A
REENCARNAÇÃO É O MOTOR OCULTO PARA A NOSSA EVOLUÇÃO.
_ Por que na Terra nem todos são reencarcionistas?
“Porque foi criada a teoria da existência única e se
tornou mais fácil para a religião salvar o homem, do que o homem buscar a sua
salvação através de uma luta para ser perfeito. Tornou-se mais fácil os
sacerdotes e pastores perdoarem e condenarem do que o homem lutar dia após dia
contra seus próprios defeitos, na certeza de que sem eles se tornará mais fácil
chegar a Deus.
Se cada homem encarnado acreditasse na reencarnação,
procuraria errar menos. Mas a ideia de que tudo se acaba no túmulo leva-o a não
se conscientizar das consequências dos seus atos e, apegado às coisas
transitórias deste mundo, vai-se afastando das leis divinas do seu Criador e
Pai.
“O caminho do
cristão cumpre-se na ressurreição.”_ Estas frases são do Papa Francisco em sua
homilia numa manhã de sexta-feira na Casa Santa Marta.
O Santo Padre, comentando as palavras de S. Paulo na
Primeira carta aos Coríntios, destacou que os cristãos parecem ter dificuldade
em acreditar na transformação do próprio corpo após a morte.
Refere ainda em sua Homilia que S. Paulo terá que
fazer uma “correção difícil” “a da Ressurreição”.
Paulo na terceira parte da primeira Epístola aos
Coríntios empenhou-se em esclarecer, para a época, o problema da ressurreição
dos mortos, mostrando o exemplo de Jesus. Diz que muitos viram o Senhor
ressuscitado, “e se não há ressurreição de mortos, então o Cristo não
ressuscitou. E, se o Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a vossa
fé”. (15:13 e 14)
Comenta ainda S. Paulo, que nem toda a carne é
igual, que há carne de homens, de animais, de aves e de peixes, completando por
extensão, que há corpos terrestres e corpos celestiais. Diz que a ressurreição
dos mortos, por analogia, assemelha-se à semente que morre para nascer dela a
planta.
Diz ainda S. Paulo: semeia-se corpo animal,
ressuscita corpo espiritual”. (15:44)
Semeando-se corpo animal, S. Paulo refere-se, ao
sepultamento dos corpos carnais, já sem vida. Claro está, que ressuscita corpo
espiritual, porque a alma ou Espírito, que anima o homem durante a sua
existência o abandona por ocasião da morte física. Desde que cessa a vida do corpo,
a alma deixa o corpo como uma veste imprestável. O Espírito volta então de novo
para o Mundo dos Espíritos, onde preparará a sua futura reencarnação, mas em novo
corpo, formado especialmente para si, de acordo às suas necessidades evolutivas.
E ainda na sua 1ª epístola aos Coríntios S. Paulo no
item (15:54) faz uma síntese de todo o processo evolutivo da geração humana até
à sua chegada ao reino angelical. Escreve: (E quando este corpo corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir da imortalidade,
então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela
vitória”.
A morte sendo tragada pela vitória, S. Paulo quer
dizer que não à morte, porque o Espírito viverá.
O corpo se irá decompor para dar vida a outros micro-organismos,
logo a ressurreição dos corpos é impossível e inadmissível.
Paulo se refere às vidas sucessivas que a humanidade
tem que percorrer no seu longo peregrinar em todas as estações corporais; é o
mesmo que dizer pelas vias da reencarnação; até chegar ao estado de Espírito
puro.
Será que não dá para se perceber que S. Paulo se
referiu à reencarnação?
No meu entender quem terá de fazer essa correção
difícil é mesmo a Igreja Católica!
Não somente os trovadores, falaram de reencarnação
nos seus poemas e canções e lhe faziam discretas alusões, mas até espíritos
poderosos, como Boaventura e Dante Alighieri, a mencionaram de maneira formal.
Ozanam, escritor católico, reconhece que o plano da
“Divina Comédia” segue muito de perto as grandes linhas da iniciação antiga,
baseada, sobre a pluralidade das existências.
O Cardeal Nicolau de Cusa, em pleno Vaticano, a
pluralidade das vidas e dos mundos habitados, com o assentimento do Papa
Eugênio IV.
O próprio Islamismo, no novo Alcorão dá lugar
importante às ideias palingenésicas. (181). Mazzini, apostrofando os bispos, na
sua obra” Dal Concílio a Dio” diz: “ Cremos numa série indefinida de
reencarnações da alma, de vida em vida, de mundo em mundo, cada uma das quais
constitui um progresso em relação à vida precedente. Poderemos recomeçar o
estádio percorrido quando não merecemos passar a um grau superior; mas, não
podemos retrogradar nem perecer espiritualmente.”
Na Grécia vai-se encontrar a doutrina das vidas
sucessivas nos poemas órficos; era a crença de Pitágoras, de Sócrates, de
Platão, de Apolônio e de Empédocles. Com o nome de metempsicose, (173) dela
falam muitas vezes nas suas obras em termos velados, porque em grande parte,
estavam ligados pelo juramento iniciático; contudo ela é afirmada com clareza
no último livro da “República” em “Fedra”, em “Timeu” e em “Fédon”.
“É certo que os vivos nascem dos mortos e que as
almas dos mortos tornam a nascer.” (Fedra.)
“A alma é mais velha que o corpo. As almas renascem
incessantemente do Hades para tornarem à vida atual.”
A reencarnação era festejada pelos egípcios nos
mistérios de Ísis, e pelos gregos, nos de Elêusis, com o nome de mistérios de
Perséfone, em cujas cerimônias só os iniciados tomavam parte.
O mito de Perséfone era a representação dramática
dos renascimentos, a história da alma humana passada, presente e futura, sua
descida à matéria, seu cativeiro em corpos de empréstimo, sua reascensão por
graus sucessivos.
Os livros sagrados dos hebreus, o “Zoar”, a Cabala”
o “Talmude”, afirmam igualmente a preexistência e, com o nome de ressurreição,
a reencarnação era a crença dos fariseus e dos essénios.
No Antigo e no Novo Testamento, por entre textos
obscuros ou alterados, como por exemplo, em certas passagens de Jeremias e de
Job, depois no caso de João Batista, que foi Elias, no do cego de nascença e na
conversação particular de Jesus com Nicodemos.
No Evangelho de Mateus (177) lê-se:” Em verdade vos
digo que, dentre os filhos das mulheres, nenhum há maior que João Batista, e se
quiseres ouvir, é ele mesmo que é Elias que há -de vir. Aquele
que tem ouvidos para ouvir, ouça”.
De outra vez interrogaram ao Cristo os seus
discípulos, dizendo: “ Por que dizem então os escribas que é necessário que
volte Elias primeiro?” Jesus respondeu-lhes: “ É verdade que Elias há - de vir
primeiro e restabelecer todas as coisas; mas digo-vos que Elias já veio, mas
eles não o reconheceram e fizeram-lhe o que quiseram.” Então os seus discípulos
compreenderam que era de João Batista que ele falara.
Um dia Jesus pergunta aos seus discípulos o que
dizem os homens que eu sou? Eles responderam: Uns dizem que és João Batista,
outros Elias, outros, Jeremias, ou algum dos antigos profetas que
voltou ao mundo.”Jesus, em vez de
dissuadi-los, como se eles tivessem falado
de coisas imaginárias, contenta-se com acrescentar: E vós quem credes que sou
eu?” Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo o Filho do Deus
vivo.”_ Replicou-lhe Jesus: Bem- aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque
não foram a carne nem o sangue que te revelaram, mas meu Pai, que está nos
Céus.” (S. MATEUS, CAP. XVI,vv.13ª 17; S. Marcos, cap. VIII, vv.27 a 30.)
Quando encontram o cego de nascença, os discípulos
perguntaram ao Mestre se esse homem nasceu cego por causa dos pecados dos pais
ou dos pecados que cometeu antes de nascer.
Acreditavam, pois, na possibilidade da reencarnação
e na preexistência possível da alma.
Esta sua linguagem fazia acreditar que a ideia da
reencarnação estava divulgada e Jesus parece autorizá-la, em vez de combatê-la
fala das numerosas moradas de que se compõe a casa do Pai e Orígenes,
comentando estas palavras, acrescenta: “ O Senhor alude às diferentes estações
que as almas devem ocupar depois de terem sido privadas dos seus corpos atuais
e de terem sido revestidas de outros.”
Lemos no Evangelho de João: “ Havia entre os
fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dentre os judeus. Este
homem veio de noite ter com Jesus para não ser visto e disse-lhe “ Mestre,
sabemos, que és um doutor vindo da parte de Deus, porque ninguém poderia fazer
os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.” Jesus respondeu-lhe: Em
verdade te digo que, se um homem não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus.” Nicodemos disse-lhe:” Como pode um homem nascer
quando é velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer segunda
vez?” Jesus respondeu: Em verdade te digo que, se um homem não nascer de água e
de espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é
carne; o que é nascido do espírito, é espírito. Não te admires do que te disse:
é necessário que nasças de novo. O vento sopra onde quer e tu lhe ouves o
ruído, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Sucede o mesmo com todo homem
que é nascido do espírito.”
A água representava entre os hebreus a essência da
matéria, e quando Jesus afirma que o homem tem de renascer de água e de
espírito, não é como se dissesse que tem de renascer de matéria e de espírito,
isto é, em corpo e alma?
Jesus acrescenta estas palavras: “ Tu és mestre em
Israel e ignoras estas coisas?” Não se tratava, pois, do batismo, que todos os
judeus conheciam. As palavras de Jesus tinham um sentido mais profundo e sua
admiração devia traduzir-se assim: “ Tenho para a multidão ensinamentos ao seu
alcance, e não lhe dou a verdade senão na medida em que ela a pode compreende.
Mas contigo, que és mestre em Israel e que, nessa qualidade, deves ser iniciado
em mistérios mais elevados, entendi poder ir mais além,”
A doutrina Espírita é, a representação dos ensinos
de Jesus e ensina que a alma que não alcançou a perfeição durante a vida
corpórea acaba de depurar-se sofrendo a prova de uma nova existência, durante a
qual experimenta uma transformação para melhor. Por isso passa por muitas
existências corporais. O objetivo da reencarnação é, pois, expiação,
melhoramento progressivo da humanidade. Em cada nova existência o Espírito dá um
passo para diante, na senda do progresso. Desde que se ache limpo das provas da
vida corpórea. Ao final da última encarnação, o Espirito é um bem-aventurado;
um Espírito puro.
Até meados do século VI, todo o Cristianismo
aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava,
milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios
da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para retificar os seus
erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.
Foi, porém no segundo Concílio de Constantinopla,
atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do
Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada,
substituindo-a pela ressurreição, que contraria os princípios da ciência, pois
admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já
desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.
No ano 553 d. C, este Concílio realizado, resolveu
rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos
que a Humanidade tem conhecimento.
Os primeiros padres da Igreja e, entre todos,
Orígenes e S. Clemente de Alexandria, pronunciaram-se em favor da transmigração
das almas. S. Jerônimo e Ruffinus (“carta a Anastácio) afirmam que ela era
ensinada como verdade tradicional a um certo número de iniciados.
Em sua obra capital,” Dos Princípios”, livro I
Orígenes passa em revista os numerosos argumentos que mostram, na preexistência
e sobrevivência das almas em outros corpos, o corretivo necessário à
desigualdade das condições humanas.
S. Gregório de Nysse diz “que há necessidade natural
para a alma imortal de ser curada e purificada e que, se ela não o foi em sua
vida terrestre, a cura se opera pelas vidas futuras e subsequentes”.
Todavia, esta alta doutrina, não podia conciliar-se
com certos dogmas e artigos de fé, armas poderosas para Igreja, tais como a
predestinação, as penas eternas e o juízo final. Com ela, o Catolicismo teria
dado lugar mais largo à liberdade do espírito humano, chamado em suas vidas
sucessivas a elevar-se por seus próprios esforços e não somente por graça do
Alto. Por isso foi um ato fecundo em consequência funesta a condenação das
opiniões de Orígenes e das teorias gnósticas pelo Concílio de Constantinopla em
553. Ela trouxe consigo o descrédito e repulsa do princípio das reencarnações.
Então, em vez de uma conceção simples e clara do destino, compreensível para as
mais humildes inteligências, conciliando a Justiça Divina com a desigualdade das
condições e do sofrimento humanos, vimos edificar-se todo um conjunto de
dogmas, que lançaram a obscuridade no problema da vida, revoltaram a razão e,
finalmente, afastaram o homem de Deus.
As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a
reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do seu Evangelho,
sobretudo quando nos disse que João Batista era Elias.
Como sendo
soberana em suas decisões, a assembleia dos bispos, reunidos no Segundo
Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que a reencarnação não
existe!
Conclui-se que a igreja admite a reencarnação sob o
nome de ressurreição. Mas já é altura de a igreja desvendar esse mistério,
porque ninguém acredita na suposta ressurreição dos mortos e do juízo final.
O dogma da ressurreição da carne, outra coisa não é,
senão a reencarnação, ensinada pelos Espíritos Superiores e mal compreendida pelos
homens.
Muita gente ainda fala em fim do Mundo, como se a
Humanidade encarnada, nos tempos atuais, não mais devesse existir, porquanto partindo-se
da ideia dogmática da ressurreição dos corpos no final dos tempos,
necessariamente esta hipótese deveria ocorrer dada a arrebatação dos bons ao
paraíso e o envio dos maus aos páramos infernais.
A doutrina de um julgamento final, único e universal
que coloque fim a toda a Humanidade, repugna à razão e à bondade de Deus.
Deus sendo todo amor e misericórdia deixa sempre
aberta a porta aos seus filhos para o arrependimento. A teoria das penas
eternas, criada pela Igreja Católica, não é nada mais, nem nada menos, do que
um espantalho destinado a amedrontar os maus; mas, a ameaça do inferno, o temor
dos suplícios, eficaz nos tempos de fé cega, hoje não reprime a ninguém, porque
repugna à razão, no sentido em que ela implicaria a inatividade de Deus durante
a eternidade.
Como hoje sabemos, no fenômeno do desencarne, é
necessário sempre algum tempo para que se desliguem todos os laços que prendem
o espírito ao corpo. Depois de liberto o espírito, ainda temos de considerar
que lhe é preciso mais algum tempo, até que se ambiente no mundo espiritual
para o qual voltou. Para a maioria dos espíritos, a transição acarreta
perturbações, por vezes prolongadas. Nos espíritos altamente evoluídos, a
transição é de consequências mínimas. Eis porque Jesus dizia que ressurgiria
depois de três dias. É como se tivesse dito: Depois de três dias estarei livre
das consequências provindas de meu desencarne e, portanto, em condições de me
materializar perante meus discípulos.
O aparecimento de Jesus a seus discípulos, depois do
seu desencarne, foi necessário para solidificar-lhes a fé, que até então era
vacilante. Seus discípulos receberam seus ensinamentos; testemunharam-lhes as
obras; depois assistiram à prisão e ao seu suplício; viram-no expirar, pregado
na cruz; ajudaram a carregar o seu cadáver para o túmulo; não podiam alimentar dúvidas:
o Mestre tinha morrido. Em seguida, no dia predito pelo Mestre, ele lhes aparece
radiante de vida; fala com eles; dá-lhes ordens; na verdade, o Mestre Amado
tinha ressuscitado. E depois, diante deles, parte para a elevada esfera
espiritual donde viera, e donde continuaria a zelar pelos seus ensinamentos. Então
era bem certo o que ele lhes tinha ensinado: não havia a morte; todos deixariam
o corpo de carne e reviveriam no corpo espiritual, e ascenderia aos céus. A
morte tinha sido vencida; a imortalidade da alma estava comprovada. Eis porque
foi preciso que Jesus expirasse na cruz. Era mister que todos os discípulos o
vissem realmente morto, e que o vissem triunfar da morte para crerem em seus
ensinamentos, e se disporem a evangelizar a humanidade. E uma vez que os factos
provaram a Verdade, com a certeza absoluta gravada nos corações, partiram os
discípulos a espalhar a Boa Nova por todos os caminhos da terra.
Para compreendermos como se processou o
desaparecimento do corpo de Jesus de dentro do túmulo cavado na rocha, e
fechado por pesada pedra, e selada pelos sacerdotes, e guardado por soldados
romanos, temos de recordar o que é possível fazer-se por meio da mediunidade de
efeitos físicos. A doutrina espírita recorda-nos o que é possível fazer-se por
meio da mediunidade de efeitos físicos.
Sabemos que, utilizando-se desse tipo de
mediunidade, os espíritos podem retirar de dentro de um recipiente hermeticamente
fechado, qualquer coisa que ali se ache, ou colocar dentro dele o que se queira.
A mediunidade de efeitos físicos já nos mostrou médiuns que foram retirados de verdadeiras
jaulas de ferro e transportados pelos espíritos para outros cômodos fechados da
casa, e mesmo para locais distantes de onde se realizavam as experiências.
Os médiuns não precisam de estar no local onde se
apresenta o fenômeno; podem estar muito longe dele e completamente
inconscientes de estarem servindo de instrumentos a fenômenos de efeitos físicos;
pois fornecem apenas os fluidos dos quais os espíritos precisam para puderem
realizar o trabalho designado. Assim sendo, mediante a mediunidade de efeitos físicos que os
espíritos utilizaram em alto grau, puderam transportar o corpo de Jesus para
algum túmulo distante e desconhecido, onde se desfez, e cuja matéria voltou ao
grande reservatório da natureza.
Isto foi uma medida muito acertada para se evitarem consequências
desastrosas e imprevisíveis para o futuro do Evangelho. Os espíritos agiram
para com os homens daquele tempo, como os adultos agem para com as crianças:
nem tudo se lhes explica integralmente, e muita coisa se oculta delas, para daí
não provirem males; mas quando alcançam a idade adulta, tudo se lhes pode
revelar. E como hoje a humanidade já está em condições de compreender tudo, o
Espiritismo veio trazer-lhes a solução do problema.
Os sacerdotes tinham o máximo interesse em conservar
o corpo no túmulo, a fim de apresenta-lo como prova contra os discípulos,
quando estes se dispusessem a pregar a doutrina do Mestre. E sobretudo os
sacerdotes alimentavam o secreto desejo de, decorridos os três dias, mostrarem
o corpo de Jesus ao povo, provando assim que eles realmente tinham condenado um
impostor, pois não ressuscitara como prometera. E se os sacerdotes tivessem
consumido o corpo, logo que os discípulos iniciassem as pregações, estes seriam
confundidos, pois os sacerdotes não deixariam de lhes mostrar onde estava o
corpo e dizer-lhes como o tinham tirado do túmulo.
Tanto os discípulos como os sacerdotes tomavam as
palavras de Jesus ao pé da letra; entendiam-lhe apenas a parte material, sem
procurar extrair delas o ensinamento moral ou espiritual que continham.
Como não formavam uma ideia concreta de como o
espírito sobrevive à matéria, julgavam que a ressurreição da qual Jesus lhes
falava, se processaria mediante o corpo de carne.
A humanidade tem necessidade da ressurreição de
Cristo no seu coração para que se encontre com o seu Salvador em espírito e
verdade, porque só Ele é a Ressurreição e a Vida.
Aurinda
Tavares