domingo, 2 de novembro de 2014

A REENCARNAÇÃO É O MOTOR OCULTO PARA A NOSSA EVOLUÇÃO.

















_ Por que na Terra nem todos são reencarcionistas?
“Porque foi criada a teoria da existência única e se tornou mais fácil para a religião salvar o homem, do que o homem buscar a sua salvação através de uma luta para ser perfeito. Tornou-se mais fácil os sacerdotes e pastores perdoarem e condenarem do que o homem lutar dia após dia contra seus próprios defeitos, na certeza de que sem eles se tornará mais fácil chegar a Deus.
Se cada homem encarnado acreditasse na reencarnação, procuraria errar menos. Mas a ideia de que tudo se acaba no túmulo leva-o a não se conscientizar das consequências dos seus atos e, apegado às coisas transitórias deste mundo, vai-se afastando das leis divinas do seu Criador e Pai.  
 “O caminho do cristão cumpre-se na ressurreição.”_ Estas frases são do Papa Francisco em sua homilia numa manhã de sexta-feira na Casa Santa Marta.
O Santo Padre, comentando as palavras de S. Paulo na Primeira carta aos Coríntios, destacou que os cristãos parecem ter dificuldade em acreditar na transformação do próprio corpo após a morte.
Refere ainda em sua Homilia que S. Paulo terá que fazer uma “correção difícil” “a da Ressurreição”.
Paulo na terceira parte da primeira Epístola aos Coríntios empenhou-se em esclarecer, para a época, o problema da ressurreição dos mortos, mostrando o exemplo de Jesus. Diz que muitos viram o Senhor ressuscitado, “e se não há ressurreição de mortos, então o Cristo não ressuscitou. E, se o Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a vossa fé”. (15:13 e 14)
Comenta ainda S. Paulo, que nem toda a carne é igual, que há carne de homens, de animais, de aves e de peixes, completando por extensão, que há corpos terrestres e corpos celestiais. Diz que a ressurreição dos mortos, por analogia, assemelha-se à semente que morre para nascer dela a planta.
Diz ainda S. Paulo: semeia-se corpo animal, ressuscita corpo espiritual”. (15:44)
Semeando-se corpo animal, S. Paulo refere-se, ao sepultamento dos corpos carnais, já sem vida. Claro está, que ressuscita corpo espiritual, porque a alma ou Espírito, que anima o homem durante a sua existência o abandona por ocasião da morte física. Desde que cessa a vida do corpo, a alma deixa o corpo como uma veste imprestável. O Espírito volta então de novo para o Mundo dos Espíritos, onde preparará a sua futura reencarnação, mas em novo corpo, formado especialmente para si, de acordo às suas necessidades evolutivas.
E ainda na sua 1ª epístola aos Coríntios S. Paulo no item (15:54) faz uma síntese de todo o processo evolutivo da geração humana até à sua chegada ao reino angelical. Escreve: (E quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória”.
A morte sendo tragada pela vitória, S. Paulo quer dizer que não à morte, porque o Espírito viverá.
O corpo se irá decompor para dar vida a outros micro-organismos, logo a ressurreição dos corpos é impossível e inadmissível.
Paulo se refere às vidas sucessivas que a humanidade tem que percorrer no seu longo peregrinar em todas as estações corporais; é o mesmo que dizer pelas vias da reencarnação; até chegar ao estado de Espírito puro.
Será que não dá para se perceber que S. Paulo se referiu à reencarnação?
No meu entender quem terá de fazer essa correção difícil é mesmo a Igreja Católica!
Não somente os trovadores, falaram de reencarnação nos seus poemas e canções e lhe faziam discretas alusões, mas até espíritos poderosos, como Boaventura e Dante Alighieri, a mencionaram de maneira formal.
Ozanam, escritor católico, reconhece que o plano da “Divina Comédia” segue muito de perto as grandes linhas da iniciação antiga, baseada, sobre a pluralidade das existências.
O Cardeal Nicolau de Cusa, em pleno Vaticano, a pluralidade das vidas e dos mundos habitados, com o assentimento do Papa Eugênio IV.
O próprio Islamismo, no novo Alcorão dá lugar importante às ideias palingenésicas. (181). Mazzini, apostrofando os bispos, na sua obra” Dal Concílio a Dio” diz: “ Cremos numa série indefinida de reencarnações da alma, de vida em vida, de mundo em mundo, cada uma das quais constitui um progresso em relação à vida precedente. Poderemos recomeçar o estádio percorrido quando não merecemos passar a um grau superior; mas, não podemos retrogradar nem perecer espiritualmente.”
Na Grécia vai-se encontrar a doutrina das vidas sucessivas nos poemas órficos; era a crença de Pitágoras, de Sócrates, de Platão, de Apolônio e de Empédocles. Com o nome de metempsicose, (173) dela falam muitas vezes nas suas obras em termos velados, porque em grande parte, estavam ligados pelo juramento iniciático; contudo ela é afirmada com clareza no último livro da “República” em “Fedra”, em “Timeu” e em “Fédon”.
“É certo que os vivos nascem dos mortos e que as almas dos mortos tornam a nascer.” (Fedra.)
“A alma é mais velha que o corpo. As almas renascem incessantemente do Hades para tornarem à vida atual.”
A reencarnação era festejada pelos egípcios nos mistérios de Ísis, e pelos gregos, nos de Elêusis, com o nome de mistérios de Perséfone, em cujas cerimônias só os iniciados tomavam parte.
O mito de Perséfone era a representação dramática dos renascimentos, a história da alma humana passada, presente e futura, sua descida à matéria, seu cativeiro em corpos de empréstimo, sua reascensão por graus sucessivos.
Os livros sagrados dos hebreus, o “Zoar”, a Cabala” o “Talmude”, afirmam igualmente a preexistência e, com o nome de ressurreição, a reencarnação era a crença dos fariseus e dos essénios. 
No Antigo e no Novo Testamento, por entre textos obscuros ou alterados, como por exemplo, em certas passagens de Jeremias e de Job, depois no caso de João Batista, que foi Elias, no do cego de nascença e na conversação particular de Jesus com Nicodemos.
No Evangelho de Mateus (177) lê-se:” Em verdade vos digo que, dentre os filhos das mulheres, nenhum há maior que João Batista, e se quiseres ouvir, é ele mesmo que é Elias que há -de vir. Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça”.
De outra vez interrogaram ao Cristo os seus discípulos, dizendo: “ Por que dizem então os escribas que é necessário que volte Elias primeiro?” Jesus respondeu-lhes: “ É verdade que Elias há - de vir primeiro e restabelecer todas as coisas; mas digo-vos que Elias já veio, mas eles não o reconheceram e fizeram-lhe o que quiseram.” Então os seus discípulos compreenderam que era de João Batista que ele falara.
Um dia Jesus pergunta aos seus discípulos o que dizem os homens que eu sou? Eles responderam: Uns dizem que és João Batista, outros Elias, outros, Jeremias, ou algum dos antigos profetas que voltou ao mundo.”Jesus, em vez de dissuadi-los, como se eles tivessem falado de coisas imaginárias, contenta-se com acrescentar: E vós quem credes que sou eu?” Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo o Filho do Deus vivo.”_ Replicou-lhe Jesus: Bem- aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que te revelaram, mas meu Pai, que está nos Céus.” (S. MATEUS, CAP. XVI,vv.13ª 17; S. Marcos, cap. VIII, vv.27 a 30.)
Quando encontram o cego de nascença, os discípulos perguntaram ao Mestre se esse homem nasceu cego por causa dos pecados dos pais ou dos pecados que cometeu antes de nascer.
Acreditavam, pois, na possibilidade da reencarnação e na preexistência possível da alma.
Esta sua linguagem fazia acreditar que a ideia da reencarnação estava divulgada e Jesus parece autorizá-la, em vez de combatê-la fala das numerosas moradas de que se compõe a casa do Pai e Orígenes, comentando estas palavras, acrescenta: “ O Senhor alude às diferentes estações que as almas devem ocupar depois de terem sido privadas dos seus corpos atuais e de terem sido revestidas de outros.”
Lemos no Evangelho de João: “ Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dentre os judeus. Este homem veio de noite ter com Jesus para não ser visto e disse-lhe “ Mestre, sabemos, que és um doutor vindo da parte de Deus, porque ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.” Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo que, se um homem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Nicodemos disse-lhe:” Como pode um homem nascer quando é velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer segunda vez?” Jesus respondeu: Em verdade te digo que, se um homem não nascer de água e de espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne; o que é nascido do espírito, é espírito. Não te admires do que te disse: é necessário que nasças de novo. O vento sopra onde quer e tu lhe ouves o ruído, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Sucede o mesmo com todo homem que é nascido do espírito.”
A água representava entre os hebreus a essência da matéria, e quando Jesus afirma que o homem tem de renascer de água e de espírito, não é como se dissesse que tem de renascer de matéria e de espírito, isto é, em corpo e alma?
Jesus acrescenta estas palavras: “ Tu és mestre em Israel e ignoras estas coisas?” Não se tratava, pois, do batismo, que todos os judeus conheciam. As palavras de Jesus tinham um sentido mais profundo e sua admiração devia traduzir-se assim: “ Tenho para a multidão ensinamentos ao seu alcance, e não lhe dou a verdade senão na medida em que ela a pode compreende. Mas contigo, que és mestre em Israel e que, nessa qualidade, deves ser iniciado em mistérios mais elevados, entendi poder ir mais além,”
A doutrina Espírita é, a representação dos ensinos de Jesus e ensina que a alma que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea acaba de depurar-se sofrendo a prova de uma nova existência, durante a qual experimenta uma transformação para melhor. Por isso passa por muitas existências corporais. O objetivo da reencarnação é, pois, expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Em cada nova existência o Espírito dá um passo para diante, na senda do progresso. Desde que se ache limpo das provas da vida corpórea. Ao final da última encarnação, o Espirito é um bem-aventurado; um Espírito puro.
Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para retificar os seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.
Foi, porém no segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.
No ano 553 d. C, este Concílio realizado, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento.
Os primeiros padres da Igreja e, entre todos, Orígenes e S. Clemente de Alexandria, pronunciaram-se em favor da transmigração das almas. S. Jerônimo e Ruffinus (“carta a Anastácio) afirmam que ela era ensinada como verdade tradicional a um certo número de iniciados.
Em sua obra capital,” Dos Princípios”, livro I Orígenes passa em revista os numerosos argumentos que mostram, na preexistência e sobrevivência das almas em outros corpos, o corretivo necessário à desigualdade das condições humanas.
S. Gregório de Nysse diz “que há necessidade natural para a alma imortal de ser curada e purificada e que, se ela não o foi em sua vida terrestre, a cura se opera pelas vidas futuras e subsequentes”.
Todavia, esta alta doutrina, não podia conciliar-se com certos dogmas e artigos de fé, armas poderosas para Igreja, tais como a predestinação, as penas eternas e o juízo final. Com ela, o Catolicismo teria dado lugar mais largo à liberdade do espírito humano, chamado em suas vidas sucessivas a elevar-se por seus próprios esforços e não somente por graça do Alto. Por isso foi um ato fecundo em consequência funesta a condenação das opiniões de Orígenes e das teorias gnósticas pelo Concílio de Constantinopla em 553. Ela trouxe consigo o descrédito e repulsa do princípio das reencarnações. Então, em vez de uma conceção simples e clara do destino, compreensível para as mais humildes inteligências, conciliando a Justiça Divina com a desigualdade das condições e do sofrimento humanos, vimos edificar-se todo um conjunto de dogmas, que lançaram a obscuridade no problema da vida, revoltaram a razão e, finalmente, afastaram o homem de Deus.
As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do seu Evangelho, sobretudo quando nos disse que João Batista era Elias.
 Como sendo soberana em suas decisões, a assembleia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que a reencarnação não existe!
Conclui-se que a igreja admite a reencarnação sob o nome de ressurreição. Mas já é altura de a igreja desvendar esse mistério, porque ninguém acredita na suposta ressurreição dos mortos e do juízo final.
O dogma da ressurreição da carne, outra coisa não é, senão a reencarnação, ensinada pelos Espíritos Superiores e mal compreendida pelos homens.
Muita gente ainda fala em fim do Mundo, como se a Humanidade encarnada, nos tempos atuais, não mais devesse existir, porquanto partindo-se da ideia dogmática da ressurreição dos corpos no final dos tempos, necessariamente esta hipótese deveria ocorrer dada a arrebatação dos bons ao paraíso e o envio dos maus aos páramos infernais.
A doutrina de um julgamento final, único e universal que coloque fim a toda a Humanidade, repugna à razão e à bondade de Deus.
Deus sendo todo amor e misericórdia deixa sempre aberta a porta aos seus filhos para o arrependimento. A teoria das penas eternas, criada pela Igreja Católica, não é nada mais, nem nada menos, do que um espantalho destinado a amedrontar os maus; mas, a ameaça do inferno, o temor dos suplícios, eficaz nos tempos de fé cega, hoje não reprime a ninguém, porque repugna à razão, no sentido em que ela implicaria a inatividade de Deus durante a eternidade.
Como hoje sabemos, no fenômeno do desencarne, é necessário sempre algum tempo para que se desliguem todos os laços que prendem o espírito ao corpo. Depois de liberto o espírito, ainda temos de considerar que lhe é preciso mais algum tempo, até que se ambiente no mundo espiritual para o qual voltou. Para a maioria dos espíritos, a transição acarreta perturbações, por vezes prolongadas. Nos espíritos altamente evoluídos, a transição é de consequências mínimas. Eis porque Jesus dizia que ressurgiria depois de três dias. É como se tivesse dito: Depois de três dias estarei livre das consequências provindas de meu desencarne e, portanto, em condições de me materializar perante meus discípulos.
O aparecimento de Jesus a seus discípulos, depois do seu desencarne, foi necessário para solidificar-lhes a fé, que até então era vacilante. Seus discípulos receberam seus ensinamentos; testemunharam-lhes as obras; depois assistiram à prisão e ao seu suplício; viram-no expirar, pregado na cruz; ajudaram a carregar o seu cadáver para o túmulo; não podiam alimentar dúvidas: o Mestre tinha morrido. Em seguida, no dia predito pelo Mestre, ele lhes aparece radiante de vida; fala com eles; dá-lhes ordens; na verdade, o Mestre Amado tinha ressuscitado. E depois, diante deles, parte para a elevada esfera espiritual donde viera, e donde continuaria a zelar pelos seus ensinamentos. Então era bem certo o que ele lhes tinha ensinado: não havia a morte; todos deixariam o corpo de carne e reviveriam no corpo espiritual, e ascenderia aos céus. A morte tinha sido vencida; a imortalidade da alma estava comprovada. Eis porque foi preciso que Jesus expirasse na cruz. Era mister que todos os discípulos o vissem realmente morto, e que o vissem triunfar da morte para crerem em seus ensinamentos, e se disporem a evangelizar a humanidade. E uma vez que os factos provaram a Verdade, com a certeza absoluta gravada nos corações, partiram os discípulos a espalhar a Boa Nova por todos os caminhos da terra.
Para compreendermos como se processou o desaparecimento do corpo de Jesus de dentro do túmulo cavado na rocha, e fechado por pesada pedra, e selada pelos sacerdotes, e guardado por soldados romanos, temos de recordar o que é possível fazer-se por meio da mediunidade de efeitos físicos. A doutrina espírita recorda-nos o que é possível fazer-se por meio da mediunidade de efeitos físicos.
Sabemos que, utilizando-se desse tipo de mediunidade, os espíritos podem retirar de dentro de um recipiente hermeticamente fechado, qualquer coisa que ali se ache, ou colocar dentro dele o que se queira. A mediunidade de efeitos físicos já nos mostrou médiuns que foram retirados de verdadeiras jaulas de ferro e transportados pelos espíritos para outros cômodos fechados da casa, e mesmo para locais distantes de onde se realizavam as experiências.
Os médiuns não precisam de estar no local onde se apresenta o fenômeno; podem estar muito longe dele e completamente inconscientes de estarem servindo de instrumentos a fenômenos de efeitos físicos; pois fornecem apenas os fluidos dos quais os espíritos precisam para puderem realizar o trabalho designado. Assim sendo, mediante  a mediunidade de efeitos físicos que os espíritos utilizaram em alto grau, puderam transportar o corpo de Jesus para algum túmulo distante e desconhecido, onde se desfez, e cuja matéria voltou ao grande reservatório da natureza.
Isto foi uma medida muito acertada para se evitarem consequências desastrosas e imprevisíveis para o futuro do Evangelho. Os espíritos agiram para com os homens daquele tempo, como os adultos agem para com as crianças: nem tudo se lhes explica integralmente, e muita coisa se oculta delas, para daí não provirem males; mas quando alcançam a idade adulta, tudo se lhes pode revelar. E como hoje a humanidade já está em condições de compreender tudo, o Espiritismo veio trazer-lhes a solução do problema.
Os sacerdotes tinham o máximo interesse em conservar o corpo no túmulo, a fim de apresenta-lo como prova contra os discípulos, quando estes se dispusessem a pregar a doutrina do Mestre. E sobretudo os sacerdotes alimentavam o secreto desejo de, decorridos os três dias, mostrarem o corpo de Jesus ao povo, provando assim que eles realmente tinham condenado um impostor, pois não ressuscitara como prometera. E se os sacerdotes tivessem consumido o corpo, logo que os discípulos iniciassem as pregações, estes seriam confundidos, pois os sacerdotes não deixariam de lhes mostrar onde estava o corpo e dizer-lhes como o tinham tirado do túmulo.
Tanto os discípulos como os sacerdotes tomavam as palavras de Jesus ao pé da letra; entendiam-lhe apenas a parte material, sem procurar extrair delas o ensinamento moral ou espiritual que continham.
Como não formavam uma ideia concreta de como o espírito sobrevive à matéria, julgavam que a ressurreição da qual Jesus lhes falava, se processaria mediante o corpo de carne.
A humanidade tem necessidade da ressurreição de Cristo no seu coração para que se encontre com o seu Salvador em espírito e verdade, porque só Ele é a Ressurreição e a Vida. 
                                                   Aurinda Tavares