domingo, 22 de novembro de 2015

“O NAMORO E O CASAMENTO”


                                  “O NAMORO E O CASAMENTO”
O Espiritismo ensina-nos que o casamento “é um progresso na marcha da Humanidade” e que a sua abolição significaria o retorno à vida animal”. (O livro dos Espíritos, Questões 695 e 696)



A indissolubilidade absoluta do casamento é uma lei humana. As leis da natureza são imutáveis e portanto, intocáveis, mas aquelas que são feitas pelos homens, eles as poderão sempre que o pretendam as alterar. Se as leis dos homens fossem perfeitas não precisariam de ser revogadas, mas leis perfeitas só são as Leis de Deus.
A par das leis de Deus, o homem também necessita das leis terrenas para que na Terra se possam manter a ordem e o equilíbrio, numa  humanidade que em sua maioria não respeita os direitos dos seus irmãos na Terra.
Se estivéssemos a viver num Mundo Superior não precisaríamos das leis dos homens, porque única é a lei de Deus em todos os Mundos a: Lei do Amor.
Desde as eras tribais primitivas, que existem no nosso Planeta, leis, as de protecção à família; e quanto mais avançarmos no caminho da civilização, mais apuradas se tornam essas mesmas leis. As leis de amparo à família são necessárias, porque o coração humano nalguns casos é ainda muito duro.
O homem que na Terra é muito apegado aos bens materiais e carente de moralidade, facilmente, esquece os compromissos que assumiu, no plano espiritual para com a sua família terrena.
No mundo espiritual antes de reencarnar ele prometeu assistência, protecção e zelo, à sua família, mas movido pelo seu orgulho, pelo seu egoísmo e pela sua prepotência, o homem procura quase sempre furtar-se aos deveres sagrados da família. Os espíritos encarnados, com raras e nobres exceções, ainda não sabem respeitar a integridade moral de seus semelhantes; um egoísmo feroz fá-los desprezar as leis mais elementares da fraternidade; e quando no ambiente familiar se torna imprescindível o sacrifício, a renúncia, a luta enobrecedora ainda que áspera, a tendência geral é desertar para fugir aos compromissos assumidos.
É por isso que os legisladores se viram sempre na contingência de elaborarem leis que protegessem cada um dos cônjuges, em particular também os seus filhos, e os filhos órfãos, e também tudo quanto se relacione à estabilidade da família.
À medida que se processe a espiritualização da humanidade, essas leis também irão evoluindo, até acabarem por se alicerçar unicamente no Evangelho de Jesus.
Na questão 701do Livro dos Espíritos, temos uma pergunta que Allan-Kardec fez aos Espíritos Superiores: Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei da Natureza? “A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.”
O casamento ou união de dois seres, faculta um regime de vida em comum pela qual duas criaturas se confiam uma à outra no campo da assistência mútua, na criação e no desenvolvimento dos valores para a vida o que implica em direitos e em deveres recíprocos.
Quase sempre recebemos como cônjuge o parceiro/a a quem muito prejudicámos no passado, ou a quem conduzimos ao desequilíbrio.
Quem fugir às responsabilidades no matrimónio para evitar problemas sacrificiais ou sofrimentos aos compromissos que terá assumido previamente no plano espiritual, adiará o resgate da sua dívida.
O matrimónio tem reunido sob o mesmo tecto, vários tipos evolutivos de casais, demonstrando-nos dessa forma que a união na Terra funciona como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, mas na maioria dos casos como instrumento de reajuste.
Raramente se dá o reencontro de almas iluminadas com o objectivo de cooperarem juntas para iluminação da Humanidade, mas existem no nosso Mundo. Um desses exemplos de casamento transcendente é o próprio Allan Kardec com Amélie Boudet, que participou activamente com o seu marido, dando apoio e ajuda mútua a Allan Kardec, sendo-lhe a ele necessária, uma companheira com o mesmo perfil de Kardec para o cumprimento da sua Obra Missionária na Terra.
Martins Peralva classificou os casamentos em cinco tipos principais assim compreendidos:
ACIDENTAIS: É o encontro de almas inferiorizadas sem ascendentes espirituais, caracterizando-se pela sua falta de ligação afectiva. A aproximação do casal dá-se através dos impulsos inferiores e o relacionamento é desprovido de simpatia ou de antipatia. Segundo Martins Peralva, esses casamentos dão-se em grande número, podendo darem certo, porque é possível os cônjuges adaptarem-se aos seus feitios. O tempo se encarregará da sua união ou da sua aferição de valores.
PROVACIONAIS: Reencontro de almas para reajustamentos necessários à sua evolução. Sendo estes os mais frequentes.
Sendo essa a razão onde em tantos lares reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, o ciúme, as desavenças, onde os conflitos morais se transformam muitas da vezes, em dolorosas tragédias. Deus permite a união dessas criaturas, debaixo do mesmo tecto, através das leis dos homens, a fim de que, pelo seu convívio diário, a Lei do Amor se possa harmonizar, conjuntamente com os laços da fraternidade, nas lutas comuns.
A doutrina Espírita, pelos conhecimentos que espalha no Mundo, pela compreensão evangélica que nos dá, ensina-nos que a boa vontade, a tolerância, a compreensão, o amor e a humildade, são virtudes que nos ajudam, e que funcionam à maneira de amortecedores.
O Espiritismo é um meio de Consolação eficiente para que muitos lares em provação se reajustem e se consolidem, dando, assim, os primeiros passos para uma boa direcção.
O espírita esclarecido sabe perfeitamente que somente contando com o auxílio Divino, é que conseguirá ter a esperança, a coragem, a força, e a fé, aliadas à coragem para a reparação das suas faltas na sua romagem terrena.
SACRIFICIAIS: Deus permite, o reencontro de almas iluminadas com almas inferiorizadas, com o objectivo de redimir as que se perderam pelo caminho. Reunindo almas possuidoras de muitas virtudes a outras de sentimentos completamente opostos. Isto acontece quando uma alma esclarecida, ou iluminada se propõem a vir ao nosso Planeta para ajudar aquelas que se atrasaram na sua jornada ascensional.
O casamento sacrificial, como o nome indica, é um casamento de sacrifício, para um deles. Podendo ser o sacrificado tanto o homem, como a mulher.
Quem ama de verdade não pode ser feliz se deixou na retaguarda, um sofredor o objecto da sua afeição. Voltará, então na qualidade de esposo ou de esposa para receber aquela alma querida, irmã da sua alma para a ajudar com o seu carinho, com todo o seu amor, com toda a sua ternura e com a sua luz para a estimular na sua caminhada para Deus.
Ser discípulo do Mestre Jesus, ajuda-nos sempre na nossa romagem terrena para a nossa caminhada ascensional.
O Evangelho do Mestre nos ajudará sempre como roteiro seguro para o nosso esclarecimento no caminho para a luz e para a verdade.
Um exemplo de casamento sacrificial é transcrito no livro: Há dois mil anos: o de Lívia esposa do senador Públio Lêntulus.
Públio Lêntulus era senador, que embora ele fosse evoluído intelectualmente, era moralmente uma alma muito inferior à de Lívia, devido ao seu orgulho.
AFINS: é pela lei da afinidade, que nós reencontramos corações amigos, para a consolidação dos nossos valores morais e dos afectos.
Pela lei de afinidade, as almas esclarecidas que muito se amam se voltam a reencontrar, porque são Espíritos que, pelo matrimónio e pelo aconchego no seu lar, consolidam velhos laços de afeição e de simpatia.
TRANSCENDENTES: São Espíritos Superiores que reencarnam e que se buscam para realizações imortais. Estes casamentos são constituídos por almas que se reencontram na Terra, para grandes realizações, com interesse para toda a Humanidade, a vida desses casais tem sempre uma finalidade superior.
As ideias do Bem do Belo e do amor ao próximo, preenchem-lhe todo o tempo e, todas as suas horas são poucas para a sua sagrada missão. Acima de todas as vulgaridades terrenas, acima de todas as emoções inferiores, entre eles reina o amor mais puro, o amor mais santo.
Todos nós já passámos, segundo as nossas dívidas do passado por esta sequência de casamentos: acidentais, sacrificiais, e provacionais, até que alcancemos o nosso equilíbrio, e o caminho das almas abnegadas, para que sob o sol de um novo dia, consigamos construir um lar terreno na base do amor e do idealismo transcendental e de afinidade superior.
No capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” item 3 nos diz: Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos laços carnais, mas também pelos laços da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda também aos filhos.
O Espiritismo apresenta a família como o instituto abençoado em que as criaturas humanas se reencontram com um programa de provas e expiações, com vistas de resolverem no presente os problemas do passado, para o seu reajustamento.
A doutrina reencarnacionista traz um entendimento que motiva as criaturas ao esforço pelo próprio progresso moral, através da renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da tolerância e muito mais.
A consciência desperta pela razão e pela lógica dos ensinamentos espíritas leva a criatura a aceitar certas conjunturas decorrentes do passado, apresentadas em forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre familiares. Igualmente se explicam atrações sexuais doentias entre pais e filhos, entre irmãos, adultério e até os incestos podem ter as suas raízes em encarnações anteriores. Da mesma forma se podem explicar a simpatia, a afinidade e o amor que brotam espontaneamente entre as criaturas.
A família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus componentes a iluminação de princípios espirituais superiores.
O casamento é vocação, o não casar é opção de vida. Há muitas pessoas que optam por uma vida celibatária, dedicando-se a causas nobres, para poderem ajudar ao próximo, como por exemplo: Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce e muitos outros Espíritos Iluminados, também passaram pelo Mundo como sendo pessoas anónimas, que se dedicaram, ou se dedicam às causas do bem, e do amor ao próximo, não tendo tempo disponível para si próprias, muito menos para terem um parceiro, para construírem um lar e ainda muito menos para constituírem uma família.
Outras pessoas existem que optam por uma vida celibatária, querendo viver apenas só para si, para melhor sustentarem os seus caprichos, e os seus vícios, arruinando, a sua saúde, a sua vida e acabando por muitas das vezes terminarem os seus últimos dias morrendo sozinhas.
No entanto há quem opte também pelo celibatário para ter tempo disponível para ajudar à sua família. Outros concentram-se numa vida puramente egoísta, querendo apenas o seu bem-estar, o seu belo prazer e o menor número de preocupações possíveis.
Como na vida tudo são opções, o que importa é que as nossas escolhas, quer sejam pelo casamento ou pela vida celibatária, sejam opções seguras, isto, porque a vida segue sempre a sua trajectória, e obriga-nos a pensar seriamente naquilo que se quer fazer dela, para que não existam, possíveis falhas, dissabores e arrependimentos. Tudo na vida é fácil de se viver, desde que as nossas escolhas sejam feitas de acordo com as nossas boas tendências e com as melhores inclinações. Deve de se ter uma certeza daquilo que nós queremos, porque essas descobertas em nós próprios nos ajudarão a descobrir a nossa verdadeira vocação.
No caso do homem ou da mulher sentirem a necessidade do casamento, se sentem solidão, falta de companheirismo, de carinho, de sexo, de filhos, deverão então casar-se, porque não é por ficarem solteiros/as que se santificam, ou que se purificam. Devem procurar o parceiro/a com o qual se identifiquem para viverem uma vida de companheirismo, uma vida a dois, para no seu dia-a-dia, não experimentarem a solidão. Na vida o que mais importa é de se terem bons pensamentos, é ter-se consciência em se praticar somente o bem, quer se esteja casado/a ou solteiro/a.
O namoro e o noivado são períodos na vida das pessoas, em que o rapaz e a rapariga se sentem atraídos e apaixonados um pelo outro. São também oportunidades de crescimento, para nessa fase melhor se conhecerem e desenvolverem os seus laços afectivos, para a sua união conjugal.
É também uma fase de encantamento em que duas pessoas descobrem uma na outra, motivos para uma energia afectiva, que vai para além muito da amizade. Há três componentes fundamentais no namoro: apaixonamento (gostar de verdade); intimidade (conhecer profundamente o outro) e, (comprometimento um com o outro).
A idade em que um rapaz deveria casar, situa-se entre os 23 e os 26 anos e as raparigas entre as idades compreendidas entre os 21 e os 24 anos.
Durante o namoro há uma necessidade intrínseca dos futuros noivos, se conhecerem intimamente, para na sua vida de casados, poderem melhor se compreender, para se poderem amar de verdade e para poderem ser assumidos os papéis de bons esposos, de bons pais, e de bons educadores. Dando aos seus filhos uma boa educação, fazendo com que eles se venham a tornar pessoas conscienciosas para serem criaturas responsáveis, para no amanhã que se avizinha, serem eles os homens e as mulheres do terceiro milénio, os habitantes do nosso planeta renovado, fazendo por merecerem um planeta Regenerador quando ele galgar a essa categoria.
Para esse desiderato, é imprescindível que haja muito amor, muito respeito, muito carinho e muita educação entre os cônjuges, para que eles possam transmitir também esses valores aos seus filhos. É muito importante, que os filhos vejam nos pais, os bons exemplos, porque o lar é a primeira escola dos filhos, a primeira de todas na sua vida. (Casa de pais, escola de filhos.)
Os filhos devem de ser também educados religiosamente e os pais têm a obrigação e o dever de lhes darem uma educação religiosa, seja ela qual for para eles poderem conhecer Deus, as suas leis divinas e o Evangelho do Cristo nosso Redentor, a fim de os poderem tornar pessoas conscienciosas, mais responsáveis, mais caridosas, mais fraternas e amigas do próximo. Estes requisitos são importantíssimos, para se ter uma vida em família mais duradoira, mais feliz e mais responsável, o que nem sempre se conquista facilmente.
Nem todos os casamentos na Terra fazem parte do nosso plano espiritual e da nossa programação, muitas das vezes, são as nossas más escolhas que determinam o nosso companheiro/a, e como tudo obedece à lei de casualidade, os casamentos muitas das vezes mal sucedidos em última análise, devem-se às nossas falhas, à nossa imprevidência, à nossa leviandade, e por muitas das vezes não termos sabido controlar os nossos impulsos sexuais.
Há jovens os quais desejosos de causar-se, reciprocamente mediante uma boa camuflagem, esforçam-se por manter uma boa conduta, procurando esconder os aspectos indesejáveis de seus caracteres e depois de casados é que surgem os conflitos, os desentendimentos e os traumas psicológicos, pela falta de diálogo no seu namoro. Pode também ter sido uma fase de encantamento, ou de leviandade, que os levou ao estímulo e com a ajuda da sua atração física, mas depois de casados ao se conhecerem melhor e ao conhecerem a realidade da vida, eles compreenderão que a vida que agora têm pela sua frente não é feita apenas de momentos de romantismo, mas que a vida lhes cobra muitos esforços, muitas responsabilidades, e árduos trabalhos, e não poucos sacrifícios, para os quais não se prepararam convenientemente durante a fase do seu namoro. Mas no meio de tudo isso o pior mesmo de tudo, são aquelas más (facetas) do seu feitio moral e que os dois tiveram o cuidado de o esconder antes da sua assinatura em seu contrato matrimonial. E que só depois de casados é que começaram a vir ao de cima os seus maus pendores, e os seus maus feitios. Mostrando no seu novo lar a sua tirania, a sua frieza, e a sua crueldade.
Gerando-se então, conflitos, atritos, discussões, amuos, represálias, e uma série impensáveis de coisas que dantes não se haviam sonhado, nem tão pouco percebidos. Se dentro de um lar não existirem respeito, educação e concessões mútuas dos dois lados, resultando em mútuo acordo de respeitabilidade entre os cônjuges e um esforço inaudito no sentido de ser restabelecida a harmonia do lar, baseada no amor e no respeito, salvaguardando sempre os direitos de um e os direitos do outro, para uma vida conjugal de entendimento e de compreensão aceitáveis entre os dois, ou pelos menos suportável, a harmonia do lar será comprometida e o que antes haveriam sonhado na sua vida conjugal, tudo será desperdiçado.
É muito importante nos futuros noivos, existir no seu namoro diálogo, seriedade, confiança e respeitabilidade. Devemos demonstrar o que somos. Não devendo de esconder a nossa própria personalidade, debaixo da capa das aparências para mais tarde não nos arrependermos, acusando a vida de ser ingrata para connosco. Devemos sim, ver o que está mal em nós, corrigindo-nos, para não decepcionarmos ninguém com as nossas falsas aparências, mostrando na realidade, tal qual como nós somos.
Os esposos deverão casar castos para na sua vida de casados, haver mais respeito, mais amor e mais confiança. Há casamentos em que o, que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da vaidade, da ambição, numa palavra: a de todos os interesses materiais. Daí as uniões inconstantes e tantas vezes infelizes, que acabam por muitas das vezes serem perigosas. Os esposos seriam felizes se estabelecessem dentro do matrimónio, normas de respeitabilidade e se não se abstraíssem da única lei que sanciona aos olhos de Deus: a lei do amor.
Conclui-se que no namoro se deveria de aproveitar bem o tempo para o casal se conhecer melhor um ao outro, estudando bem os seus feitios, estudando os defeitos de um e os do outro, vendo-se um ao outro como a um espelho para limarem as suas possíveis falhas, mostrando-se tal como são e não serem um pano de duas amostras.
Tentarem sempre se conhecerem ao máximo, dando a conhecer o lado menos bom para se poderem adaptarem aos feitios um do outro, devem de conversar, de trocar de impressões e falarem nas dificuldades que a vida também nos poderá apresentar.
“Muitos são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver em comum, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe nela boas e belas qualidades, porque vivendo realmente com ela é que poderá realmente apreciá-la. Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.” (Allan Kardec, “ O Livro dos Espíritos,”q.939). Também existem namorados ou ex-noivos que romperam completamente os seus compromissos de namoro, por questões materialistas, mas quem casa pelo fato, vá-se embora o contrato! A riqueza maior dentro de um lar é: amor, paz, seriedade, respeito e compreensão mútua e um lar isento de ciúmes e de desconfianças.
É no lar legalmente constituído que o homem e a mulher podem legitimamente, desempenhar as suas funções sexuais, chegando mesmo a serem santificados por permitirem a formação de novos corpos, para a reencarnação dos espíritos. A infidelidade conjugal, tanto por parte do homem como da mulher, é uma falta grave, de penosas consequências espirituais.
Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentabilidade do equilíbrio emotivo do seu cônjuge e criada a rutura dos laços sacrossantos do matrimónio, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores para sua defesa, entra em pânico.
Um dos aspectos mais vis que assumem funções sexuais é a prostituição; nesse aviltamento, o homem é partícipe por fazer da mulher um instrumento de sensações grosseiras.
 A prostituição abre à mulher a porta para todos os vícios. Esses resultados trazem graves consequências e muitos sofrimentos para todos os cumpliciados, traduzindo-se muitas das vezes em sofrimentos e obsessões muito graves e de difícil cura.
A mulher que se prostitui furta-se aos sagrados deveres da família, adiando para um futuro longínquo o seu progresso e, por vezes, o do grupo dos espíritos que dependiam do bom comportamento da mãe para as lutas evolutivas da família.
A mulher que se prostitui passa a viver uma vida ilusória, adquirindo sofrimentos, talvez para muitas reencarnações futuras, em virtude da dificuldade de seu reerguimento moral. Situa-se a mulher numa faixa vibratória muito inferior, sintonizando-se com a região das trevas e ligando-se a espíritos de baixa condição moral e espiritual.
O estado espiritual da mulher que se prostitui é dos mais lamentáveis; e grandes serão as suas lutas nas reencarnações futuras para se reabilitar espiritualmente: terá por se esforçar trabalhando para se reintegrar em seu grupo espiritual evolutivo; e finalmente travará lutas acerbas para a libertação de seus companheiros dos círculos tenebrosos.
Diante das leis que regem o Universo não existem privilégios para ninguém, o homem que busca satisfações sexuais fora do matrimónio legítimo, torna-se também um prostituto, sujeito às mesmas penas espirituais que a mulher.
É preciso que se diga a verdade, se existe a mancha da prostituição na sociedade humana, é porque o homem a alimenta. Se o homem soubesse ver na mulher a irmã que lhe merece respeito, e à qual deve nobre cooperação nas tarefas da evolução, desapareceria da face da Terra o triste espectáculo do meretrício, que não é mais do que a depravação do sexo, tanto por parte do homem como da mulher.
Dá para se perceber que sexo e atração física são fenómenos ilusórios e passageiros. Muitos acreditam amar de verdade por terem relações extra-conjugais fora do matrimónio o que não é verdade, porque quem ama não trai, nem não pouco quer ter sentimento de posse sobre ninguém.
Alguém já se deu conta de que a beleza física acaba, que os rostos bonitos murcham, que a força do músculo que está no meio das pernas enfraquece e se acaba?! Que as palavrinhas românticas só têm valor nos momentos fugazes de prazer?! Já porventura notou que a consciência é seu juiz, e que cobra e que continuará a cobrar sempre, enquanto permanecermos no erro?! Não devemos continuar a mentir a nós próprios vivendo uma vida ilusória, tentando enganar a nossa própria consciência.
Não fiquemos a pensar que, rectidão de carácter, fidelidade, e amor, são apenas conceitos de sociedade, ou fruto de concepções religiosas atrasadas e conservadoras.
É por causa desses maus pensamentos que existem tantos lares desfeitos, sendo a traição conjugal uma das piores causas para esse flagelo, até, porque na actualidade, nunca houve tantas tentativas para se formar um lar, mas também nunca houve tantos lares desfeitos, tendo a traição conjugal contribuído em muito para as causas desse flagelo.
Talvez não exista nenhum acto que gere tanto sofrimento quanto a traição conjugal, porque quebra a confiança entre duas pessoas que acreditavam amar-se profundamente e que se relacionam amorosamente. Um deles ao se ver traído, fica completamente desconcertado, com um sentimento de mágoa muito grande e um rancor imenso à pessoa que julgava amá-lo/a, profundamente, é por serem criaturas com estruturas emocionais muito frágeis que o sofrimento é ainda maior.
É, também, porque, o orgulho ferido, o amor-próprio, e o sentimento de posse à pessoa amada ao ser deparado com a nova realidade e com a escandalosa situação, ao se verem descepcionados, e desrespeitados, e o seu sentimento de amor a ser desconsiderado e destruído a sua decepção é ainda muito maior.
A traição é um erro dos mais graves, e deve-se de ser evitada a todo o custo, porque na troca de alguns momentos de prazer se receberão séculos de infindáveis sofrimentos e de dores.
As pessoas casadas têm a obrigação e o dever de guardarem, respeito e fidelidade, aqueles que desposaram, devendo-lhes amor, respeito e fidelidade. Quando as obrigações conjugais não são respeitadas, a comunhão sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir-se a si mesmo. A traição paga-se muito cara, como já acima descrevi, mas há pessoas neste Mundo com boas posições de destaque na sociedade, e a viverem ricamente materialmente, mas são muito pobres espiritualmente. Essas pessoas lutam para conseguirem ligações amorosas fora do matrimónio. São pessoas moralmente inferiores e de paixões muito baixas, necessitando de amparo e de muita ajuda espiritual, porque o seu modo de pensar e a sua conduta de vida assim o exigem. Existem pessoas no Mundo que se não se importam de denegrir as pessoas que estão à sua volta para poderem conseguir os seus intentos.
Os cônjuges devem um ao outro muito amor e respeito mútuos, mas muitos, ainda esperam mais receber esse carinho e amor do que o darem, sendo também um dos motivos por que muitas das vezes possam existir tantos problemas conjugais.
O Espiritismo apresenta a família como o instituto abençoado em que as criaturas humanas se reencontram com um programa de provas e expiações, com vistas a se resolverem no presente os problemas do passado, para o seu reajustamento.
A doutrina reencarnacionista traz um entendimento que motiva as criaturas a um esforço pelo próprio para o progresso moral das criaturas, através da renúncia, da boa vontade, da ajuda mútua, do perdão, da tolerância da compreensão e muito mais.
A consciência despertada pela razão e pela lógica dos ensinamentos espíritas leva a criatura a aceitar certas conjunturas decorrentes do passado, apresentadas em forma de antipatia, ódio, ciúmes, entre familiares. Igualmente se explicam atrações sexuais doentias entre pais e filhos, entre irmãos, adultério e até os incestos podem ter as suas raízes em encarnações anteriores. Da mesma forma se podem explicar a simpatia, a afinidade e o amor que brotam espontaneamente entre as criaturas.
A família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus membros a iluminação de princípios espirituais superiores.
Como podemos verificar, o casamento é para ser vivido numa vida a dois, com muita dedicação, amor, carinho e respeito mútuos. Se assim procederem os casais a sua união conjugal será duradoira e muito mais feliz. Para um casamento poder ser harmonioso, não deverá nenhum dos cônjuges, trair-se um ao outro, no matrimónio. Qualquer tipo de traição causa ao parceiro prejudicado, pânico, pavor e descontrole, e se este, não for bastante espiritualizado poderá resultar em grandes tragédias conjugais.
Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutirão nos seus espíritos em tempo útil, não escapando às equações infelizes, das quais deram motivos. Esquecendo porém os compromissos de ordem sentimental, injustamente menosprezados, resgatando em tempo hábil, parcela a parcela, pela contabilidade dos princípios de causa e efeito. Expiando no futuro todos os efeitos da sua imprevidência e da sua traição.
Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são também uma opção. Quem nos informa é Emanuel no livro “Vida e Sexo”, psicografado por Xico Xavier: a homossexualidade “não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível à luz da Reeencarnação” (P.89) A “tendência homossexual” e a “homossexualidade” são duas coisas bastante diferentes. Pelo menos representam uma mesma problemática, só que em níveis distintos.
Quando um indivíduo sente em si uma “tendência homossexual”, ou seja, atracção de ordem sexual - ou mesmo afectiva – por outro indivíduo do mesmo sexo, acontece um facto interessante a nível espiritual. A psicoterapia trata essa “tendência homossexual” como “trastorno de identidade de identidade sexual”.
O Espiritismo nos diz, no entanto, que essa “confusão de identidade sexual” guarda, como nos diz Emanuel na sua raiz espiritual, estando na sua reencarnação. Isto, porque o indivíduo espiritual é aquilo que ele pensa.
Quando se mantém ligado mentalmente a um corpo físico tem uma dificuldade enorme de utilizar outo corpo carnal sem que essa ligação mental seja desfeita.
O que significa isso? Que um indivíduo que encarne como homem e, nessa encarnação, se ligue doentiamente ao sexo, em disfunções e abusos que deixam a sua mente entorpecida como objecto- corpo-feminino. Certamente numa só futura encarnação, essa ligação mental não estará desfeita.
Sendo por isso que, encarnando num corpo feminino, sentirá tendências que superarão a formação hormonal e física do corpo, porque está enraizada no seu espírito.
É importante, que nos perguntemos, independentemente da orientação sexual, se estamos a fazer algo proveitoso, útil e bom. Se o amor impera sempre ou se são apenas os impulsos.
Essas respostas trarão à pessoa a conclusão sobre que tipo de processo está a sofrer, e que nível de ligação mental – e comprometimento espiritual – tem perante a vida.
Na realidade, quando pensamos no acto sexual devemos estar prontos e completamente conscientes de que é um acto de extrema responsabilidade, amor, afecto e carinho.
Pensando também que se desbaratamos os nossos recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós contraímos dívidas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz espiritual. Então ao renascermos nós traremos essas tendências, claro que tudo isso é fruto do desvirtuamento do sexo em anteriores reencarnações. O normal no casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes, a família e a sociedade para darmos continuação à espécie humana.
Devemos de pensar se algo de errado ocorreu em nosso passado, que essa culpa não nos entrave o nosso progresso, porque não estamos condenados perpetuamente, mas estamos em constante aprendizado, mas sempre lutando pela nossa perfeição.
Pensando também que se desbaratarmos os nossos recursos genésicos, aplicados indevidamente na corrupção dos costumes, nós contraímos dívidas pesadas na nossa consciência, refletindo-se então na nossa matriz espiritual e ao renascermos nós traremos essas tendências. Claro que aquilo que hoje somos, é reflexo de posturas anteriores e daquilo que tenhamos feito em anteriores reencarnações. Se tivermos desvirtuado o sexo nas nossas anteriores reencarnações é normal que agora soframos essas consequências, sofrendo-lhe os seus efeitos. O normal no casamento é a postura ética das criaturas, perante a vida, perante os costumes, a família e a sociedade.
A doutrina espírita vê o divórcio como sendo uma necessidade para os problemas conjugais existentes, alertando-nos que o ideal seria sempre que os indivíduos se amassem ao ponto de não necessitarem da separação legal. Também nos diz que quando desaparece o amor, desaparecem os vínculos exteriores e como vivemos numa sociedade constituída por estatutos e leis, é mister que se respeitem essas normas. No entanto, quando o casal não se consegue mais se suportar a fim de evitar males maiores, o divórcio é uma fórmula para ajudar na recuperação da vida de ambos, bem como para atender aos aspectos morais e legais.
Quando o matrimónio ocorre entre almas afins não sucedem tais dificuldades. Segundo a teoria das “almas gêmeas”, as várias uniões pelo matrimónio, quando não têm sucesso, tornam-se provas recíprocas, preparando essas almas para um futuro mais ditoso.
O ideal seria sempre que os casais se amassem até à sua morte, não precisando de uma lei que os separasse.
O divórcio não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma as leis dos homens e não as leis de Deus.
Jesus não consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “ Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu que despedísseis as vossas mulheres?” Significam estas palavras que já no tempo de Moisés, não havendo a afeição mútua a única a determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária.
E acrescenta ainda: “no princípio, não foi assim”, isto é, na origem da Humanidade, quando os homens não estavam pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo as leis de Deus, as uniões, derivavam da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, não havendo nenhum ensejo para o repúdio.
Vai ainda mais longe: especifica o caso em que pode dar-se o repúdio, o de adultério. Ora, não existe adultério aonde reina uma sincera e afeição recíproca. É verdade que Jesus proíbe ao homem desposar a mulher repudiada; mas, cumpre se tenham em vista os costumes e o carácter dos homens daquela época.
A lei de Moisés em caso de adultério prescrevia a lapidação das mulheres. Pretendendo, abolir neste caso um costume bárbaro, precisou Moisés de uma penalidade que o substituísse e a encontrou no opróbrio que adviria da proibição de um segundo casamento. Era, de certo modo, uma lei civil substituída por outra lei civil. Só as leis da Natureza são eternas e imutáveis, as dos homens, eles as modificam mediante a sua evolução.
O divórcio surge como uma necessidade, apenas para desfazer o que foi escrito no papel, porque decididamente o casal já se encontra desligado dos seus laços afectivos.
Todos aqueles que se divorciam, adiarão para mais tarde e em futuras reencarnações os seus problemas conjugais, podendo serem esses processos mais dolorosos e menos afortunados.
Períodos difíceis dentro de um casamento existem sempre, porque imperfeitos como os homens ainda são, a humanidade falha muitas vezes.
É necessário saber-mos desculpar e saber-mos tolerar para fazermos do cônjuge difícil uma pessoa amada, uma alma querida, a nossa “alma gêmea” para que não adiemos por muito mais tempo aquilo que temos de resolver na presente existência.
Para que juntos, construamos um porvir ditoso, restabelecendo a paz e a harmonia.
Facultando desse modo a vinda dos Espíritos que esperam ser nossos filhos, porque antes de construirmos o nosso lar terreno, e antes mesmo da nossa reencarnação na Terra, já tínhamos traçado no Mundo espiritual planos para a sua vinda e se falharmos,
Adiaremos para mais tarde, em processos mais dolorosos aquilo a que nos comprometemos antes mesmo do nosso reencarne.
No capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” item 3 nos diz: Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos laços carnais mas também pelos laços da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda também aos filhos.
A família não é somente foco de lutas e problemas, mas também fonte geradora de felicidade quando existe entre todos os seus componentes a iluminação de princípios espirituais superiores.
E, porque, este trabalho é já bastante longo, permitam-me que não me alongue mais, porque ainda existem muitos aspectos que merecem serem destacados, mas ficarão para novos trabalhos, porque não nos faltarão novas oportunidades de continuarmos a falar de assuntos tão interessantes.
Desejo muita paz para todos nós e muita iluminação interior nas nossas almas. Que as bênçãos de Jesus se derramem sobre todos como pétalas perfumadas a exalarem o seu belo perfume: de amor, de luz e de paz. Que Jesus nos abençoe a todos.
Fontes de consulta:
O livro dos Espíritos de Alla-Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Vida e Sexo, psicografado por : Francisco Cândido Xavier,
A Vida em Família de Rodolfo Calligaris
   
                                                 Aurinda Tavares