“O NAMORO E O CASAMENTO”
O Espiritismo ensina-nos que o casamento “é um progresso na marcha da Humanidade” e que a sua abolição significaria o retorno à vida animal”. (O livro dos Espíritos, Questões 695 e 696)
A indissolubilidade absoluta do casamento é uma lei
humana. As leis da natureza são imutáveis e portanto, intocáveis, mas aquelas
que são feitas pelos homens, eles as poderão sempre que o pretendam as alterar.
Se as leis dos homens fossem perfeitas não precisariam de ser revogadas, mas
leis perfeitas só são as Leis de Deus.
A par das leis de Deus, o homem também necessita das
leis terrenas para que na Terra se possam manter a ordem e o equilíbrio, numa humanidade que em sua maioria não respeita os direitos dos seus irmãos na Terra.
Se estivéssemos a viver num Mundo Superior não
precisaríamos das leis dos homens, porque única é a lei de Deus em todos
os Mundos a: Lei do Amor.
Desde as eras tribais primitivas, que existem no
nosso Planeta, leis, as de protecção à família; e quanto mais avançarmos no
caminho da civilização, mais apuradas se tornam essas mesmas leis. As leis de
amparo à família são necessárias, porque o coração humano nalguns casos é ainda
muito duro.
O homem que na Terra é muito apegado aos bens
materiais e carente de moralidade, facilmente, esquece os compromissos que assumiu,
no plano espiritual para com a sua família terrena.
No mundo espiritual antes de reencarnar ele prometeu
assistência, protecção e zelo, à sua família, mas movido pelo seu orgulho, pelo
seu egoísmo e pela sua prepotência, o homem procura quase sempre furtar-se aos
deveres sagrados da família. Os espíritos encarnados, com raras e nobres
exceções, ainda não sabem respeitar a integridade moral de seus semelhantes; um
egoísmo feroz fá-los desprezar as leis mais elementares da fraternidade; e
quando no ambiente familiar se torna imprescindível o sacrifício, a renúncia, a
luta enobrecedora ainda que áspera, a tendência geral é desertar para fugir aos
compromissos assumidos.
É por isso que os legisladores se viram sempre na
contingência de elaborarem leis que protegessem cada um dos cônjuges, em
particular também os seus filhos, e os filhos órfãos, e também tudo quanto se
relacione à estabilidade da família.
À medida que se processe a espiritualização da
humanidade, essas leis também irão evoluindo, até acabarem por se alicerçar
unicamente no Evangelho de Jesus.
Na questão 701do Livro dos Espíritos, temos uma
pergunta que Allan-Kardec fez aos Espíritos Superiores: Qual das duas, a
poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei da Natureza? “A poligamia é lei
humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas
de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não
há afeição real: há apenas sensualidade.”
O casamento ou união de dois seres, faculta um
regime de vida em comum pela qual duas criaturas se confiam uma à outra no
campo da assistência mútua, na criação e no desenvolvimento dos valores para a
vida o que implica em direitos e em deveres recíprocos.
Quase sempre recebemos como cônjuge o parceiro/a a
quem muito prejudicámos no passado, ou a quem conduzimos ao desequilíbrio.
Quem fugir às responsabilidades no matrimónio para
evitar problemas sacrificiais ou sofrimentos aos compromissos que terá assumido
previamente no plano espiritual, adiará o resgate da sua dívida.
O matrimónio tem reunido sob o mesmo tecto, vários
tipos evolutivos de casais, demonstrando-nos dessa forma que a união na Terra
funciona como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, mas
na maioria dos casos como instrumento de reajuste.
Raramente se dá o reencontro de almas iluminadas com
o objectivo de cooperarem juntas para iluminação da Humanidade, mas existem no
nosso Mundo. Um desses exemplos de casamento transcendente é o próprio Allan
Kardec com Amélie Boudet, que participou activamente com o seu marido, dando apoio
e ajuda mútua a Allan Kardec, sendo-lhe a ele necessária, uma companheira com o mesmo
perfil de Kardec para o cumprimento da sua Obra Missionária na Terra.
Martins Peralva classificou os casamentos em cinco
tipos principais assim compreendidos:
ACIDENTAIS:
É o encontro de almas inferiorizadas sem ascendentes espirituais,
caracterizando-se pela sua falta de ligação afectiva. A aproximação do casal
dá-se através dos impulsos inferiores e o relacionamento é desprovido de
simpatia ou de antipatia. Segundo Martins Peralva, esses casamentos dão-se em
grande número, podendo darem certo, porque é possível os cônjuges adaptarem-se
aos seus feitios. O tempo se encarregará da sua união ou da sua aferição de
valores.
PROVACIONAIS: Reencontro
de almas para reajustamentos necessários à sua evolução. Sendo estes os mais
frequentes.
Sendo essa a razão onde em tantos lares reina a
desarmonia, onde impera a desconfiança, o ciúme, as desavenças, onde os
conflitos morais se transformam muitas da vezes, em dolorosas tragédias. Deus
permite a união dessas criaturas, debaixo do mesmo tecto, através das leis dos
homens, a fim de que, pelo seu convívio diário, a Lei do Amor se possa
harmonizar, conjuntamente com os laços da fraternidade, nas lutas comuns.
A doutrina Espírita, pelos conhecimentos que espalha
no Mundo, pela compreensão evangélica que nos dá, ensina-nos que a boa vontade,
a tolerância, a compreensão, o amor e a humildade, são virtudes que nos ajudam,
e que funcionam à maneira de amortecedores.
O Espiritismo é um meio de Consolação eficiente para
que muitos lares em provação se reajustem e se consolidem, dando, assim, os
primeiros passos para uma boa direcção.
O espírita esclarecido sabe perfeitamente que
somente contando com o auxílio Divino, é que conseguirá ter a esperança, a coragem,
a força, e a fé, aliadas à coragem para a reparação das suas faltas na sua
romagem terrena.
SACRIFICIAIS:
Deus
permite, o reencontro de almas iluminadas com almas inferiorizadas, com o
objectivo de redimir as que se perderam pelo caminho. Reunindo almas
possuidoras de muitas virtudes a outras de sentimentos completamente opostos.
Isto acontece quando uma alma esclarecida, ou iluminada se propõem a vir ao
nosso Planeta para ajudar aquelas que se atrasaram na sua jornada ascensional.
O casamento sacrificial, como o nome indica, é um
casamento de sacrifício, para um deles. Podendo ser o sacrificado tanto o
homem, como a mulher.
Quem ama de verdade não pode ser feliz se deixou na
retaguarda, um sofredor o objecto da sua afeição. Voltará, então na qualidade
de esposo ou de esposa para receber aquela alma querida, irmã da sua alma para
a ajudar com o seu carinho, com todo o seu amor, com toda a sua ternura e com a
sua luz para a estimular na sua caminhada para Deus.
Ser discípulo do Mestre Jesus, ajuda-nos sempre na
nossa romagem terrena para a nossa caminhada ascensional.
O Evangelho do Mestre nos ajudará sempre como
roteiro seguro para o nosso esclarecimento no caminho para a luz e para a
verdade.
Um exemplo de casamento sacrificial é transcrito no
livro: Há dois mil
anos:
o
de Lívia esposa do senador Públio Lêntulus.
Públio Lêntulus era senador, que embora ele fosse evoluído
intelectualmente, era moralmente uma alma muito inferior à de Lívia, devido ao
seu orgulho.
AFINS:
é
pela lei da afinidade, que nós reencontramos corações amigos, para a
consolidação dos nossos valores morais e dos afectos.
Pela lei de afinidade, as almas esclarecidas que
muito se amam se voltam a reencontrar, porque são Espíritos que, pelo
matrimónio e pelo aconchego no seu lar, consolidam velhos laços de afeição e de
simpatia.
TRANSCENDENTES: São Espíritos Superiores que
reencarnam e que se buscam para realizações imortais. Estes casamentos são
constituídos por almas que se reencontram na Terra, para grandes realizações, com
interesse para toda a Humanidade, a vida desses casais tem sempre uma
finalidade superior.
As ideias do Bem do Belo e do amor ao próximo,
preenchem-lhe todo o tempo e, todas as suas horas são poucas para a sua sagrada
missão. Acima de todas as vulgaridades terrenas, acima de todas as emoções
inferiores, entre eles reina o amor mais puro, o amor mais santo.
Todos nós já passámos, segundo as nossas dívidas do
passado por esta sequência de casamentos: acidentais, sacrificiais, e
provacionais, até que alcancemos o nosso equilíbrio, e o caminho das almas
abnegadas, para que sob o sol de um novo dia, consigamos construir um lar
terreno na base do amor e do idealismo transcendental e de afinidade superior.
No capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” item 3 nos diz: Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos
laços carnais, mas também pelos laços da alma, a fim de que a mútua afeição dos
esposos se estenda também aos filhos.
O Espiritismo apresenta a família como o instituto
abençoado em que as criaturas humanas se reencontram com um programa de provas
e expiações, com vistas de resolverem no presente os problemas do passado, para
o seu reajustamento.
A doutrina reencarnacionista traz um entendimento
que motiva as criaturas ao esforço pelo próprio progresso moral, através da
renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da tolerância e muito
mais.
A consciência desperta pela razão e pela lógica dos
ensinamentos espíritas leva a criatura a aceitar certas conjunturas decorrentes
do passado, apresentadas em forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre familiares.
Igualmente se explicam atrações sexuais doentias entre pais e filhos, entre
irmãos, adultério e até os incestos podem ter as suas raízes em encarnações anteriores.
Da mesma forma se podem explicar a simpatia, a afinidade e o amor que brotam
espontaneamente entre as criaturas.
A família não é somente foco de lutas e problemas,
mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus
componentes a iluminação de princípios espirituais superiores.
O casamento é vocação, o não casar é opção de vida.
Há muitas pessoas que optam por uma vida celibatária, dedicando-se a causas
nobres, para poderem ajudar ao próximo, como por exemplo: Francisco Cândido
Xavier, Divaldo Pereira Franco, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce e muitos
outros Espíritos Iluminados, também passaram pelo Mundo como sendo pessoas
anónimas, que se dedicaram, ou se dedicam às causas do bem, e do amor ao
próximo, não tendo tempo disponível para si próprias, muito menos para terem um
parceiro, para construírem um lar e ainda muito menos para constituírem uma
família.
Outras pessoas existem que optam por uma vida
celibatária, querendo viver apenas só para si, para melhor sustentarem os seus caprichos,
e os seus vícios, arruinando, a sua saúde, a sua vida e acabando por muitas das
vezes terminarem os seus últimos dias morrendo sozinhas.
No entanto há quem opte também pelo celibatário para
ter tempo disponível para ajudar à sua família. Outros concentram-se numa vida
puramente egoísta, querendo apenas o seu bem-estar, o seu belo prazer e o menor
número de preocupações possíveis.
Como na vida tudo são opções, o que importa é que as
nossas escolhas, quer sejam pelo casamento ou pela vida celibatária, sejam
opções seguras, isto, porque a vida segue sempre a sua trajectória, e
obriga-nos a pensar seriamente naquilo que se quer fazer dela, para que não
existam, possíveis falhas, dissabores e arrependimentos. Tudo na vida é fácil
de se viver, desde que as nossas escolhas sejam feitas de acordo com as nossas boas
tendências e com as melhores inclinações. Deve de se ter uma certeza daquilo
que nós queremos, porque essas descobertas em nós próprios nos ajudarão a
descobrir a nossa verdadeira vocação.
No caso do homem ou da mulher sentirem a necessidade
do casamento, se sentem solidão, falta de companheirismo, de carinho, de sexo,
de filhos, deverão então casar-se, porque não é por ficarem solteiros/as que se
santificam, ou que se purificam. Devem procurar o parceiro/a com o qual se
identifiquem para viverem uma vida de companheirismo, uma vida a dois, para no seu
dia-a-dia, não experimentarem a solidão. Na vida o que mais importa é de se
terem bons pensamentos, é ter-se consciência em se praticar somente o bem, quer
se esteja casado/a ou solteiro/a.
O namoro e o noivado são períodos na vida das
pessoas, em que o rapaz e a rapariga se sentem atraídos e apaixonados um pelo
outro. São também oportunidades de crescimento, para nessa fase melhor se
conhecerem e desenvolverem os seus laços afectivos, para a sua união conjugal.
É também uma fase de encantamento em que duas
pessoas descobrem uma na outra, motivos para uma energia afectiva, que vai para
além muito da amizade. Há três componentes fundamentais no namoro:
apaixonamento (gostar de verdade); intimidade (conhecer profundamente o outro)
e, (comprometimento um com o outro).
A idade em que um rapaz deveria casar, situa-se
entre os 23 e os 26 anos e as raparigas entre as idades compreendidas entre os
21 e os 24 anos.
Durante o namoro há uma necessidade intrínseca dos
futuros noivos, se conhecerem intimamente, para na sua vida de casados, poderem
melhor se compreender, para se poderem amar de verdade e para poderem ser assumidos
os papéis de bons esposos, de bons pais, e de bons educadores. Dando aos seus
filhos uma boa educação, fazendo com que eles se venham a tornar pessoas
conscienciosas para serem criaturas responsáveis, para no amanhã que se
avizinha, serem eles os homens e as mulheres do terceiro milénio, os habitantes
do nosso planeta renovado, fazendo por merecerem um planeta Regenerador quando
ele galgar a essa categoria.
Para esse desiderato, é imprescindível que haja
muito amor, muito respeito, muito carinho e muita educação entre os cônjuges,
para que eles possam transmitir também esses valores aos seus filhos. É muito
importante, que os filhos vejam nos pais, os bons exemplos, porque o lar é a
primeira escola dos filhos, a primeira de todas na sua vida. (Casa de pais,
escola de filhos.)
Os filhos devem de ser também educados
religiosamente e os pais têm a obrigação e o dever de lhes darem uma educação
religiosa, seja ela qual for para eles poderem conhecer Deus, as suas leis
divinas e o Evangelho do Cristo nosso Redentor, a fim de os poderem tornar
pessoas conscienciosas, mais responsáveis, mais caridosas, mais fraternas e
amigas do próximo. Estes requisitos são importantíssimos, para se ter uma vida
em família mais duradoira, mais feliz e mais responsável, o que nem sempre se
conquista facilmente.
Nem todos os casamentos na Terra fazem parte do nosso
plano espiritual e da nossa programação, muitas das vezes, são as nossas más
escolhas que determinam o nosso companheiro/a, e como tudo obedece à lei de
casualidade, os casamentos muitas das vezes mal sucedidos em última análise,
devem-se às nossas falhas, à nossa imprevidência, à nossa leviandade, e por
muitas das vezes não termos sabido controlar os nossos impulsos sexuais.
Há jovens os quais desejosos de causar-se,
reciprocamente mediante uma boa camuflagem, esforçam-se por manter uma boa
conduta, procurando esconder os aspectos indesejáveis de seus caracteres e
depois de casados é que surgem os conflitos, os desentendimentos e os traumas
psicológicos, pela falta de diálogo no seu namoro. Pode também ter sido uma
fase de encantamento, ou de leviandade, que os levou ao estímulo e com a ajuda
da sua atração física, mas depois de casados ao se conhecerem melhor e ao
conhecerem a realidade da vida, eles compreenderão que a vida que agora têm
pela sua frente não é feita apenas de momentos de romantismo, mas que a vida
lhes cobra muitos esforços, muitas responsabilidades, e árduos trabalhos, e não
poucos sacrifícios, para os quais não se prepararam convenientemente durante a
fase do seu namoro. Mas no meio de tudo isso o pior mesmo de tudo, são aquelas
más (facetas) do seu feitio moral e que os dois tiveram o cuidado de o esconder
antes da sua assinatura em seu contrato matrimonial. E que só depois de casados
é que começaram a vir ao de cima os seus maus pendores, e os seus maus feitios.
Mostrando no seu novo lar a sua tirania, a sua frieza, e a sua crueldade.
Gerando-se então, conflitos, atritos, discussões,
amuos, represálias, e uma série impensáveis de coisas que dantes não se haviam
sonhado, nem tão pouco percebidos. Se dentro de um lar não existirem respeito, educação
e concessões mútuas dos dois lados, resultando em mútuo acordo de
respeitabilidade entre os cônjuges e um esforço inaudito no sentido de ser
restabelecida a harmonia do lar, baseada no amor e no respeito, salvaguardando
sempre os direitos de um e os direitos do outro, para uma vida conjugal de
entendimento e de compreensão aceitáveis entre os dois, ou pelos menos
suportável, a harmonia do lar será comprometida e o que antes haveriam sonhado na
sua vida conjugal, tudo será desperdiçado.
É muito importante nos futuros noivos, existir no
seu namoro diálogo, seriedade, confiança e respeitabilidade. Devemos demonstrar
o que somos. Não devendo de esconder a nossa própria personalidade, debaixo da
capa das aparências para mais tarde não nos arrependermos, acusando a vida de
ser ingrata para connosco. Devemos sim, ver o que está mal em nós,
corrigindo-nos, para não decepcionarmos ninguém com as nossas falsas
aparências, mostrando na realidade, tal qual como nós somos.
Os esposos deverão casar castos para na sua vida de
casados, haver mais respeito, mais amor e mais confiança. Há casamentos em que
o, que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da
vaidade, da ambição, numa palavra: a de todos os interesses materiais. Daí as
uniões inconstantes e tantas vezes infelizes, que acabam por muitas das vezes
serem perigosas. Os esposos seriam felizes se estabelecessem dentro do
matrimónio, normas de respeitabilidade e se não se abstraíssem da única lei que
sanciona aos olhos de Deus: a lei do amor.
Conclui-se que no namoro se deveria de aproveitar
bem o tempo para o casal se conhecer melhor um ao outro, estudando bem os seus
feitios, estudando os defeitos de um e os do outro, vendo-se um ao outro como a
um espelho para limarem as suas possíveis falhas, mostrando-se tal como são e
não serem um pano de duas amostras.
Tentarem sempre se conhecerem ao máximo, dando a
conhecer o lado menos bom para se poderem adaptarem aos feitios um do outro,
devem de conversar, de trocar de impressões e falarem nas dificuldades que a
vida também nos poderá apresentar.
“Muitos são os que acreditam amar perdidamente,
porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver em comum, não
tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta
uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe nela boas e
belas qualidades, porque vivendo realmente com ela é que poderá realmente apreciá-la.
Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que,
dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.” (Allan Kardec, “ O
Livro dos Espíritos,”q.939). Também existem namorados ou ex-noivos que romperam
completamente os seus compromissos de namoro, por questões materialistas, mas
quem casa pelo fato, vá-se embora o contrato! A riqueza maior dentro de um lar
é: amor, paz, seriedade, respeito e compreensão mútua e um lar isento de ciúmes
e de desconfianças.
É no lar legalmente constituído que o homem e a
mulher podem legitimamente, desempenhar as suas funções sexuais, chegando mesmo
a serem santificados por permitirem a formação de novos corpos, para a
reencarnação dos espíritos. A infidelidade conjugal, tanto por parte do homem
como da mulher, é uma falta grave, de penosas consequências espirituais.
Toda vez que determinada pessoa convide outra à
comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de
afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo
qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de
reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso
assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentabilidade do equilíbrio
emotivo do seu cônjuge e criada a rutura dos laços sacrossantos do matrimónio,
o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores para sua
defesa, entra em pânico.
Um dos aspectos mais vis que assumem funções sexuais
é a prostituição; nesse aviltamento, o homem é partícipe por fazer da mulher um
instrumento de sensações grosseiras.
A
prostituição abre à mulher a porta para todos os vícios. Esses resultados
trazem graves consequências e muitos sofrimentos para todos os cumpliciados,
traduzindo-se muitas das vezes em sofrimentos e obsessões muito graves e de
difícil cura.
A mulher que se prostitui furta-se aos sagrados
deveres da família, adiando para um futuro longínquo o seu progresso e, por
vezes, o do grupo dos espíritos que dependiam do bom comportamento da mãe para
as lutas evolutivas da família.
A mulher que se prostitui passa a viver uma vida
ilusória, adquirindo sofrimentos, talvez para muitas reencarnações futuras, em
virtude da dificuldade de seu reerguimento moral. Situa-se a mulher numa faixa
vibratória muito inferior, sintonizando-se com a região das trevas e ligando-se
a espíritos de baixa condição moral e espiritual.
O estado espiritual da mulher que se prostitui é dos
mais lamentáveis; e grandes serão as suas lutas nas reencarnações futuras para
se reabilitar espiritualmente: terá por se esforçar trabalhando para se
reintegrar em seu grupo espiritual evolutivo; e finalmente travará lutas
acerbas para a libertação de seus companheiros dos círculos tenebrosos.
Diante das leis que regem o Universo não existem
privilégios para ninguém, o homem que busca satisfações sexuais fora do matrimónio
legítimo, torna-se também um prostituto, sujeito às mesmas penas espirituais
que a mulher.
É preciso que se diga a verdade, se existe a mancha
da prostituição na sociedade humana, é porque o homem a alimenta. Se o homem
soubesse ver na mulher a irmã que lhe merece respeito, e à qual deve nobre
cooperação nas tarefas da evolução, desapareceria da face da Terra o triste
espectáculo do meretrício, que não é mais do que a depravação do sexo, tanto
por parte do homem como da mulher.
Dá para se perceber que sexo e atração física são
fenómenos ilusórios e passageiros. Muitos acreditam amar de verdade por terem
relações extra-conjugais fora do matrimónio o que não é verdade, porque quem
ama não trai, nem não pouco quer ter sentimento de posse sobre ninguém.
Alguém já se deu conta de que a beleza física acaba,
que os rostos bonitos murcham, que a força do músculo que está no meio das
pernas enfraquece e se acaba?! Que as palavrinhas românticas só têm valor nos
momentos fugazes de prazer?! Já porventura notou que a consciência é seu juiz,
e que cobra e que continuará a cobrar sempre, enquanto permanecermos no erro?!
Não devemos continuar a mentir a nós próprios vivendo uma vida ilusória,
tentando enganar a nossa própria consciência.
Não fiquemos a pensar que, rectidão de carácter,
fidelidade, e amor, são apenas conceitos de sociedade, ou fruto de concepções
religiosas atrasadas e conservadoras.
É por causa desses maus pensamentos que existem tantos
lares desfeitos, sendo a traição conjugal uma das piores causas para esse
flagelo, até, porque na actualidade, nunca houve tantas tentativas para se
formar um lar, mas também nunca houve tantos lares desfeitos, tendo a traição conjugal
contribuído em muito para as causas desse flagelo.
Talvez não exista nenhum acto que gere tanto
sofrimento quanto a traição conjugal, porque quebra a confiança entre duas
pessoas que acreditavam amar-se profundamente e que se relacionam amorosamente.
Um deles ao se ver traído, fica completamente desconcertado, com um sentimento
de mágoa muito grande e um rancor imenso à pessoa que julgava amá-lo/a,
profundamente, é por serem criaturas com estruturas emocionais muito frágeis
que o sofrimento é ainda maior.
É, também, porque, o orgulho ferido, o amor-próprio,
e o sentimento de posse à pessoa amada ao ser deparado com a nova realidade e
com a escandalosa situação, ao se verem descepcionados, e desrespeitados, e o seu
sentimento de amor a ser desconsiderado e destruído a sua decepção é ainda muito
maior.
A traição é um erro dos mais graves, e
deve-se de ser evitada a todo o custo, porque na troca de alguns momentos de prazer
se receberão séculos de infindáveis sofrimentos e de dores.
As pessoas casadas têm a obrigação e o dever de
guardarem, respeito e fidelidade, aqueles que desposaram, devendo-lhes amor, respeito
e fidelidade. Quando as obrigações conjugais não são respeitadas, a comunhão
sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas
repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por
vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir-se a si mesmo. A
traição paga-se muito cara, como já acima descrevi, mas há pessoas neste Mundo
com boas posições de destaque na sociedade, e a viverem ricamente materialmente,
mas são muito pobres espiritualmente. Essas pessoas lutam para conseguirem ligações
amorosas fora do matrimónio. São pessoas moralmente inferiores e de paixões
muito baixas, necessitando de amparo e de muita ajuda espiritual, porque o seu
modo de pensar e a sua conduta de vida assim o exigem. Existem pessoas no Mundo
que se não se importam de denegrir as pessoas que estão à sua volta para poderem
conseguir os seus intentos.
Os cônjuges devem um ao outro muito amor e respeito
mútuos, mas muitos, ainda esperam mais receber esse carinho e amor do que o darem,
sendo também um dos motivos por que muitas das vezes possam existir tantos
problemas conjugais.
O Espiritismo apresenta a família como o instituto
abençoado em que as criaturas humanas se reencontram com um programa de provas
e expiações, com vistas a se resolverem no presente os problemas do passado,
para o seu reajustamento.
A doutrina reencarnacionista traz um entendimento
que motiva as criaturas a um esforço pelo próprio para o progresso moral das
criaturas, através da renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da
tolerância da compreensão e muito mais.
A consciência despertada pela razão e pela lógica
dos ensinamentos espíritas leva a criatura a aceitar certas conjunturas
decorrentes do passado, apresentadas em forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre
familiares. Igualmente se explicam atrações sexuais doentias entre pais e
filhos, entre irmãos, adultério e até os incestos podem ter as suas raízes em
encarnações anteriores. Da mesma forma se podem explicar a simpatia, a
afinidade e o amor que brotam espontaneamente entre as criaturas.
A família não é somente foco de lutas e problemas,
mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus membros
a iluminação de princípios espirituais superiores.
Como podemos verificar, o casamento é para ser
vivido numa vida a dois, com muita dedicação, amor, carinho e respeito mútuos.
Se assim procederem os casais a sua união conjugal será duradoira e muito mais feliz.
Para um casamento poder ser harmonioso, não deverá nenhum dos cônjuges,
trair-se um ao outro, no matrimónio. Qualquer tipo de traição causa ao parceiro
prejudicado, pânico, pavor e descontrole, e se este, não for bastante
espiritualizado poderá resultar em grandes tragédias conjugais.
Tais resultados da imprudência e da invigilância
repercutirão nos seus espíritos em tempo útil, não escapando às equações
infelizes, das quais deram motivos. Esquecendo porém os compromissos de ordem
sentimental, injustamente menosprezados, resgatando em tempo hábil, parcela a
parcela, pela contabilidade dos princípios de causa e efeito. Expiando no
futuro todos os efeitos da sua imprevidência e da sua traição.
Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são também
uma opção. Quem nos informa é Emanuel no livro “Vida e Sexo”, psicografado por
Xico Xavier: a homossexualidade “não encontra explicação fundamental nos
estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é
perfeitamente compreensível à luz da Reeencarnação” (P.89) A “tendência
homossexual” e a “homossexualidade” são duas coisas bastante diferentes. Pelo
menos representam uma mesma problemática, só que em níveis distintos.
Quando um indivíduo sente em si uma “tendência
homossexual”, ou seja, atracção de ordem sexual - ou mesmo afectiva – por outro
indivíduo do mesmo sexo, acontece um facto interessante a nível espiritual. A
psicoterapia trata essa “tendência homossexual” como “trastorno de identidade
de identidade sexual”.
O Espiritismo nos diz, no entanto, que essa “confusão
de identidade sexual” guarda, como nos diz Emanuel na sua raiz espiritual,
estando na sua reencarnação. Isto, porque o indivíduo espiritual é aquilo que
ele pensa.
Quando se mantém ligado mentalmente a um corpo
físico tem uma dificuldade enorme de utilizar outo corpo carnal sem que essa
ligação mental seja desfeita.
O que significa isso? Que um indivíduo que encarne
como homem e, nessa encarnação, se ligue doentiamente ao sexo, em disfunções e
abusos que deixam a sua mente entorpecida como objecto- corpo-feminino.
Certamente numa só futura encarnação, essa ligação mental não estará desfeita.
Sendo por isso que, encarnando num corpo feminino,
sentirá tendências que superarão a formação hormonal e física do corpo, porque
está enraizada no seu espírito.
É importante, que nos perguntemos, independentemente
da orientação sexual, se estamos a fazer algo proveitoso, útil e bom. Se o amor
impera sempre ou se são apenas os impulsos.
Essas respostas trarão à pessoa a conclusão sobre
que tipo de processo está a sofrer, e que nível de ligação mental – e
comprometimento espiritual – tem perante a vida.
Na realidade, quando pensamos no acto sexual devemos
estar prontos e completamente conscientes de que é um acto de extrema
responsabilidade, amor, afecto e carinho.
Pensando também que se desbaratamos os nossos
recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós
contraímos dívidas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz
espiritual. Então ao renascermos nós traremos essas tendências, claro que tudo
isso é fruto do desvirtuamento do sexo em anteriores reencarnações. O normal no
casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes,
a família e a sociedade para darmos continuação à espécie humana.
Devemos de pensar se algo de errado ocorreu em nosso
passado, que essa culpa não nos entrave o nosso progresso, porque não estamos
condenados perpetuamente, mas estamos em constante aprendizado, mas sempre
lutando pela nossa perfeição.
Pensando também que se desbaratarmos os nossos recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós contraímos dívidas pesadas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz espiritual e ao renascermos nós traremos essas tendências. Claro que aquilo que hoje somos, é reflexo de posturas anteriores e daquilo que tenhamos feito em anteriores reencarnações. Se tivermos desvirtuado o sexo nas nossas anteriores reencarnações é normal que agora soframos essas consequências, sofrendo-lhe os seus efeitos. O normal no casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes, a família e a sociedade.
Pensando também que se desbaratarmos os nossos recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós contraímos dívidas pesadas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz espiritual e ao renascermos nós traremos essas tendências. Claro que aquilo que hoje somos, é reflexo de posturas anteriores e daquilo que tenhamos feito em anteriores reencarnações. Se tivermos desvirtuado o sexo nas nossas anteriores reencarnações é normal que agora soframos essas consequências, sofrendo-lhe os seus efeitos. O normal no casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes, a família e a sociedade.
A doutrina espírita vê o divórcio como sendo uma
necessidade para os problemas conjugais existentes, alertando-nos que o ideal
seria sempre que os indivíduos se amassem ao ponto de não necessitarem da
separação legal. Também nos diz que quando desaparece o amor, desaparecem os
vínculos exteriores e como vivemos numa sociedade constituída por estatutos e
leis, é mister que se respeitem essas normas. No entanto, quando o casal não se
consegue mais se suportar a fim de evitar males maiores, o divórcio é uma
fórmula para ajudar na recuperação da vida de ambos, bem como para atender aos
aspectos morais e legais.
Quando o matrimónio ocorre entre almas afins não
sucedem tais dificuldades. Segundo a teoria das “almas gêmeas”, as várias
uniões pelo matrimónio, quando não têm sucesso, tornam-se provas recíprocas,
preparando essas almas para um futuro mais ditoso.
O ideal seria sempre que os casais se amassem até à
sua morte, não precisando de uma lei que os separasse.
O divórcio não é contrário à lei de Deus, pois que
apenas reforma as leis dos homens e não as leis de Deus.
Jesus não consagrou a indissolubilidade absoluta do
casamento. Não disse ele: “ Foi por causa da dureza dos vossos corações que
Moisés permitiu que despedísseis as vossas mulheres?” Significam estas palavras
que já no tempo de Moisés, não havendo a afeição mútua a única a determinante
do casamento, a separação podia tornar-se necessária.
E acrescenta ainda: “no princípio, não foi assim”,
isto é, na origem da Humanidade, quando os homens não estavam pervertidos pelo
egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo as leis de Deus, as uniões, derivavam
da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, não havendo nenhum ensejo para o
repúdio.
Vai ainda mais longe: especifica o caso em que pode
dar-se o repúdio, o de adultério. Ora, não existe adultério aonde reina uma
sincera e afeição recíproca. É verdade que Jesus proíbe ao homem desposar a
mulher repudiada; mas, cumpre se tenham em vista os costumes e o carácter dos
homens daquela época.
A lei de Moisés em caso de adultério prescrevia a
lapidação das mulheres. Pretendendo, abolir neste caso um costume bárbaro,
precisou Moisés de uma penalidade que o substituísse e a encontrou no opróbrio
que adviria da proibição de um segundo casamento. Era, de certo modo, uma lei
civil substituída por outra lei civil. Só as leis da Natureza são eternas e
imutáveis, as dos homens, eles as modificam mediante a sua evolução.
O divórcio surge como uma necessidade, apenas para
desfazer o que foi escrito no papel, porque decididamente o casal já se
encontra desligado dos seus laços afectivos.
Todos aqueles que se divorciam, adiarão para mais
tarde e em futuras reencarnações os seus problemas conjugais, podendo serem
esses processos mais dolorosos e menos afortunados.
Períodos difíceis dentro de um casamento existem
sempre, porque imperfeitos como os homens ainda são, a humanidade falha muitas
vezes.
É necessário saber-mos desculpar e saber-mos tolerar
para fazermos do cônjuge difícil uma pessoa amada, uma alma querida, a nossa “alma
gêmea” para que não adiemos por muito mais tempo aquilo que temos de resolver
na presente existência.
Para que juntos, construamos um porvir ditoso,
restabelecendo a paz e a harmonia.
Facultando desse modo a vinda dos Espíritos que
esperam ser nossos filhos, porque antes de construirmos o nosso lar terreno, e antes
mesmo da nossa reencarnação na Terra, já tínhamos traçado no Mundo espiritual
planos para a sua vinda e se falharmos,
Adiaremos para mais tarde, em processos mais
dolorosos aquilo a que nos comprometemos antes mesmo do nosso reencarne.
No capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” item 3 nos diz: Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos
laços carnais mas também pelos laços da alma, a fim de que a mútua afeição dos
esposos se estenda também aos filhos.
A família não é somente foco de lutas e problemas,
mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus
componentes a iluminação de princípios espirituais superiores.
E, porque, este trabalho é já bastante longo,
permitam-me que não me alongue mais, porque ainda existem muitos aspectos que merecem
serem destacados, mas ficarão para novos trabalhos, porque não nos faltarão
novas oportunidades de continuarmos a falar de assuntos tão interessantes.
Desejo muita paz para todos nós e muita iluminação interior nas nossas almas. Que as bênçãos de Jesus se derramem sobre todos como
pétalas perfumadas a exalarem o seu belo perfume: de amor, de luz e de paz. Que
Jesus nos abençoe a todos.
Fontes de consulta:
O livro dos Espíritos de Alla-Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Vida e Sexo, psicografado por : Francisco Cândido Xavier,
A Vida em Família de Rodolfo Calligaris
Aurinda
Tavares