quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

                                 

           JESUS E OS DOZE  APÓSTOLOS

                                         
                      
Betsaida pertencia à Galileia, terra generosa, onde o nosso Mestre percorreu todas as ruas, aformoseando, com a sua presença, as casas, os animais, as pedras, as flores e o próprio povo.
Foi dali que Ele tirou as maiores expressões do Seu apostolado e soube recompensá-la com a Sua gratidão, permanecendo nessa aldeia semanas a fio, com os Seus discípulos, ensinando-lhes as maneiras mais corretas de viver.
Sim, porque, apesar de os apóstolos serem muito evoluídos espiritualmente e de virem ao mundo com a missão evangelizadora a que se propuseram no Mundo Maior ainda, necessitavam de aperfeiçoamento espiritual, da convivência com Jesus para com Ele aprenderem as Suas leis sábias de Amor a fim de as alicerçarem na Sua Paz e na sua Luz.
Embora eles tivessem grande cabedal de sabedoria e conhecessem os escritos sagrados que vigoravam na época eram tidos e vividos mais por tradição do que por consciência, portanto, cada um os interpretava e vivia à sua maneira ou conveniência.
 Penso mesmo, que os apóstolos tiveram os seus receios e as suas dúvidas, quando Jesus lhes anunciou ser o Messias. Isto, porque é certo o Messias era aguardado e esperado Ele fora anunciado pelas profecias, sonhos e anjos, Ele esteve aguardado pela ansiedade do povo, pelo orgulho nacional da raça e o despotismo dos dominadores políticos que o desejavam guerreiro arbitrário e apaixonado.  
Ele nascera no anonimato numa manjedoura, cercado por animais domésticos e assistido pelo amor dos pais humildes, sem outras testemunhas.
Nas paisagens lindas de Nazaré, Ele crescera desconhecido, movimentando-se entre a carpintaria do pai e as mediações nas campinas verdejantes, confundido com outros jovens, sem qualquer ponto de destaque.
Amadureceu no seu próprio lar agigantou-se na Sinagoga, desvelando-se e anunciando-se.
Incompreendido, como era de esperar-se, saiu na busca daqueles que iriam segui-lo e ficariam como
Pilotis da Nova Era que Ele iniciava. No bucolismo da Galileia pobre e sonhadora, fértil e rica de beleza Ele começou o ministério que um dia se alargaria por quase toda a Terra, apresentando o programa de felicidade que faltava às criaturas. Jamais foi igualado por qualquer ser humano. Ensinou como ninguém mais conseguiu fazê-lo.
A majestade do seu porte confundia os hipócritas e desarmava os adversários.
Nunca se deixou perturbar diante das conjunturas humanas, sobre as quais pairava, embora convivesse com gente de má vida, pecadores e perversos, pobres desesperados e ricos desalmados, vítimas morais de si mesmos no vício e perseguidores contumazes…
Jesus escolheu os doze discípulos para os poder treinar para a vida nova que os aguardava para a missão evangelizadora do porvir.
A maioria dos apóstolos era da região de Cafarnaum e Betsaida.
Diferença entre apóstolo e discípulo: Enquanto Jesus estava na terra, os doze eram chamados discípulos. Os doze discípulos seguiram a Jesus, aprenderam com Ele, e foram treinados por Ele.
Após a sua ressurreição e a ascensão de Jesus, ele os enviou ao mundo (Mateus 28:18-20) para que fossem Suas testemunhas. Eles então passaram a ser conhecidos como os doze apóstolos.
Os doze homens que Jesus elegeu para espalharem a sua Boa Nova eram portadores de certa cultura … eram dotados de grande sabedoria e de raciocínio que faziam inveja aos doutos. Eram, na maior parte, homens simples. Eram espíritos preparados pelo mesmo Cristo no mundo da verdade, antes de virem à Terra. Nenhum deles era ignorante. Todos tinham almas moldadas na forja do tempo e do espaço, com fogo purificador de milhões de anos.
Jamais se haviam afastado da Galileia. Se acostumaram às suas tarefas cotidianas, sem serem ambiciosos. Com Jesus tudo lhes aconteceu repentinamente. Em alguns momentos se acreditavam alucinados, vítimas de estranho sortilégio que os fazia delirar. Por tradição conheciam os escritos sagrados. Acreditavam em Deus e na sua justiça.
Seguiam a Lei antiga mais por tradição do que por consciência, deixando-se arrastar pela Esperança da felicidade ao lado de Jehová
Simão Pedro um dos doze, era homem simples e bondoso, porém, quando irritado enérgico e, por vezes violento. No entanto passados uns instantes arrependia-se. Era grandalhão e forte. Desconhecia dificuldades, suas e dos outros, que não estivesse pronto a resolver, somente com o interesse de servir.
Cumpria suas restritas obrigações na Sinagoga, sem emoção. Amava o povo sofrido e tão enganado. Num misto de curiosidade e descrença, ele foi ouvir a pregação de Jesus.
Nunca mais foi o mesmo” … desejava saber de onde e desde quando O conhecia e O amava” Certa manhã, enquanto organizava as redes com o irmão, foi surpreendido pela presença do Amigo, que se lhes acercou e, com uma voz inesquecível convidou-os:“ segui-me, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt4:19)
Jesus o “Estranho”, chegara discreto, e dominara-os. Convidara-os um a um, para o não esperado ministério, fascinando-os, depois, com a tónica de um amor, dantes nunca experimentado. Dizia-se o Messias, e eles temiam.
Todos desejavam é certo o esperado, no entanto, pensava-se que Ele seria poderoso prepotente, dominador e arbitrário, enquanto este se fazia meigo na doçura de que dava mostras em todas as atitudes.
A Igreja improvisada de Betsaida foi o palco de aperfeiçoamento espiritual dos discípulos. Foi nesse ambiente de luz formado pelo Mestre dos mestres, os seus seguidores conseguiram despir-se do egoísmo, esquecendo-se do orgulho, deixando-se de julgar os outros, abandonando o ódio, não pensando na vingança e fechando os ouvidos à maledicência, disciplinando a língua e conduzindo os pés pela força da consciência em Cristo.
Os apóstolos eram muito diferentes entre si, na idade, nos conhecimentos, nas virtudes e no carácter.
Ao tempo de Jesus, estavam todos no vigor da idade, eram pessoas humildes, homens do povo, cheios de fé, honrados, sinceros e extremamente fiéis ao seu Divino Mestre.
Na convivência com Jesus o Mestre Divino os levou a toda a parte para que se instruíssem, conhecessem o mundo, enrijecessem a fibra de seus valorosos espíritos, a fim de poderem eles próprios, espalhar a mensagem da Boa-Nova a todas as criaturas nos quatro cantos do Mundo, enfrentando as dificuldades, as misérias e as maldades humanas. 
Certo dia ao regressarem, Jesus perguntou o que porventura, diziam d” Ele.
Responderam que ouviram muitas versões: uns diziam que Ele era pobre e vivia rodeado de pobres, na certa que não seria o Messias redentor de Israel, que todo o povo esperava. Outros diziam que, como Ele fazia milagres, devia ser um profeta poderoso, como os antigos; outros pensavam que Ele era o profeta João Batista, que voltara ao mundo; havendo ainda outros que afirmavam que Ele era o próprio Elias, que vinha na frente para anunciar o Messias verdadeiro.
Então Jesus perguntou o que eles próprios discípulos pensavam a respeito. E como tomados de surpresa e indecisão, emudeceram-se menos Pedro que se adiantou e respondeu convicto que Ele era o Cristo, o Filho de Deus vivo, ao que Jesus logo esclareceu dizendo que Pedro não dissera aquilo por conhecimento próprio, mas sim por inspiração do Alto, demonstrando, assim, ter virtudes de espírito e dons proféticos; e que, essa revelação seria a base sobre a qual se desenvolveria a propagação de seus ensinamentos na Terra.
A doutrina Espírita nos ensina que João Batista era Elias reencarnado. As escrituras diziam que o Messias seria precedido de Elias, o grande profeta da antiguidade.
João, como o próprio Jesus confirmou, era Elias e, assim sendo, as profecias estavam então recebendo integral cumprimento.
Alguns pensavam que João Batista era o próprio Messias, mas ele dizia bem alto, para que todos ouvissem: “Eu não sou o Messias, não sou digno de desatar as correias de suas sandálias”.
Quando Jesus chegou para ser batizado por João Batista, João retrucou que ele é que deveria ser batizado por Jesus; mas Jesus então explicou que era preciso que assim fosse, para que as Escrituras recebessem integral cumprimento.
Estavam muitos entre o povo e os discípulos de João, ali estavam presentes, viram que o rio resplandeceu de luzes, que as sombras do crepúsculo enalteciam, e os céus se abriram e uma entidade espiritual, na forma de uma pomba, desceu sobre Jesus, enquanto uma voz se fazia ouvir dizendo: “Este é meu Filho muito amado no qual pus a minha complacência”.
João já na prisão mandara dois de seus discípulos inquirirem a Jesus de Quem tanto ouvia falar, para saber! _ És tu  aquele que há - de vir, ou devemos esperar outro? Respondeu Jesus jubiloso! Ide e contai a João o que ouvis e vedes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos tornam-se limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e aos pobres é anunciada a Boa Nova. Feliz de quem não se escandalizar de mim.
A estes primeiros discípulos muitos outros se agregaram no decorrer das pregações, atingindo até o número de setenta e dois, porém, quando a tarefa tomou aspeto difícil, tornando-se trabalhosa e até mesmo perigosa, pela onda de hostilidades e ameaças que se acumularam contra Jesus, e também, por não compreenderem ou não concordarem com a doutrina que pregava, muitos se afastaram e, por fim, somente permaneceram junto d”Ele os doze primitivos. Em determinada ocasião, ao verificar-se tal facto, Jesus perguntou aos discípulos já citados se também não desejavam partir, ao que eles responderam: “para onde iremos, se somente Tu tens as palavras da vida eterna?”. Também destes doze, nos últimos dias da ação messiânica de Jesus também Judas de Kerioth o abandonou, e após a crucificação, foi substituído por Matias.
Jesus de Poeta, fez-se cantor.
De príncipe, tornou-se vassalo.
De Senhor, converteu-se em servo.
De nobre de origem celeste, transformou-se em escravo do amor.
Ninguém disse o que Ele disse, conforme o fez e viveu.
Nem a morte o diminuiu. Pelo contrário, antecipou-lhe a luminosa ressurreição.
Grandioso, ontem, hoje e sempre.
Ele é o amanhã dos que choram, sofrem, aguardam e amam.
 É A RESSURREIÇÃO E A VIDA, O ALFA E O ÔMEGA.
ELE É TIPO MAIS PERFEITO PARA SERVIR DE GUIA E MODELO A TODA A HUMANIDADE.
                                                                     
                       Aurinda Tavares