domingo, 8 de janeiro de 2017

“A FÉ E A ORAÇÃO”


                                                                   
                                                         “A FÉ E A ORAÇÃO”



        A Fé e a Oração, aliadas à prática das Boas-Obras; levam-nos à realização das boas práticas morais e espirituais. Também estas atitudes fazem parte de nós mesmos; das promessas deixadas um dia no Mundo Maior; para podermos continuar bem, a nossa grande trajectória ascensional e evolutiva.
A oração é a ponte que nos liga a Deus; a Jesus, aos Espíritos Superiores, ao nosso Anjo Guardião, ou Anjo da Guarda, (como queiramos dizer).
A Oração é uma força viva e activa; uma magnetização espiritual; quando, dita com muita sinceridade e muita fé. Ela alcançará através do fluido cósmico universal, o ser a quem a dirigimos; mesmos nas regiões incomensuráveis do Universo. Quem ora com fé e confiança; confiando em Deus nosso Pai, em Jesus Cristo e aos Espíritos seus protectores nada lhe faltará.
Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. S. Marcos, Cap. XI, V.24
Deus conhece as nossas necessidades é certo! E há leis naturais e imutáveis, que não poderão nunca ser revogadas, nem elas poderão ser; ao nosso sabor; nem podem ser à medida dos nossos caprichos; mas não podemos crer e admitir que todas as circunstâncias da vida estarão sujeitas sempre à fatalidade.
O homem não é um instrumento imobilizado; é um ser livre; dotado de livre-arbítrio, de inteligência e de raciocínio.
Portanto, terá que por si próprio; descobrir os meios de se poder prevenir de tudo aquilo que lhe possa vir a ser prejudicial.
Não podemos curvar a nossa cabeça, ao sabor dos ventos e das tempestades; admitindo todos os acontecimentos da vida, sem agirmos, e de certo modo pensarmos, como poderemos evitá-los. Deus concedeu ao homem, a inteligência e a razão para que; delas se sirva, nos momentos oportunos e não para que ficassem as suas faculdades paralisadas, ou sem utilidade.
O homem é livre de agir num sentido ou no outro, seus actos lhe conduzem às diversas circunstâncias da vida, sobre o que ele faz ou deixa de fazer.
Devidos à sua iniciativa há sim, sucessos, que poderão escapar às fatalidades e que não quebram a harmonia das leis universais.
Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis universais que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
Da máxima: “ Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece” fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e é injusto acusar a Providência se não cede aos nossos pedidos caprichosos, ou a todas as súplicas que lhes façamos, uma vez que Deus sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem e o que é melhor para nós.
Um pai criterioso recusa ao seu filho o que lhe seja prejudicial e lhe dará os remédios amargos, como procede um médico para proceder à cura de seus males; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.
O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, e a resignação.
Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que lhes sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da acção. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui.
Mas na maioria dos casos, o que o homem quer mesmo é ser socorrido por milagre e sem fazer o mínimo esforço.
Há um exemplo no Evangelho Segundo o Espiritismo; de que se pedirmos a Deus que nos assista numa aflição, os bons Espíritos poderão imediatamente vir em nosso auxílio, sugerindo-nos boas ideias para nós realizarmos em favor de nós mesmos ou de outrem.
Uma senhora muito minha amiga me contou o seguinte: estando eu numa grande aflição, porque me entrou um líquido corrosivo para os meus olhos. Pedi a Deus que alguém viesse em meu socorro! Imediatamente uma pessoa estando distante a bastantes quilómetros, disse ao seu marido: Vamos já a tal parte, fulana: dizendo o nome da pessoa; está a precisar de nós. Puseram-se a caminho, da casa da referida senhora e imediatamente a transportaram para o Hospital. O médico lhe disse: se a senhora viesse só amanhã ficava cega.
A senhora na sua aflição; orou a Deus que enviasse alguém para a socorrer, e ela foi atendida na sua aflição. Foi a sua fé, e o seu merecimento que fizeram com que o “milagre” acontecesse.
Isto não foi milagre, mas um acontecimento inesperado; em que alguém se encontrava necessitado de ajuda e foi socorrido, através do seu merecimento; da Oração e da sua Fé.
No item 11 do Evangelho Segundo o Espiritismo, lemos o seguinte: Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho recto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê arruinada a sua saúde, em consequência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus dias, uma vida de sofrimento: terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir às tentações.
Quando reencarnamos, prometemos aos nossos Mentores no Mundo Maior, cumprir bem a nossa missão terrena e da melhor forma que nos fosse possível, quer fosse no nosso círculo familiar ou social.
Mas muitos de nós esquecemos; com facilidade as promessas que fizemos a esses amigos espirituais que confiam em nós, mas que não nos tolhem o nosso livre-arbítrio. Eles podem afastar-se de nós por não lhes ouvirmos os seus conselhos, mas continuam sempre por perto, e activos no seu trabalho, em favor da nossa protecção e da sua inspiração para connosco. Esses nossos amigos protegem-nos sempre e nos amparam sempre que os chamemos através da Oração e do nosso merecimento. Também ficam tristes connosco se nos vêem sempre a cometer os mesmos erros, enganando-nos a nós próprios com a maior das facilidades em prejuízo da nossa alma.
Claro que com os erros também se aprende, dirão muitos e com uma certa razão, mas só aprenderemos mesmo; quando nossa alma está cansada de sofrer, ansiosa de reparar as suas faltas, então reconhecerão o tempo perdido e que podia ser aproveitado em seu benefício (em benefício do seu espírito).
Pela Oração, podemos pedir por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou por todos aqueles que já desencarnaram.
As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus.
A prece pode ter por objectivo um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação.
Mas muitos pedem e imploram, mas não sabem pedir! Oram apenas, mas sem fé. Muitos de nós até queremos ser logo atendidos naquilo que pretendemos, mas que fé é essa; para querermos as coisas imediatamente!
E muitos de nós até deixamos de orar e nos afastamos de Deus, dizendo para quê orar; se nada acontece! Peço, peço, e não sou atendido; e nas adversidades, que é quando ainda mais necessitamos; logo deixamos cair os braços, ou os cruzamos!
O homem é quase sempre o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se obrasse com sabedoria e prudência.
Não é menos certo, que todas as suas misérias resultam das suas infracções às leis de Deus.
Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não nos atingiriam as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
Os males desta vida se dividem em duas partes constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das suas tribulações, mas muitas das vezes constituídas pela sua incúria ou pelos seus excessos.
Seríamos inteiramente ditosos se observássemos as Leis de Deus, sendo rigorosos para connosco próprios e na sua observância!

Pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-à. Este é o lema.
Fonte bibliográfica:
O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan-Kardec.

                                                
                                                   Aurinda Tavares