sábado, 1 de outubro de 2016

“A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS”

                                     
                               
                                    “A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS”
                                                                   
                                                                           
 A fé é o orvalho divino.
É a fé que luariza a nossa alma e a prepara para a o Mundo Maior. Também é através da fé que, adquirimos as energias necessárias, para nos dar a confiança necessária ajudando-nos a criar as forças indispensáveis para o nosso equilíbrio espiritual, moral, físico, familiar, social e em todas as situações, quer sejam fáceis ou mesmo nas mais difíceis.
Lembremo-nos de que a nossa mente é uma força criadora, capaz de construir e de destruir, e todos nós somos capazes de realizar grandes coisas, através da nossa confiança em Deus pelo poder da fé e da confiança em nós próprios. Assim agindo, com toda a confiança em nós, naquilo que seremos capazes de realizar, seremos herdeiros de um grande potencial de coragem e de determinação para tudo o que nos compete realizar e cumprir ainda neste Mundo e nesta existência.
Aquele que, simplesmente duvida das suas forças e não tem confiança em Deus, no seu poder, na sua bondade e na sua misericórdia, não terá em si mesmo a força movida por outra força, chamada: Deus. Que é quem lhe dá o sustentáculo para lhe servir de pilar. E facilmente sucumbirá nas suas realizações, se não acreditar em si mesmo e nas capacidades com que sua alma se agiganta. Estejam elas ou não, em estado embrionário ou letárgico, ou camufladas, não as deixando sobressair. Essas forças ocultas residem nos refolhos da nossa consciência, no mais íntimo do nosso ser, é só prestarmos atenção à voz que nos adverte e nos alerta de que querer é poder.
A fé se adquire, e não se prescreve, assim como também não se impõe a ninguém, mas não há ninguém no mundo que esteja privado de a ter ou de a cultivar, mesmo entre os mais insubmissos às leis divinas.
Todos os seres humanos têm em si mesmos a semente divina para germinar e Deus nos deu essa semente para que possa fecundar no nosso interior para nos que nos ajudar no nosso caminho evolutivo.
Estejamos atentos ao Evangelho do Cristo, porque ele é a Luz que se acende no nosso caminho. A Fé é o combustível divino que nos aquece, nos sustenta, nos ilumina e nos dá a vida.
É como a prece, sendo-nos necessária, em todos os instantes, porque também a alma, tal como o nosso corpo, necessita de alimento.
O corpo necessita de cuidados, vários, tais como: higiene, alimentação equilibrada, da mente com pensamentos sadios, e, positivos e elevados.
Podendo-se mesmo afirmar que o sustento do nosso Espírito é a Oração, o que equivale a dizer: que a arma do cristão é a Oração.
Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha. Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível.
(S. Mateus, cap. XVII.VV.14 a 20.)           
Mas as montanhas que a fé pode deslocar são as dificuldades, as resistências, a má vontade, a hipocrisia, em suma todos os preconceitos na vida diária dos indivíduos, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas que são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem quer trabalhar pelo progresso da Humanidade.
A fé sólida e robusta dá-nos a perseverança, a energia e os recursos essenciais para vencermos todos os obstáculos tanto nas pequenas coisas como nas grandes.
Da fé vacilante, resultam medos, incertezas, hesitações, dúvidas e tormentos, e é dessa fé, que se aproveitam os nossos adversários se não formos fortes e, corajosos, resolutos e firmes; essa fé não procura os meios e o remédio para vencer, porque não acredita que possa vencer.
Uma fé firme é aquela que não vacila, e procura todos os meios ao seu alcance para poder vencer!
Em outro significado, pode entender-se como fé a confiança que se tem na realização de alguns dos nossos sonhos, dando-nos uma espécie de lucidez permitindo-nos em pensamento antever a meta a alcançar e quais os meios para a chegar até eles.
A fé e a confiança dão-nos segurança, para a realização de todas as grandes coisas que Deus permita que possamos fazer.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta-nos a paciência, sabendo esperar, porque se apoia na sua inteligência, acabando por ter a compreensão das coisas e a certeza de chegar aos fins visados. A fé vacilante duvida de si mesma e sente a sua própria fraqueza e quando é estimulada pelos seus interesses, torna-se furibunda e julga compensar, com os recursos da violência, porque a força lhe falece.
Devemos resolver os nossos problemas com calma, porque na luta ela é sempre um sinal de força e de confiança; a violência muito pelo contrário é sinal de fraqueza e de dúvida sobre si mesmo.
Também não confundamos, fé com presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, porque sabe perfeitamente que é um simples instrumento da vontade divina e que nada poderá realizar sem Ele.
E por essa razão os Bons-Espíritos acorrem a nos sustentarem nas nossas lutas, nas nossas dores e nas nossas provas, dando-nos a coragem moral de que tanto necessitamos, a resignação, o bom ânimo, a força, a paciência, suscitando-nos bons pensamentos.
A presunção, leva-nos à falta de fé e ao orgulho, e o orgulho será sempre abatido e castigado, quer seja cedo ou tarde, pelas decepções e pelos fracassos que lhe serão aplicados pelas leis divinas.
O poder da fé se apresenta, de modo directo e especial, na acção magnética e através dessa força magnética poderosíssima, o homem por seu intermédio, pode actuar sobre o fluido cósmico universal que é o seu agente, podendo modificar-lhe as propriedades e lhe dar uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal juntar ardente fé, pode pela força de sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenómenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passavam de um efeito de uma lei natural e que só com o estudo do espiritismo podemos entendê-los. Tal o motivo que levou Jesus a dizer aos seus apóstolos: se não o curaste, foi porque não tínheis fé.
1.    Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. — Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. — Jesus respondeu, dizendo: ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. — E tendo Jesus ameaçado o demónio, (ou seja o mau espírito, o demónio não existe) este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. — Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demónio? — Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. Mateus, cap. XVII, vv.14 a 20.)
Aqui temos uma grande lição que Jesus deixou aos seus apóstolos e que também serve para todos nós.
Ora a fé é a garantia daquilo que se espera e que se pretende realizar e se não tivermos fé, tudo se poderá diluir.
Para vencer a incredulidade Deus emprega os meios que lhe convém sobre cada um de nós, impõe-nos condições, não se submete a elas. Ouve com bondade, os que O buscam, humildemente e que não se julgam mais do que Ele.
Um estudo aprofundado da Doutrina dos Espíritos, leva-nos a termos mais fé, mais amor às criaturas, mais compreensão para com elas, aprendemos a ser mais humildades, mais generosos, a termos mais paciência, mais coragem, mais resignação, a sermos mais fraternos. A fé nos encoraja nas nossas provas e nas nossas lutas, e desperta em nós mais amor a Deus e mais amor ao nosso próximo.
Fontes de consulta:
O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan-Kardec.

                                   Aurinda Tavares