esperar-se, saiu na busca daqueles que iriam segui-lo e ficariam
como
Pilotis da Nova Era que Ele iniciava. No
bucolismo da Galileia pobre e sonhadora, fértil e rica de beleza Ele começou o
ministério que um dia se alargaria por quase toda a Terra, apresentando o
programa de felicidade que faltava às criaturas. Jamais foi igualado por
qualquer ser humano. Ensinou como ninguém mais conseguiu fazê-lo.
A majestade
do seu porte confundia os hipócritas e desarmava os adversários.
Nunca se
deixou perturbar diante das conjunturas humanas, sobre as quais pairava, embora
convivesse com gente de má vida, pecadores e perversos, pobres desesperados e
ricos desalmados, vítimas morais de si mesmos no vício e perseguidores
contumazes…
Jesus
escolheu os doze discípulos para os poder treinar para a vida nova que os
aguardava para a missão evangelizadora do porvir.
A maioria
dos apóstolos era da região de Cafarnaum e Betsaida.
Diferença
entre apóstolo e discípulo: Enquanto Jesus estava na terra, os doze eram chamados discípulos.
Os doze discípulos seguiram a Jesus, aprenderam com Ele, e foram treinados por
Ele.
Após a
sua ressurreição e a ascensão de Jesus, ele os enviou ao mundo (Mateus 28:18-20) para que
fossem Suas testemunhas. Eles então passaram a ser conhecidos como os doze
apóstolos.
Os doze
homens que Jesus elegeu para espalharem a sua Boa Nova eram portadores de certa
cultura … eram dotados de grande sabedoria e de raciocínio que faziam inveja
aos doutos. Eram, na maior parte, homens simples. Eram espíritos preparados
pelo mesmo Cristo no mundo da verdade, antes de virem à Terra. Nenhum deles era
ignorante. Todos tinham almas moldadas na forja do tempo e do espaço, com fogo
purificador de milhões de anos.
Jamais se
haviam afastado da Galileia. Se acostumaram às suas tarefas cotidianas, sem
serem ambiciosos. Com Jesus tudo lhes aconteceu repentinamente. Em alguns
momentos se acreditavam alucinados, vítimas de estranho sortilégio que os fazia
delirar. Por tradição conheciam os escritos sagrados. Acreditavam em
Deus e na sua justiça.
Seguiam a
Lei antiga mais por tradição do que por consciência, deixando-se arrastar pela
Esperança da felicidade ao lado de Jehová
Simão Pedro
um dos doze, era homem simples e bondoso, porém, quando irritado enérgico e,
por vezes violento. No entanto passados uns instantes arrependia-se. Era
grandalhão e forte. Desconhecia dificuldades, suas e dos outros, que não
estivesse pronto a resolver, somente com o interesse de servir.
Cumpria suas
restritas obrigações na Sinagoga, sem emoção. Amava o povo sofrido e tão
enganado. Num misto de curiosidade e descrença, ele foi ouvir a pregação de
Jesus.
Nunca mais
foi o mesmo” … desejava saber de onde e desde quando O conhecia e O amava”
Certa manhã, enquanto organizava as redes com o irmão, foi surpreendido pela
presença do Amigo, que se lhes acercou e, com uma voz inesquecível convidou-os:“
segui-me, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt4:19)
Jesus o
“Estranho”, chegara discreto, e dominara-os. Convidara-os um a um, para o não
esperado ministério, fascinando-os, depois, com a tónica de um amor, dantes
nunca experimentado. Dizia-se o Messias, e eles temiam.
Todos
desejavam é certo o esperado, no entanto, pensava-se que Ele seria poderoso
prepotente, dominador e arbitrário, enquanto este se fazia meigo na doçura de
que dava mostras em todas as atitudes.
A Igreja
improvisada de Betsaida foi o palco de aperfeiçoamento espiritual dos
discípulos. Foi nesse ambiente de luz formado pelo Mestre dos mestres, os seus
seguidores conseguiram despir-se do egoísmo, esquecendo-se do orgulho,
deixando-se de julgar os outros, abandonando o ódio, não pensando na vingança e
fechando os ouvidos à maledicência, disciplinando a língua e conduzindo os pés
pela força da consciência em Cristo.
Os apóstolos
eram muito diferentes entre si, na idade, nos conhecimentos, nas virtudes e no
carácter.
Ao tempo de
Jesus, estavam todos no vigor da idade, eram pessoas humildes, homens do povo,
cheios de fé, honrados, sinceros e extremamente fiéis ao seu Divino Mestre.
Na
convivência com Jesus o Mestre Divino os levou a toda a parte para que se
instruíssem, conhecessem o mundo, enrijecessem a fibra de seus valorosos
espíritos, a fim de poderem eles próprios, espalhar a mensagem da Boa-Nova a
todas as criaturas nos quatro cantos do Mundo, enfrentando as dificuldades, as
misérias e as maldades humanas.
Certo dia ao
regressarem, Jesus perguntou o que porventura, diziam d” Ele.
Responderam
que ouviram muitas versões: uns diziam que Ele era pobre e vivia rodeado de
pobres, na certa que não seria o Messias redentor de Israel, que todo o povo
esperava. Outros diziam que, como Ele fazia milagres, devia ser um profeta
poderoso, como os antigos; outros pensavam que Ele era o profeta João Batista,
que voltara ao mundo; havendo ainda outros que afirmavam que Ele era o próprio
Elias, que vinha na frente para anunciar o Messias verdadeiro.
Então Jesus
perguntou o que eles próprios discípulos pensavam a respeito. E como tomados de
surpresa e indecisão, emudeceram-se menos Pedro que se adiantou e respondeu
convicto que Ele era o Cristo, o Filho de Deus vivo, ao que Jesus logo
esclareceu dizendo que Pedro não dissera aquilo por conhecimento próprio, mas
sim por inspiração do Alto, demonstrando, assim, ter virtudes de espírito e
dons proféticos; e que, essa revelação seria a base sobre a qual se desenvolveria
a propagação de seus ensinamentos na Terra.
A doutrina
Espírita nos ensina que João Batista era Elias reencarnado. As escrituras
diziam que o Messias seria precedido de Elias, o grande profeta da antiguidade.
João, como o
próprio Jesus confirmou, era Elias e, assim sendo, as profecias estavam então
recebendo integral cumprimento.
Alguns pensavam
que João Batista era o próprio Messias, mas ele dizia bem alto, para que todos
ouvissem: “Eu não sou o Messias, não sou digno de desatar as correias de suas
sandálias”.
Quando Jesus
chegou para ser batizado por João Batista, João retrucou que ele é que deveria
ser batizado por Jesus; mas Jesus então explicou que era preciso que assim
fosse, para que as Escrituras recebessem integral cumprimento.
Estavam
muitos entre o povo e os discípulos de João, ali estavam presentes, viram que o
rio resplandeceu de luzes, que as sombras do crepúsculo enalteciam, e os céus
se abriram e uma entidade espiritual, na forma de uma pomba, desceu sobre
Jesus, enquanto uma voz se fazia ouvir dizendo: “Este é meu Filho muito amado no
qual pus a minha complacência”.
João já na
prisão mandara dois de seus discípulos inquirirem a Jesus de Quem tanto ouvia
falar, para saber! _ És tu aquele que há
- de vir, ou devemos esperar outro? Respondeu Jesus jubiloso! Ide e contai a
João o que ouvis e vedes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos tornam-se
limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e aos pobres é anunciada a Boa
Nova. Feliz de quem não se escandalizar de mim.
A estes
primeiros discípulos muitos outros se agregaram no decorrer das pregações,
atingindo até o número de setenta e dois, porém, quando a tarefa tomou aspeto
difícil, tornando-se trabalhosa e até mesmo perigosa, pela onda de hostilidades
e ameaças que se acumularam contra Jesus, e também, por não compreenderem ou
não concordarem com a doutrina que pregava, muitos se afastaram e, por fim,
somente permaneceram junto d”Ele os doze primitivos. Em determinada ocasião, ao
verificar-se tal facto, Jesus perguntou aos discípulos já citados se também não
desejavam partir, ao que eles responderam: “para onde iremos, se somente Tu
tens as palavras da vida eterna?”. Também destes doze, nos últimos dias da ação
messiânica de Jesus também Judas de Kerioth o abandonou, e após a crucificação,
foi substituído por Matias.
Jesus de
Poeta, fez-se cantor.
De príncipe,
tornou-se vassalo.
De Senhor,
converteu-se em servo.
De nobre de
origem celeste, transformou-se em escravo do amor.
Ninguém
disse o que Ele disse, conforme o fez e viveu.
Nem a morte
o diminuiu. Pelo contrário, antecipou-lhe a luminosa ressurreição.
Grandioso,
ontem, hoje e sempre.
Ele é o
amanhã dos que choram, sofrem, aguardam e amam.
É A RESSURREIÇÃO E A VIDA, O ALFA E O ÔMEGA.
ELE É
TIPO MAIS PERFEITO PARA SERVIR DE GUIA E MODELO A TODA A HUMANIDADE.
Aurinda Tavares
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