“SER MÉDIUM”
Médiuns são pessoas aptas a sentir a influência dos Espíritos e a transmitir os seus pensamentos. Toda a pessoa que, num grau qualquer, experimenta a influência dos Espíritos é, por esse simples facto, médium. Essa faculdade é inerente ao homem e por conseguinte, não constitui privilégio exclusivo, donde se segue que poucos são os que não possuem um rudimento de tal faculdade. Contudo dizer-se que toda a gente é médium, é segundo o uso, esse qualificativo só se aplica àqueles a quem uma faculdade se manifesta por efeitos ostensivos, de certa intensidade.
Há dois géneros de mediunidade: a mediunidade de
efeitos físicos e a mediunidade de efeitos intelectuais.
A mediunidade de efeitos físicos é a que produz
manifestações materiais, tais como: barulhos, deslocamentos de objectos,
materializações, transportes, trabalhos manuais, voz directa, etc.
A mediunidade de efeitos intelectuais produz
manifestações inteligentes e essas manifestações inteligentes são: a palavra, a
escrita, a inspiração, a intuição, etc.
Para que melhor se entenda a mediunidade, lembro que
nós, seres humanos, somos compostos de três elementos: o espírito, o
perispírito e o corpo. No estado de reencarnados, temos três “corpos”,
totalmente inseparáveis até ao momento da nossa desencarnação, ou (morte, mas
quando desencarnarmos, o nosso corpo volverá ao pó e ficaremos a ser Espírito,
tendo o nosso Espírito, como veste um corpo fluídico, à medida que o Espírito evolui
e se dedica exclusivamente ao bem, ele se vai despojando das impressões da
matéria, ele se aproxima da natureza dos Bons Espíritos. Como o progresso dos
Espíritos é quase infinito, ele se vai depurando nas suas reencarnações e o seu
perispírito à medida que se aperfeiçoa, também se vai tornando mais etéreo para
poder habitar mundos menos materiais.
O perispírito é um véu fluídico que envolve o
espírito, ligando-o ao corpo durante o tempo da encarnação. Eles são
inseparáveis e é tanto ou mais luminoso, quanto maior for o adiantamento moral
do espírito que o reveste. É invisível para nós no estado de vigília; porém pode
tornar-se visível, como nos casos das materializações, das aparições e nos
sonhos.
Aqui temos uma imagem bem ilustrativa daquilo que nós realmente somos
no estado de reencarnados! Trouxe esta imagem para nos poder facilitar o
entendimento.
A mediunidade é pois a faculdade que
nos facilita o intercâmbio com os seres desencarnados e que já partiram para o
mundo espiritual. A mediunidade é, pois, o sentido pelo qual, nós nos
relacionamos com os espíritos desencarnados e todos nós humanos, a possuímos,
embora em diferentes graus.
Para que compreendamos melhor onde
reside a nossa mediunidade, vamos lembrar de que o ser humano é então composto
de espírito+ perispírito e + corpo.
O perispírito é o receptor das
sensações e o transmissor delas ao espírito. As sensações físicas são recebidas
pelo nosso perispírito através do nosso sistema nervoso do qual é dotado o
nosso corpo. As sensações do nosso espírito são recebidas, através do nosso
perispírito que nos envolve e se irradia no nosso corpo, contornando-o como que
fosse uma névoa.
No mecanismo da mediunidade de
efeitos físicos, processa-se o seguinte: o perispírito do médium projecta para
o exterior uma emissão fluídica-nervosa; os espíritos se aproximam dessa
emissão fluídica- nervosa e a combinam com os seus fluídos magnéticos,
retirados do fluido cósmico universal e desse modo, adquirem a força necessária
para o efeito da produção dos fenômenos que pretendam realizar.
No mecanismo da mediunidade de
efeitos intelectuais: o Espírito que se quer comunicar liga seu perispírito ao
perispírito do médium, influenciando dessa forma o médium que lhe reproduz o
seu pensamento, quer seja pela palavra, ou seja, pela escrita.
Ainda na mediunidade de efeitos
físicos há uma emissão fluídica-nervosa e da qual os espíritos dela se
utilizam.
Já na mediunidade de efeitos
intelectuais o organismo do médium é influenciado pelo perispírito do espírito
que se quer manifestar. A essa força nervosa extraída do próprio médium de
efeitos físicos, dá-se o nome de ectoplasma.
A causa que produz a mediunidade é
orgânica-espiritual.
Vibrando o sistema nervoso do médium
facilmente e irradiando pelo seu perispírito intensa emissão de fluídos que,
combinados com os fluídos magnéticos do espírito manifestante, servem para a
produção dos fenômenos de efeitos físicos.
Também a rapidez com que essas
vibrações se fazem, se devem à liberdade que o perispírito do médium ganha,
nesse intercâmbio de energia o que lhe permite ligar-se ao perispírito do
espírito manifestante e, dessa forma podendo produzir os fenômenos de efeitos
intelectuais.
A causa é espiritual, porque sem o
concurso dos espíritos não haveria mediunidade!
Os sinais mais comuns do
aparecimento da mediunidade são estes: cérebro perturbado, sensação de peso na
cabeça e também nos ombros; nervosismo e ficando irritados por tudo e por nada;
vivendo agitados; desassossegados; com insônias; arrepios de frio, sensação de
cansaço, fraqueza, tédio; apatia, e melancolia; sentindo por vezes também
calor, como que se estivésse junto a qualquer coisa muito quente; falta de
ânimo; por vezes uma profunda tristeza e nalguns momentos poderemos ter
excessiva alegria, sem que percebamos qual a sua origem. Estes são os sinais
mais frequentes, mas dia a dia eles se acentuam cada vez mais e à medida que as
relações fluídicas entre nós e os espíritos sofredores se estabelecem e se
fortifiquem a nossa saúde se altera, devido à enorme carga de fluídos deletérios
que o nosso corpo armazena.
Toda a pessoa com estes sintomas de
mediunidade deverá procurar ajuda espiritual num Centro Espírita, porque esses
médiuns são como as antenas parabólicas e atraem com os seus aparelhos
receptores, ou chacras, os espíritos muito sofredores, e perturbados, porque estando
eles com seu perispírito tão denso e tão materializado, as suas percepções
espirituais são muito reduzidas que na maioria das vezes ainda acreditam
estarem vivos, e a sentirem as sensações físicas, nomeadamente as da agonia,
tornando as suas percepções espirituais muito limitadas e, em certos casos muitos
Espíritos, ainda não se aperceberam de que já desencarnaram.
Se um espírito sofredor se acerca de
uma pessoa na qual lhe está aparecendo a mediunidade, ele lhe transmitirá todas
as sensações que ele próprio sente.
Para nosso equilíbrio físico e
espiritual deveremos procurar um Centro Espírita para nos ajudar
espiritualmente e esclarecer o que se passa connosco. Deveremos evangelizar-nos.
Inscrevendo-nos nos Cursos que a Doutrina Espírita tem ao nosso dispor e nos
oferece gratuitamente, para nossa orientação mediúnica.
Quem frequentar um Centro Espírita,
nada pagará, porque é o dar de graça o que de graça recebeu — como Jesus
ensinou a quem recebeu o dom mediúnico gratuitamente. Nas casas Espíritas
pratica-se a mais santa caridade, a caridade desinteressada.
Nunca procurar cartomancia: homens
ou mulheres que utilizem o curandeirismo e que só servem para explorar o
próximo ao máximo, com as suas falsas promessas baratas, mas que não são tão
baratas assim, porque até são bem exploradas e não são ajudadas como esperavam.
Gastam por vezes o que têm, e por vezes o que não têm e cada vez se afundam
mais.
Ninguém deve desviar a mediunidade
do seu fim providencial,
a mediunidade é coisa santa e
sagrada e esses falsos médiuns pagarão muito caro no Mundo Espiritual pelo
desvio que dela fizeram.
Há muitos espíritos que ao saberem que foram
enganados, aguardam estes médiuns e os farão lá sofrer muito, quando estes
também são maldosos e ignorante.
Só as casas Espíritas têm ao nosso dispor
as ferramentas necessárias para nossa libertação espiritual e seguindo a sua orientação, nós
neutralizaremos as más influências espirituais que nos acompanham, através do
passe magnético e do estudo das Obras De Allan-kardec e complementares. Ao nos
educarmos moralmente e espiritualmente, os Espíritos que nos acompanham também
se evangelizarão como nós e se educarão mediunicamente como nós e do mesmo processo.
E dessa forma teremos a dupla vantagem não só de nos ajudarmos a nós próprios,
mas também ajudamos a esses nossos irmãos infelizes que também o são; e tão ou mais
sofredores do que nós, porque o que eles mais necessitam também é de almas
caridosas que os auxiliem e esclareçam.
Há quem dê por nome de encosto quando algum espírito se agarra a
uma pessoa, porém o mais comum é dizer-se que a pessoa está obsidiada e de
facto se esta não for tratada numa Casa Espírita de facto a pessoa ficará
debaixo de um jugo obsessor e do qual não conseguirá desenvencilhar-se sem o
concurso de terceiros.
Em novo trabalho eu explicarei mais assuntos acerca desta
problemática e da mediunidade, mas para não tornar o trabalho tão extenso e tão
cansativo eu encerro este assunto por agora.
Teremos muito mais oportunidades se Deus nos permitir!
Fontes de consulta, O LIVRO: MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS
Boas leituras!
Aurinda Tavares