sexta-feira, 1 de agosto de 2014

                                                                


  "Dizendo que o reino dos Céus  quis Jesus significar"

  
















Por pobres de espírito, Jesus não entende os tolos, mas os humildes e diz que o Reino dos Céus é destes e não dos orgulhosos.
Os homens cultos e inteligentes, segundo o mundo, fazem geralmente tão elevada opinião de si mesmos e de sua própria superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de sua atenção, concentrando apenas a sua atenção para o que é visível e palpável, em detrimento das coisas espirituais, mais do que essenciais para seu enriquecimento e crescimento espiritual.
Depois, ao despirem o envoltório terrestre, comparecem no mundo dos espíritos com uma pobreza incalculável na sua alma, porque não quiseram aceitar em  sua vida terrena a mensagem do Cristo Consolador.
À chegada do Mundo  Maior, levam consigo: decepções, angústias morais, e mais, uma dor dilacerante que lhes tortura a sua alma e a sua  consciência. Isto, porque  na Terra eram os grandes sábios da Terra, considerando as coisas de Deus como se não fossem para eles e lhes não dissessem respeito.
No final de contas de tão sábios e de tão inteligentes da Terra, passaram aos mais  ignorantes nas coisas do Espírito.
Não vendo Deus como ser supremo_Inteligência Suprema Causa Primária de todas as coisas. 
Não quiseram cogitar das suas relações  com Deus, não quiseram humildar-se aos pés da majestade divina; não quiseram beber da fonte generosa do Evangelho de Jesus que os iria ajudar a se instruir para crescerem para a Espiritualidade Maior.
E ao chegarem ao Mundo dos Espíritos acabarão por ser confrontados com a realidade da vida espiritual, acabando por reconhecerem o fruto  perdido da bênção da sua anterior reencarnação, vendo então, os erros em que incorreram durante a sua romagem terrena.
 Sofrem então a grande desilusão, porque lá tudo lhes é é projectado como num quadro, tudo aquilo que pesar na sua consciência, nada podendo ser ocultado à sua visão. 
Irão então para os locais de dor aonde haverá pranto e ranger de dentes, porque preferiram infligir as leis de Deus,  não querendo sair da ignorância que lhes toldava a memória na sua vida terrena, porque a trave que tinham à sua frente era grande como o seu orgulho. Irão expiar em etapas diferentes da sua vida, em novas reencarnações, que é o mesmo que dizer _   com novos corpos, até se tornarem humildes e simples, pagando caro por todo o seu orgulho e prepotência até apagarem os últimos vestígios das suas faltas.
Os homens cultos e inteligentes segundo o mundo, orgulham-se pelo seu saber, julgando-se os maiores do Mundo, julgando-se mais acima do que todas as criaturas e até do que a própria divindade; mantendo os olhos fechados e os ouvidos surdos para as coisas do Céu, negando até o seu Criador e Pai. Dizendo que as coisas de Deus são boas para os pobres de espírito e para os ignorantes.
E muitas das vezes esses a quem eles chamam de pobres de Espírito, ainda são rotulados de fanáticos! Acham-se importantes demais para acreditarem nas coisas divinas, preocupando-se então, com as de ordem material, vivendo uma vida puramente materialista, sem erguerem a sua cabeça para os Céus, ou as suas mãos em súplica. 
Têm sorrisos de desdém por tudo o que não seja do mundo visível. Julgam-se muito inteligentes e importantes para acreditarem em coisas que, segundo pensam, são boas para os simples, considerando como pobres de espírito os que as levam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, ou o que quiserem, terão que entrar como os outros nesse mundo invisível que tanto ironizam.
E, só, porque creditam mais em si próprios, fazem uma ideia mesquinha da divindade e da sua criação.
 E se alguns a admitem contestam-lhe um dos seus mais belos atributos a sua acção providencial, convencidos de que são suficientes para bem governar o mundo.
Julgando sua inteligência como medida de inteligência universal, acham-se aptos a tudo compreender. Não podem admitir como possível o que não compreendem.
Se eles não admitem o mundo invisível e um poder extra-humano, não é que isso lhes esteja fora do seu alcance, mas porque o seu orgulho se revolta à ideia de algo a que não possam sobrepor-se, e que os faria descer do seu pedestal. Têm sorrisos de desdém por tudo o que não seja do mundo visível.
Deus que é justo, não pode receber da mesma maneira, aquele que desconheceu a sua bondade e o seu poder igual aquele que humildemente se submeteu às suas Leis, nem aquinhoá-los por igual. Ao dizer que o Reino dos Céus é para os simples, Jesus ensina que ninguém nele será admitido sem a Simplicidade de Coração e a Humildade de Espírito; que o ignorante que possui essas qualidades será preferido ao sábio que acredita mais em si mesmo do que em Deus. Jesus em todas as circunstâncias, coloca a humildade entre todas as virtudes que nos aproximam de Deus, e o orgulho entre todos os vícios que dele nos afasta.
 A Humildade é uma atitude de submissão à vontade de Deus, o orgulho e o falso saber é a revolta contra Ele.
Mais vale para a felicidade do homem, ser pobre de espírito no sentido como o entende o mundo, mas rico em qualidades morais.
 Os títulos e os nomes em nada modificam o rumo dos nossos destinos para o plano espiritual, esses ficam no túmulo; só levaremos como riqueza para o mundo dos Espíritos os valores morais, porque são património da alma imortal.
No mundo dos espíritos não nos vão perguntar o que foste na Terra! Mas que bem fizeste; se assististes aos mais necessitados dos teus irmãos; se lhes acudistes em suas necessidades e quantos lágrimas lhes enxugaste.
Deus quer Espíritos ricos de amor e pobres de orgulho, quer que nos instruamos nas suas leis divinas, para que sejamos os construtores dos nossos destinos para a conquista da sabedoria e desta, para a felicidade do amor universal que unirá a todas as criaturas.
 Os pobres de espírito são os que não têm orgulho, os espíritos ricos são os que acumulam tesouros nos Céus, aonde a traça não rói, os ladrões não roubam e a ferrugem neles não penetra.
Os pobres de espírito são os humildes, que nunca mostram saber o que sabem, e nunca dizem ter o que têm; a modéstia é o seu distintivo, porque os verdadeiros sábios são os que sabem que não sabem! E por todas estas coisas a humildade encontrou morada no Reino dos Céus junto dos simples e humildes de coração.
O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometeu o Reino dos Céus aos mais pobres, foi porque os grandes da Terra imaginavam que os títulos e as riquezas eram as recompensas de seus méritos, e que a sua essência era mais pura que a do pobre. Para Deus todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem.
Quem quiser ser o maior da Terra seja o menor de todos, disse Jesus!
Ao dizer o Cristo que o Reino dos Céus é para os simples, o Mestre nos ensina que ninguém será nele admitido sem a Simplicidade de Coração e a Humildade de Espírito; que o ignorante que possui essas qualidades será preferido ao sábio que acredita mais em si mesmo do que em Deus.
 Jesus em todas as circunstâncias, coloca a humildade entre todas as virtudes que nos aproximam de Deus, e o orgulho entre os vícios que dele nos afastam. A Humildade é uma atitude de submissão à vontade de Deus, e o orgulho é a revolta contra Ele. Mais vale para a felicidade do homem, ser pobre de espírito no sentido como o entende o mundo, mas rico em qualidades morais.
 A caridade, o amor, a humildade e simplicidade, são as nossas maiores riquezas, porque são essas virtudes que nos dão a chave para que nós encontremos a felicidade e possamos progredir.
Que cada de nós vá demolindo aos poucos os altares do nosso orgulho, porque o orgulho e o falso saber nos afastam da bondade de Deus.
A pobreza de paixões, de vícios, de efémeras glórias, de egoísmo, de orgulho, amparam as almas para a grandeza espiritual no caminho para a perfeição.
A pobreza que Jesus referiu é a pobreza de sentimentos baixos de carácter deprimido. Não é a ignorância e a baixa condição que nos dão o Reino dos Céus, mas sim, os actos nobres: a caridade, o amor, a aquisição de conhecimentos que nos permitam alargar o plano da vida em busca de mais alargados horizontes, para além daqueles que nós avistamos.
Os pobres de espírito são os simples, os rectos, e não os orgulhosos e velhacos; pobres de espírito são os bons que sabem amar a Deus e ao seu próximo, tanto quanto amam a si próprios. Pobres de espírito são os que estudam com humildade, são o que sabem que não sabem, são os que imploram de Deus o amparo indispensável às suas almas.
Não é a imbecilidade que nos traz a “pobreza de espírito” nem a conquista pelo Reino dos Céus se assim fosse os néscios, os cretinos, os loucos não seriam confrontados nem fustigados na outra vida, segundo os seus relatos da vida, para além da morte, do além-túmulo.
A humildade respeita a todas as criaturas, não pelos seus haveres, mas por suas virtudes, ajudando a todas as almas necessitadas de amparo e de consolo, sendo felizes por fazerem os outros felizes.
Para estes é que Jesus disse: ”Bem-aventurados os pobres de espírito, porque é deles o Reino dos Céus”.

                                                                                   
                                                                                          Aurinda Tavares